Capítulo Vinte e Sete

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| Fernanda | 

Guardo meus materiais da sala e desligo o ar condicionado para poder sair, a entrevista coletiva terminou faz algum tempo e o barulho de muitos sapatos já cessaram, quando eu olho para o relógio do computador percebo que é quase duas da tarde. 

Entrevista coletiva é muito cansativa porque demora para começar, demora para acabar e ainda tem sempre alguma coisa para resolver depois. Nunca curtir muito fazer essas coisas, ainda bem que participei de poucas. 

Suspiro começando a querer surgir um incômodo na minha cabeça, já sei que passei muito tempo sem comer e decido descansar um pouco meus olhos desligando o notebook. Saio da sala procurando um bebedouro para encher minha garrafinha de água enquanto eu penso em algo para comer, vou ter que pedir alguma coisa.

Escuto um barulho vindo da direção do vestiário e imagino que eles estão lá, depois das perguntas eles devem ficar fofocando. 

- Oi, Matheus - eu chamo meu primo quando encontro ele saindo do escritório do meu tio 

- Oi, Fê. Procurando meu pai? 

- Não, não. Queria saber onde vocês vão almoçar, só isso - eu falo apertando um pouco o olho com a luz do sol que entra pelas portas abertas que dão para o campo. 

- Puts, acho que a gente aqui vai demorar pra comer ainda - ele explica me acompanhando até o bebedouro - A gente teve uns problemas na entrevista. 

Entro em alerta pensando em que tipos de problemas são esses e se algum envolve o nome do Antony. 

- Alguma coisa que eu possa ajudar? - me ofereço querendo saber mais.

- Pior que não, só a galera querendo saber demais da vida da seleção fora dos campos - ele fala suspirando passando as mãos no rosto - Foda né.

- Muito - eu encaro a garrafa enchendo aos poucos - Mas ninguém saiu ferido? 

Eu tento brincar e Matheus dá uma risada nasal, alguém deve ter feito alguma pergunta inconveniente para um dos jogadores. 

- Quase, mas nada que não pode ser impedido - ele fala rindo baixo e eu fico mais curiosa para saber. 

- Sério? - eu tomo um pouco de água antes de terminar de encher.

- Sério pô - ele confirma já se afastando enquanto checa o celular - Depois te conto melhor, ou alguém te conta. Preciso ir agora, talvez eles comam alguma coisa pelo refeitório.

Matheus quase grita a sugestão e eu aceno com a cabeça agradecendo, volto andando devagar para a sala que estou acomodada. Entro querendo já tirar meu sapato que começa a me incomodar, quando eu me viro depois de fechar a porta abro um sorriso vendo Antony encostado na mesa onde 'tá minhas coisas. 

- Vim ver se você comeu - ele fala me dando um beijo na testa e me abraçando.

- Só veio pra isso? Podia ter mandado uma mensagem, amor - eu fico grudada nele sem nenhuma vontade de sair. 

- Também 'tava com saudade. - ele confessa mexendo no meu cabelo - Era isso que você queria escutar?

- Aham - eu falo me soltando um pouco pra poder olhá-lo e ele dá risada.

- Comeu? - ele volta a perguntar e eu nego com a cabeça - Ainda não? 

- Esqueci, nem vi o tempo passando - eu me explico vendo ele pegar o celular e digitar alguma coisa. 

- Quer comer o que? 

- Vai pedir coisa pra comer? - eu pergunto erguendo um pouco meu pé pra ver ele mexendo em um aplicativo de comida. 

Game || Antony Onde histórias criam vida. Descubra agora