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Matteo

Laura acabou dormindo no carro e quando eu fui acordá-la, fiquei a observando durante um tempo. O carro estava estacionado na parte de trás do restaurante. Eu suspirei. Merda! Ela realmente estava grávida. Tínhamos confirmado com aquele exame. E se aquele bebê que nós escutamos fosse realmente meu? Eu estava a ponto de explodir de nervoso. O que eu falaria para a minha família? Como eu ia sair daquela situação?

Laura parecia serena dormindo e sua mão repousava mais uma vez em sua barriga, como se ninando aquele bebê do tamanho de uma azeitona, eu sorri com aquele pensamento sem perceber, e quando me toquei, balancei a cabeça. Eu não poderia me deixar levar por aquilo. Havia possibilidade de alguém lá em cima gostar de mim e daquele bebê não ser meu, e então eu me livraria de Laura, e nunca mais daria um mole daquele de comer ninguém com uma camisinha vencida. Cazzo! Eu deveria era fazer logo uma vasectomia. Mas isso seria abrir mão do meu futuro posto como chefe da máfia.

Se aquele bebê fosse meu eu teria que me casar com Laura. Era o único jeito. Meu pai não aceitaria que eu tivesse um filho bastardo. Eu seria o próximo capo e aquilo simplesmente não era uma possibilidade para mim. "O capo deve dar o exemplo " era o que ele sempre dizia. Mesmo que aquilo significasse ir de encontro a tudo aquilo que eu sempre disse que não queria.

Eu encarava Laura há muito tempo, então tentei acordá-la sem assustar ela. Ela abriu os olhos castanhos e sorriu. Nesse momento ela se deu conta da situação e ficou com aquela cara enigmática mais uma vez.

— Ahn? O que foi? — ela disse enquanto coçava os olhos.

— Nós chegamos Laura. Venha, vamos comer alguma coisa.

Ajudei ela a sair, depois de livrar ela do cinto de segurança e nós entramos no restaurante. Falei com o garçom e ele nos levou até a mesa dos fundos. Me sentei encostado na parede e Laura se sentou do outro lado. Ela estava séria.

— O que houve? — perguntei curioso. Ela não era de falar muito. Era muito diferente das mulheres que eu conhecia.

— Estou preocupada com essa situação toda. Sabe, eu sempre tive ambições. Queria fazer faculdade, me formar, viajar e conhecer o mundo. Esse bebê, eu não sei. Não sei o que estou pensando. Não sei se devia pensar o que quer que seja que eu esteja pensando. — ela suspirou e ficou em silêncio mais uma vez. Ao mesmo tempo que eu não queria admitir em voz alta, eu também estava com medo. Medo daquilo se concretizar pra mim também. Achei que o melhor que eu poderia fazer naquele momento era tentar acalmá-la.

Eu segurei sua mão por cima da mesa, e ela afastou a mão, desconfortável. Nesse momento, o garçom foi até ali pegar nossos pedidos. Laura pediu uma lasanha e eu pedi uma pra mim também. Assim que o homem foi embora, eu olhei em seus olhos. Ela parecia culpada. Aquilo tudo era tão desconfortável, mas eu queria ajudá-la.

— Olha, eu sei que começamos isso tudo da maneira errada. Posso não saber ainda se esse filho que você espera é meu ou não, mas de uma coisa eu sei. Laura, você vai ficar bem. Você é tão jovem, tem uma vida inteira pela frente. Não acho que seja necessário ficar nervosa assim. Você será uma ótima mãe, e vai conseguir conciliar sua vida a isso. Está assustada porque ainda não passou por essa situação, mas quando se der conta, vai perceber que não poderia fazer diferente.

Laura sorriu e agradeceu. Eu podia perceber que ela ainda ficava sem graça perto de mim, mas o sorriso misturado às suas bochechas vermelhas pela vergonha tinham enviado um estímulo diretamente até o meu pau, que resolveu ficar animado pra ela assim como no dia daquela festa estúpida. Distraí minha cabeça pegando meu celular e respondendo algumas mensagens. Não olharia pra ela. Não enquanto ela estava com aquelas bochechas vermelhas e aquele sorriso provocador. Ela era uma mulher grávida, pelo amor de Deus, Matteo. Controle isso que você tem nas calças.

O Herdeiro da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora