Capítulo Trinta e Três

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| Fernanda |

Eu devo estar há três minutos imóvel sentada na minha cama tentando entender o que rolou comigo de ontem para hoje, passo a mão no meu cabelo e sinto minha cabeça pesada latejando. 

- Ai caralho - eu reclamo com as mãos na minha cabeça, nunca mais eu vou beber na minha vida.

Olho para a cômoda do lado da minha cama com água e remédio, lembro que o Antony ficou aqui no quarto comigo, mas agora ele não está em lugar nenhum. Eu coloco os comprimidos na boca de uma vez engolindo tudo virando a cabeça para trás, detesto isso e eu devia ter pensado antes de fazer.

Não lembro de quase nada da noite anterior além de dançar e rir muito, apesar das consequências agora foi muito divertido. Eu volto a deitar tentando lembrar de mais alguma coisa que eu fiz ou falei, porém isso só faz minha cabeça doer mais. 

Fecho os olhos novamente abraçando o travesseiro que Antony usou para dormir, ainda tem o cheiro dele aqui e eu sorrio sozinha lembrando que ele ficou comigo até eu descansar. 

Enquanto eu fico deitada esperando minha dor de cabeça sumir eu me sinto tonta e enjoada, maldito fígado trabalhando. Eu corro para o banheiro colocando todo o álcool e qualquer vestígio do que eu comi por último para fora, detesto passar mal e fico sensível o restante do dia.

Respiro fundo tentando controlar minha respiração cansada depois de terminar, sempre entro em pânico quando isso acontece. 

- Fê? - eu escuto a voz de Antony perto do banheiro me procurando e antes de eu responder ele empurra a porta devagar - Ei, 'tá tudo bem? 

Penso em perguntar o que ele acha analisando minha situação, mas eu respiro pesado pela segunda vez fechando a tampa da bacia dando descarga ainda sentada no chão com ele do meu lado. Antony pega um prendedor em cima da pia para amarrar meu cabelo atrás, ele faz carinho na minha costa esperando eu levantar. 

- 'Tá se sentindo melhor? - ele pergunta enquanto eu lavo meu rosto depois de escovar os dentes. - Eu trouxe água de coco pra você. 

Seco meu rosto e não evito de sorrir com o gesto de cuidado dele comigo, eu realmente devo uma a ele. 

- Obrigada, acho que vou precisar comer também - eu falo voltando para o quarto indo direto pegar uma toalha nova e alguma roupa limpa e fresca. 

- Eu tenho certeza - ele ainda está de pé no meio do caminho e eu estranho a inquietação dele. 

- Espero que eles tenham estendido o café da manhã, não quero perder de novo - eu digo olhando um resto de rímel debaixo do meu olho, vou precisar de uma skin care completa hoje.

- Deu sorte hoje - Antony fala encostado na mesa.

- Já tomou café? - eu pergunto e ele assente com a cabeça - Dormiu aqui comigo? 

- Lógico, não ia te deixar sozinha. 

Sorrio com a resposta que ele me dá, quando eu conheci ele não esperava que ele fosse se revelar essa pessoa logo comigo. Abro a persiana das portas que dão para a sacada e pelo reflexo fraco eu vejo Antony com uma expressão séria.

- 'Tá tudo bem com você? 'Tá com uma cara... - eu pergunto indo ajeitar minha cama, não consigo ficar com ela bagunçada o dia todo apesar de eu ter certeza que já passa das onze da manhã. 

- 'Tá sim, só 'tava preocupado com você - ele responde me olhando tirar os travesseiros. 

Eu paraliso vendo uma caixa da Pandora camuflada nos meios do lençol e edredom brancos, encaro Antony que tenta não sorrir esperando eu mexer no objeto. 

Game || Antony Onde histórias criam vida. Descubra agora