Capítulo Dezesseis

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| Fernanda | 

Termino de passar meu protetor solar e pego algumas coisas que vou precisar para trabalhar hoje, tenho duas reuniões para serem feitas de manhã e mais alguns conteúdos para fazer.

 Minha cabeça está a mil e o desânimo toma conta de mim hoje, não sei o que está acontecendo, mas não tenho tempo de ficar pensando nisso. Encaixo minha havaianas no pé e apago a luz do quarto abrindo a porta, quase derrubo o celular da minha mão quando vejo uma sombra de pé ao lado da minha porta.

Antes mesmo de eu ter qualquer reação Antony se vira para mim, ele parece ainda mais cansado do que a última vez que eu o vi. Conhecendo ele, eu chutaria que sua noite de sono não foi uma das melhores. 

- Me desculpa, desculpa, desculpa - ele repete tantas vezes as palavras que perco a conta e o sentindo da palavra - Não foi minha culpa, eu juro. 

- Antony, eu... - tento falar, mas ele me interrompe.

- Me deixa explicar, não era minha intenção te deixar esperando ontem é só que...

- 'Tá tudo bem - eu falo o cortando e ele me olha surpreso.

- Como assim 'tá tudo bem? Eu te deixei esperando sem conseguir mandar uma mensagem, como pode 'tá tudo bem? - Antony parece realmente confuso com minha atitude.

- Ney me falou que você se machucou no treino e ficou preso no CT, sobre as mensagens: fiquei chateada, mas não posso ser egoísta e te culpar. 

Respiro fundo tentando ser racional, não é culpa de ninguém o eu aconteceu ontem. Eu seria uma mimada fazendo ele se sentir pior ainda falando o quanto eu fiquei mal por ontem.

- Eu sei que você deve 'tá com a cabeça cheia pela lesão, não precisa se desculpar - ele segue sem falar uma palavra e eu sorrio para ele - 'Tava esperando tanto assim me ver brava? 

- Sim? - ele tenta afirmar, mas sai mais como uma pergunta - Pensei que ia querer fazer picadinho comigo, eu bati na sua porta ontem a noite, mas acho que você já tinha ido dormido.

Para ser sincera eu escutei as batidas e vi a tela do meu celular ligado com as ligações perdidas, porém preferi não conversar com ele ontem porque sabia que eu iria acabar surtando com ele de qualquer forma.

-Eu fui dormir cedo ontem - minto fechando a porta - Você 'tava há muito tempo aqui?

- Desde que eu acordei - ele fala baixo e eu sinto vontade de bater na cabeça dele com a muleta que ele usa para se apoiar. 

- Devia ter mandado mensagem pra mim - eu digo apertando o botão do elevador.

- Não queria correr o risco de você não me responder, desculpa de novo - Antony entra no elevador e se apoia na parede me olhando.

- Para de pedir desculpas, já disse que ninguém teve culpa - eu tranquilizo ele.

- Mesmo assim, Nanda. Você ficou esperando por mim e sem notícia ainda, foi vacilo. 

- Seria vacilo se você tivesse escolhido furar comigo, certeza que você ficou preso lá. Aliás, 'tá tão feio assim pra usar muleta? - pergunto apontando pro objeto antes do elevador abrir e nos levar pro salão das refeições. 

- Que nada, eles que são exagerados - ele diz e agradece por eu ter aberto a porta para ele. 

- Sei, você precisa ficar em descanso - eu falo e aceno pro Vini que come junto com a Julia, que nos chama para sentar com eles. 

- Bom dia, casal - Julia nos cumprimenta com um sorriso e eu puxo a cadeira para o Antony dando bom dia de volta.

- Precisa me tratar como uma dama agora? - ele fala baixo e eu dou risada respondendo.

Game || Antony Onde histórias criam vida. Descubra agora