VIII

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- mas como não seria Malik? Quem me drogaria no meio daquele cassino, se não ele? - perguntei realmente confuso.

- estávamos em um lugar com pessoas que não se importam com nada além de se divertir, Tomlinson. - Styles falou, levando sua xícara de café a boca - e você sabe que chama atenção, talvez tenha sido uma pessoa mal intencionada que tentou se aproveitar de você.

- não acho. Algo me diz que foi tudo milimetricamente planejado.

- bom, de uma coisa eu tenho certeza. Não era o próprio Malik que estava por lá. Não tem motivos para ele esconder seu rosto, já fez coisas muito piores do que iniciar tiroteios, e sempre teve orgulho ao se mostrar.

- ainda teremos chances para descobrir isso mais a fundo. - falei por fim, tomando um copo de água. Minha dor de cabeça estava me atormentado desde que acordei - talvez precisaremos de mais alguns dias nessa pousada.

- não é tão mal, pelo menos servem café da manhã. - deu de ombros - inclusive, vejo que tomou apenas um copo de água.

- meu estômago ainda não está muito bom. Apenas o cheiro do seu café está me dando ânsias.

- sinto muito por isso. Deveria comer algo, vomitou muito ontem, se não repor, ficará fraco.

- eu sei muito bem me cuidar, Styles.

- estou vendo, Tomlinson. - respondeu, cínico.

apenas revirei os olhos.

novamente, esta manhã encontrei Styles dormindo no chão. Pensei em oferecer para dividirmos os dias na cama, mas ele quem parecia desconfortável em dividir um colchão, então não era problema meu.

Precisava saber se Paul tinha mais informações para me dar, mas o sinal péssimo dessa pousada dificultava no processo de receber suas mensagens.

- vai demorar com isso? Não temos o dia todo.

- perdão, não sabia que tínhamos compromisso. - ergueu uma sobrancelha.

- passarei em algumas lojas por aqui. - expliquei - decidi que precisarei de um disfarce, nem que simples, para nossas próximas ações. Ainda não engoli o que me fizeram noite passada.

eu tinha certeza que sabiam quem eu era. Não que eu pudesse culpar a pessoa, de qualquer forma. Já fiz mal a muitas famílias, é comum o desejo por vinganca. Mas eu não deixaria que acontecesse novamente.

- nesse caso, eu também comprarei um. Podemos montar um teatro que nem ontem, hum? Posso ser o pai e você o filho adolescente, talvez pelo seu tamanho, acreditem. - disse, claramente zombando de mim.

- me da um tempo, eu sou grande! - bati forte na mesa, atraindo alguns olhares assustados (diferentes dos de Styles, que pareciam mais desafiadores do que apreensivos, para aumentar minha raiva) - então cale a porra da sua boca e coma logo, ou lhe enfio esse pão goela abaixo. - rosnei - entendido?

- claro, Tomlinson. - sorriu de lado - pedindo com toda essa delicadeza, como poderia negar? - perguntou, mordendo o último pedaço de seu lanche e tirando o farelo das mãos.

- não nega, porque tem um cérebro, e sabe bem do que sou capaz de fazer se me tirar a paciência.

- oh, eu adoraria ver isso.

- seria a última coisa que veria. Agora vamos. - me levantei da mesa e segui direto para fora.

entrei no carro e Styles foi logo após, se posicionando no banco do motorista e ligando o motor.

- então?

- tem algumas lojas por aqui, pesquisei hoje quando acordei.

mostrei-lhe o endereço e fomos rápidos em achar o que procurávamos, infelizmente o mesmo não acontecia com Malik.

saímos do carro e entramos na loja que parecia ser mais elegante, com belos ternos na vitrine.

- bom dia, senhores. - uma atendente nos recebeu, assim que passamos pela porta do estabelecimento. - no que posso ajuda-los?

- vamos dar apenas uma olhada por enquanto. - disse.

- claro. Qualquer coisa me chamem. - direcionou o olhar para Styles - qualquer coisa mesmo.

franzi a sobrancelha pela falta de profissionalismo. Por deus, e eu achava que os homens eram ruins.

- obrigado. - agradeci de forma seca e comecei a vasculhar os cabides com ternos.

- o que está procurando, exatamente?

- algo que não seja nada como "eu". Talvez algumas cores. - dei de ombros.

- este é muito bonito. - Styles apontou para um terno vermelho. A cor era mais fechada, e haviam alguns detalhes pretos.

- serve. - me virei para a atendente, que por muita sorte, ainda estava praticamente colada em nós e babando em Styles. - gostaria de experimentar este terno por gentileza.

- c-claro! - voltou sua atenção para mim. - os provadores são por ali. Caso queira dar algum ajuste, os alfaiates ficam ao lado.

assenti.

- e o senhor? - perguntou para Styles.

- gostei deste. - ele tirou um cabide com um terno branco, estampado por algumas rosas pretas. Nada tradicional, mas de certa forma, ainda parecia com Styles. Não que eu o conhecesse, mas conseguiria ve-lo usando um termo como aquele.

- tnho certeza que ficará lindo...me desculpe a indelicadeza, é que o senhor é tão bonito eu...gostaria de saber se é solteiro.

revirei meus olhos e me virei para ir em direção ao provador. Pobre garota, se soubesse que está lidando com um criminoso.

- na verdade, eu estou acompanhando meu noivo. - senti meu braço ser puxado novamente para seu lado.

abri a boca chocado. Ele usaria aquela farsa novamente para dar o fora em alguém? Honestamente, não sou um fantoche.

mas confesso que a feição da garota foi bem engraçada, quase me fez rir.

- ah...noivo?

- sim, noivo. Algum problema? - ele perguntou se fazendo de confuso. Um grande idiota.

Prendi um sorriso.

- não! Imagine...peço perdão pelo inconveniente - se direcionou para mim agora - eu...vou lhes dar licença, qualquer coisa me chamem. - e saiu em uma velocidade impressionante.

- sabe, você é muito mais canalha do que eu pensava. - falei saindo de seu aperto e seguindo em direção aos provadores.

- não vejo o porque de estar me ofendendo. Usou a mesma desculpa ontem.

- mas era diferente. - revirei os olhos.

- não exatamente. Precisamos ser discretos, com essa mentira, ninguém se aproximará de nós.

- nunca se sabe, quem respeita casamento hoje em dia? - falei rindo.

- eu. Conto com o bom senso dos outros também. - assenti sem saber o que falar, as vezes a irônica ética e bons modos de Styles me deixavam sem palavras.

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