XXXII

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- s-sério? - perguntou chocado - eu não esperava que você fosse me perdoar tão rápido...

- eu também não. Ultimamente não entendo o que eu sinto, mas foda-se, não estou guardando mágoas, então para que fingir? Pode me achar um idiota, mas eu apenas cansei de sentir raiva. É exaustivo.

- você parecia sentir muita raiva hoje de manhã. - tentou amenizar o clima.

- eu estava. Acho que foi tudo de uma vez, os últimos dias não foram legais comigo. - deu de ombros, olhando para baixo. - eu só estava cansado, acho.

- você disse que não sabia o que sentia, mas eu sei o que sinto, e preciso te falar você, Louis.

- estamos falando mais hoje do que na nossa operação falsa inteira. - sorriu de lado.

- eu sei. Pretendo mudar isso. Vou tentar mudar isso. - se aproximou mais, mantendo um limite de espaço. - eu não sei por onde começar, me desculpa. - coçou a garganta - eu não conheci pessoas muito boas, eu mesmo nunca me considerei uma pessoa muito boa...mas perto de você, eu sentia que era. Pelo menos uma versão minha parecia ser. Eu sinto tudo intensamente quando se trata de você. Naquela noite... - disse, sabendo que Louis saberia do que estava falando - eu senti que se não te confortasse, eu não conseguiria ficar em paz. Quando você sumiu, eu despenquei. Nada nunca teve esse efeito sobre mim. Sendo direto, não sei que merda é essa, se é paixão, ou o quê, mas não posso mais ignorar e colocar essa máscara de insensível que não sente nada, quando eu não quero ser assim com você, eu não quero fingir perto de você. Eu sinto coisas. Não foi só um beijo e sexo para mim, foi muito mais. E eu te peço desculpas pelo que fiz mais um milhão de vezes se for preciso, só...me diga que eu não estou louco, e que eu tenho uma chance. . - pediu exasperado.

Louis o encarou com o peito subindo e descendo com rapidez. Ninguém nunca havia chegado nem perto de dizer aquelas palaveas a ele.

Pensou consigo mesmo, apenas por um segundo, apenas para não dizer que fez uma decisão mal calculada (mesmo que ele já soubesse qual seria sua resposta, sempre soube, mas ele ainda era Louis Tomlinson, oras ), e então se permitiu sorrir levemente.

- me beije logo, seu idiota. - Harry ao menos processou, se agitou pela cama até estar em
cima de Louis, segurando seu rosto enquanto conectava seus lábios com urgência.

Louis grunhiu com a dor do peso de Styles em suas pernas, e o maior se afastou com os olhos arregalados.

- porra! Me descul-

antes que ele pudesse terminar, Louis puxou sua cintura para que ele se aproximasse de novo.

seus lábios sentiam tanta falta um do outro, que ambos praticamente suspiraram com o encontro das línguas, que se entrelaçaram familiarmente na mesma hora.

Harry gemia com aquele mínimo contato, ele queria tanto aquilo, o medo de Louis não querer toca-lo mais depois de tudo o que acontecera o consumia.

e Louis se sentia vivo novamente tendo aquele corpo musculoso rebolando lentamente em seu colo e massageando sua nuca, ele não poderia perder aquilo. Seria a escolha mais burra das escolhas burras que ele já fez em sua vida.

Louis mordeu o lábio inferior de Harry, que choramingou movendo seus quadris com mais precisão, seus dedos se perdendo nos cabelos lisos do menor.

- porra, que saudades de você. - o cacheado sussurrou beijando seu pescoço com adoração, enquanto sentia as mãos do outro irem de sua cintura para sua bunda.

- eu também sinto, Harry. - disse meio ofegante, e Styles paralisou, levantando o rosto lentamente para olhar nos olhos de Louis. Ambos os lábios estavam
inchados e expirando respirações pesadas. - Eu sou um merda. Fodido pra caralho. - disse sério - se você me quiser, vai ter que lidar com tudo isso.

sorrindo terno, e se mostrando vulnerável como nunca, Harry voltou para seu pescoço.

- eu quero tudo, babe. - distribuiu beijos molhados, ouvindo Louis suspirar, pelas carícias e pelo apelido - estou tão feliz que estamos aqui. - soltou uma risada tão espontâneo que Louis teve que parar para sorrir junto, gostando daquela imagem. - desculpe, eu nunca senti isso antes. - tentou conter o sorriso.

- pare de pedir desculpas, e não esconda seu sorriso. Eu gosto dele. - cutucou uma covinha. Harry pegou sua mão e beijou a palma repetidas vezes, soltando para voltar aos seus lábios. - isso está muito bom, mas eu estou ficando duro, e não vamos conseguir fazer nada agora.

suspirando. Harry sorriu maldosamente antes de rebolar com um pouco mais de força, ouvindo Louis xingar baixo e apertar sua bunda antes de rolar para o lado.

- tudo bem, você precisa descansar mesmo. Temos que nos controlar.

- e o que vamos fazer? Jogar xadrez, ver desenhos...

- podemos fazer tudo isso, mas agora eu realmente quero dormir.

- preguiçoso do caralho. - murmurrou.

- quero dormir com você. - confessou - merda, isso parece tão brega. - Louis sorriu, deitando ao seu lado. Era algo novo para os dois, mas ao mesmo tempo parecia tão natural...agiam da mesma forma, mas sem disfarçar seus sentimentos, e era tão bom poder demonstrar sem julgamentos internos e preocupações desnecessárias.

- não tem dormido muito bem. Vejo que está cansado. - observou.

- estava muito tenso, preocupado. Não consegui ter hábitos muito bons. - bocejou, sentindo seu corpo inteiro relaxar depois de tanto tempo.

- vamos dormir então. Apesar de que eu já dormi por umas dez pessoas nessas últimas horas.

- só cale a boca. - disse da forma mais carinhosa que conseguiu, se aconhegando naquela cama (coisa que desejou fazer desde que Louis fora colocado deitado ali, mas ele não precisava confessar isso também).

Tomlinson sorriu de lado, olhando para os próprios dedos e suspirando feliz. Se sentia em paz novamente, mesmo que com sua cabeça sempre em alerta ao que se tratava de Payne e Malik ainda soltos por aí, naquele momento, não pensou nisso, pensou apenas no quão confortável era aquele quarto branco sem graça.

- que parte do "deitar com você", você não entendeu? - questinou agora rude.

- vai se foder. - revirou os olhos ainda muito feliz enquanto se deitava lado a lado com o cacheado, pronto para envolve-lo.

- talvez depois, agora você está broxado. - Louis abriu os lábios verdadeiramente ofendido. 

ele.nunca.broxava.

- vai tomar no seu cu, não fala mais comigo. - se virou na cama emburrado, e não demorou mais do que dois segundos para ouvir uma risada atrás de si, Harry puxando Louis como se fosse um animal de pelúcia, abraçando suas costas e enfiando o nariz em sua nuca para sentir seu cheiro, feliz por segura-lo novamente.

- shh, dorme, zangado. - murmurrou baixinho, e antes que Tomlinson pudesse reclamar do apelido, abraçou sua cintura com mais força enquanto deixava um único beijo atrás de sua orelha, impondo que a partir daquele momento ele estava completamente aconchegado, e iriam dormir.

e Tomlinson sorriu olhando para cima. Nunca em sua vida ele imaginou ter alguém para dormir junto. Era estranho, mas ele continuava gostando daquilo. E muito.

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