Game || Antony

Capítulo Vinte e Cinco

| Antony | 

Assim que terminamos o jantar e eu paguei a conta, nós atravessamos o restaurante pra conseguir descer na areia por uma ponte pequena que tem separando o asfalto da cidade. 

Fernanda prende o cabelo com uma mecha do mesmo pra não ficar indo no seu rosto por conta do vento, me ofereço pra segurar a sua bolsa enquanto a gente caminha ficando mais perto do mar. 

- Obrigada pelo almoço - ela agradece me olhando, acho que ela nem imagina que isso é só o mínimo que eu faria por ela. 

- Não precisa agradecer, eu 'tava te devendo um passeio também - eu lembro do jantar que não deu certo por minha causa. 

- Esse aqui foi mais que perfeito - ela me responde pegando na minha mão. 

- Que bom que você gostou, vamo ter que fazer mais vezes então - eu falo recebendo um sorriso dela. 

Depois desse dia eu sinto que todas as minhas energias foram recarregadas pra enfrentar mais um jogo da semi, isso me faz lembrar que preciso ir ao CT a noite. 

- Já ligou pro Lorenzo falando sobre as novas? - ela pergunta e eu sorrio antes de responder.

- Já, liguei pra ele antes de ir pro seu quarto ontem - eu falo lembrando da conversa que eu tive com ele, prometi levar uma réplica da taça pra ele só não sei onde arrumar isso. 

- 'Tendi, você deve 'tá morrendo de saudade dele né.

- Você nem imagina quanta, do mesmo jeito que você deve 'tá dos seus pais - eu digo sabendo como a Fernanda é próxima dos pais. 

- Nossa sim, depois da copa vou visitar eles no Rio - ela conta os planos e eu completo

- Quando a gente trazer o hexa vai poder voltar com a seleção pro Brasil, vamo passar uns dias lá - eu lembro de todo mundo comemorando quando souberam que íamos levar a taça pra terra natal. 

- Meu Deus, deixa minha mãe saber disso pra ver ela convidando todo mundo pra um churrasco - ela fala e eu dou risada lembrando em como elas são opostas.

- Eu topo

- Topa nada 

- Topo sim, 'tô doido pra conhecer seus pais - eu revelo e ela para de andar pra me olhar.

- 'Tá? - ela parece surpresa e dou de ombros.

- Claro que eu 'tô. Sua mãe já me ama, esqueceu? 

- Ah verdade, ela é sua maior fã - vejo de canto ela revirar os olhos e não consigo não dar um pouco de risada. 

- Relaxa que não vou tirar seu espaço do coração dela, pelo menos vou tentar não fazer isso - assim que eu termino de falar sinto um tapa no meu braço - Ai, que mão pesada 

- Bem feito - ela para olhando para trás, o sol começa a se por e a praia está tomando um tom mais laranja. 

- A gente pode sentar pra ver? - Fernanda me olha com um sorriso quadrado e eu retribuo apertando o nariz dela.

- Como se eu conseguisse dizer não - eu respondo baixo e ela senta na areia no mesmo instante, eu acompanho ela sentando no chão.

Nós aproveitamos o momento em silêncio, eu desamarro o meu tênis, tiro a meia e deixo eles do lado dela enquanto eu levanto.