XXVI

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- sabe que pode ser uma armadilha, certo? - Harry perguntou enquanto entrávamos no carro.

- sim. Por isso as armas e munições. - apontei.

- você realmente não teme essa merda toda. - riu sem humor.

- independente do que vamos encontrar, faremos o que fomos treinados para fazer. Eu não fujo dos meus compromissos.

ele assentiu, dirigindo em silêncio enquanto íamos até o local combinado. Parecia uma casa abandonada, bem clichê de filmes de ação. Mas eram os lugares mais seguros para reuniões de pessoas do nosso convívio, meus melhores momentos de pai e filho ocorreram em alguns desses, quando Mark me deu uma arma e me disse para matar um sujeito que eu nem sabia o que tinha feito. Tão adorável, não?

entramos no local, era escuro e não vi ninguém por ali.

- Filho? - era a voz de Mark.

- Mark? - perguntei de volta, achando estranho ele não estar parado na minha frente com a sua pose de dono do mundo.

foi de fato uma surpresa quando ele apareceu sobre a única fresta de luz daquele lugar, amarrado a uma cadeira e ensanguentado em quase todas as partes do corpo.

- oh, droga. - eu suspirei, já imaginando o que estava por vir. Styles em alerta do meu lado, armas já apontadas para a escuridão.

- se eu fosse vocês, não atiraria. - meu queixo quase foi ao chão naquele momento.

- Paul? - eu sentia vontade de vomitar. E então agarra-lo pela gola ridícula de sua camiseta e estourar seu crânio com todo o pente da minha arma. Tinha um motivo para não podermos confiar em ninguém, e agora já era mais um da minha pequena lista. - que porra é essa, seu cretino?! - me alterei, indo até ele.

- Louis... - Mark me chamou - não vá. Confie em mim.

ainda respirando pesado de raiva, forcei meus pés a ficarem parados.

- porque você? - perguntei para Paul, o fuzilando pelo olhar.

- deve se lembrar que eu e Mark somos grandes amigos, certo? - disse sorrindo, batendo uma mão pesada no ombro de Mark. - éramos uma grande dupla...pelo menos eu achava que sim. Sabe o problema com os Tomlinson? - perguntou me encarando, sorriso desaparecendo - são trapaceiros. Eu tive uma esposa, infelizmente em nosso convívio, é fácil para uma pessoa se perder... - suspirou me olhando de cima a baixo - ela se viciou. Seu pai aqui, na época não tinha essa moral toda. Mas era um bom fornecedor. Mas o dinheiro estava em falta, momentos de crise, entende? - se sentou em uma cadeira ao lado da de meu pai, seu olhar sínico me deixava irado, mas eu não poderia atacar agora, Mark já havia me avisado. - claro que não. - revirou os olhos - achei que tudo bem dever alguns dólares, afinal de conta tínhamos uma parceria, eu trabalhava bem, fazia tudo nos trilhos, era fiel...eu suportava você. - acrescentou - mas nada foi o suficiente. Dois homens invadiram minha casa e mataram minha mulher. Por causa de alguns dólares. Mas eu não sabia que esse havia sido o motivo, afinal de contas, ela se envolvia com muitas pessoas. - deu de ombros - vocês foram ao funeral. Mark apertou minha mão, disse que sentia muito...oh, eu agradeci por ter amigos como esse cara aqui. - apertou os ombros de Mark, mas a força foi aumentando até que meu pai grunhisse de dor - semanas depois, após procurar muito, descobri que ele havia enviado os homens. Ele era o fornecedor intolerante. Ele sabia que ela era minha esposa. Ele sabia que estava destruindo minha vida.

- aonde quer chegar com tudo isso? - a história não me surpreendia muito. Meu pai era um filho da puta, qual a surpresa?

- eu planejei minha vingança. Mas não poderia fazer nada. O Bastardo estava ganhando influência, se eu agisse, seria morto na mesma hora. Então esperei por todos esses anos. Quando sua mãe morreu. - apontou para mim. Meu sangue correndo no meu ouvido ao ouvir ele cita-la. Senti a mão de Harry passando suavemente pela minha, e me acalmei de forma assustadora. Eu havia até mesmo me esquecido que ele estava ali. - achei que me sentiria bem. Olho por olho, dente por dente. Talião sabia das coisas...mas não me senti satisfeito. Eu queria mata-lo. - olhou para Mark - queria ver a dor em seu rosto lentamente, como estou fazendo agora. - se voltou para mim - mas você era a porra se um empecilho. Precisava me livrar de você. Mas não faria isso sozinho. Filho...

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