Uma proposta

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Laura

Matteo era muito esquisito. Depois da confirmação da paternidade, ele não disse uma única palavra. Entendi desde o começo que ele não desejava ter um filho, mas daí a não falar absolutamente nada comigo, era um exagero. Eu também estava assustada. E também não pretendia ter um bebê nem tão cedo.

Aquela atitude dele tinha me magoado mas eu era muito teimosa para dizer isso a ele. Quando Matteo parou na farmácia e entrou sozinho, eu fiquei esperando no banco. Estava cansada de andar e só queria minha cama. Aproveitei os minutos sozinha e me distraí olhando para minha barriga.

Não tinha como ver nenhuma mudança, mas eu sabia que tinha um bebê ali dentro. Sempre que pensava aquilo, sentia um frio na espinha de nervoso.

— Eu estou muito muito nervosa e assustada. Mas não se preocupa. Se o seu pai pular fora, nós vamos fazer isso. Vamos ser só nós dois. — Eu dizia em voz alta para me tranquilizar, mas não estava dando muito certo. Eu não conseguia me visualizar cuidando de uma criança. Muito menos sozinha. Não era como eu imaginei que seria. Droga. Eu senti uma lágrima caindo do meu rosto e sequei meus olhos antes que Matteo voltasse. Não queria que ele fingisse uma preocupação que ele não tinha.

Quando ele voltou pro carro eu encostei minha cabeça no vidro e olhava para o lado de fora tentando distrair minha cabeça. Ele, é claro, não disse uma palavra. Quando parou na frente do meu apartamento eu suspirei. Finalmente tínhamos chegado. Só queria me deitar. Eu não esperei ele abrir a porta pra mim. Assim que eu me virei para sair, Matteo segurou meu pulso e se desculpou.

Desculpas pelo que? Por ter sido um completo babaca comigo depois daquele resultado que ele exigiu? Por ter pensado que eu poderia ter inventado que ele era o pai do bebê para tirar dinheiro dele? Ou simplesmente por ter me engravidado quando usou a porra de uma camisinha velha. Ele era burro, mas eu tinha sido estúpida. Droga, que raiva que eu sentia.

Eu saí dali o mais rápido possível. Cheguei em casa e tirei meus sapatos, indo até a cama e deitando. Quando me vi sozinha, finalmente chorei tudo o que tinha direito. Estava decepcionada comigo. Estava aflita e nervosa com o futuro e estava com raiva de Matteo. Ele deveria ter me tranquilizado e dito que iríamos passar por aquilo juntos. Foda-se se nós só ficamos uma vez. Eu precisava dele e ele não estava lá.

Eu gritei e dei um soco no travesseiro. Eu não precisava dele coisa nenhuma. Não precisava dele para nada. Peguei meu celular e convidei meus amigos para virem até minha casa. Eles chegaram com comida e eu contei a eles como tinha sido o dia. Eles se juntaram a mim para falar mal de Matteo quando eu contei o que ele tinha feito...ou melhor, não tinha feito.

Michael e Jhon dormiram na minha sala naquele dia. Estavam enroscados no sofá e eu peguei uma coberta, cobrindo os dois e indo deitar. Quando estiquei minhas costas na cama, minhas mãos foram para minha barriga.

— Não estamos sozinhos, bebê. Não precisa se preocupar. — eu disse baixinho. O sono finalmente me venceu e eu dormi rapidamente.

Matteo

Quando deixei Laura em casa, ela estava com bastante raiva. Era palpável seu sentimento em relação a mim. De qualquer forma, não podia fazer nada naquele momento que mudasse a situação. E tinha problemas maiores. Fui dali direto para o escritório.

Quando cheguei fui falar com a secretária do meu pai, e como um sinal divino de que aquela situação deveria acontecer daquele jeito, meu pai estava livre em sua sala. Não me importei de avisar que estava entrando, e quando abri a porta, vi meu pai comendo uma grande barra de chocolate.

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