Uma festa e tanto

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Matteo

Eu andava de um lado para o outro. A sala que eu estava era cinza, e com a pouca luz, parecia assustadora. Era esse o objetivo. Bom, não parecia nem um pouco assustador para mim que estive em ambientes como esse desde que me entendo por gente. Claro que o sangue seco na parede não ajudava em nada na atmosfera do lugar. O choro daquele verme já estava começando a me irritar, isso também não ajudava em nada.

- Matteo, por favor, eu juro que não vou contar a ninguém sobre isso, só...só me deixa ir embora. Tá bom? Por favor, me deixa ir. - O homem falava enquanto tentava organizar a respiração. Seu rosto já estava todo inchado e roxo e seu olho esquerdo não abria mais.

- Por que você tem que tornar isso tão complicado, Porra? - disse me aproximando dele. Eu levei minha mão até seu rosto e dei um tapa de leve nele, que tremeu o corpo de susto. - Você está enganado. Eu não tenho medo nenhum de você contar sobre isso a ninguém. Você não vai sair daqui vivo. Como contaria a qualquer pessoa alguma coisa? Hum?

Ele choramingou e eu já estava ficando entediado. Já tinha ficado muito tempo ali com ele. Tinha outras coisas pra fazer, outros problemas para me preocupar. Minha blusa branca estava completamente suja, precisava tomar um banho. Peguei minha Glock que estava na mesa ao lado dos instrumentos de tortura usados pelos meus soldados. Eu não usava nada daquilo, não tinha paciência. Resolvia tudo no bom e velho soco.

Atirei nele apenas uma vez, e estava feito. Coloquei a arma de novo na mesa e me virei para sair dali. Um dos soldados da cosa nostra entrou devagar na sala.

- E então? - ele perguntou enquanto mexia um palito em sua boca. O homem estava mais focado em seu celular e nem se deu ao trabalho de levantar o rosto para olhar o sujeito.

- Ele ainda não tinha falado com ninguém sobre os nossos ganhos com a venda das drogas. A informação morreu com ele. - falei encarando o homem de pé até que ele guardou o celular no bolso no terno. Eu poderia ter sido um babaca e brigado com ele, mas estava com pressa, então relevei toda aquela palhaçada.

- Isso é bom.

- Sim. Tenho que ir embora. Dê um jeito nele, por favor, sim?

- Sim senhor. - o soldado confirmou com a cabeça.

- E mande alguém limpar esse lugar. Está nojento. Não somos animais. - Disse me afastando dele e saindo da sala. Estávamos em um galpão. Era escondido o suficiente para que conseguíssemos usá-lo sem levantar grandes suspeitas. Saí daquele lugar deprimente e meu carro estava parado na esquina, meu segurança me esperando ao lado.

- Vamos Lorenzo. Tenho um compromisso essa noite ainda. - disse entrando no carro e falando com o segurança que me acompanhava a todo momento. Ele também trabalhava como meu motorista, assim sempre estávamos juntos.

Essa noite teria uma festa para ir. Não estava nem um pouco animado, mas tinha sido convidado por um amigo de meu pai que me conhecia desde criança. Ele era um importante associado da Cosa Nostra. Era a festa da empresa dele, e nós fazíamos negócios há bastante tempo. Eu praticamente tinha sido obrigado por meu pai a ir.

Quando cheguei na festa, conversei com ele para que o homem soubesse que eu tinha ido. Não pretendia ficar até muito tarde.

A festa tinha um tema curioso. Era sobre cavalos. Tinha até mesmo um cavalo para passeio. O dono da empresa usava um chapéu de caubói e uma tira de couro em volta do pescoço. Parecia um desenho animado o homem, mas até que a festa em si estava bem arrumada.

Me sentei no bar e fiquei distraído com meu whisky. Olhei em volta e percebi que aquela festa estava cheia de mulheres lindas. Sorri quando percebi que nem tudo estava perdido. Talvez conseguisse uma boa caçada aqui.

O Herdeiro da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora