Capítulo Dezoito

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| Fernanda | 

Fecho a porta enquanto ele senta na minha cama com as mãos na testa encarando o chão, o silêncio se instala no quarto e eu não sei como iniciar uma conversa. 

Sinto que ele não está aqui comigo, parece que sua cabeça 'tá vagando em outro lugar e meu coração aperta de novo em ver ele assim. Minha cabeça pensa em muitas possibilidades, mas nenhuma me parece ser muito legal.

Eu me sento no chão dobrando as pernas na frente dele, pego nos seus braços tirando do seu rosto para poder encarar ele. 

- Você 'tá começando a me preocupar, sério - eu falo preocupada, mesmo assim ele demora para me responder.

- Desculpa, é besteira minha - ele fala se endireitando passando as mãos no rosto.

- Pra você 'tá assim não deve ser besteira - eu continuo o olhando tentando adivinhar o que ele 'tá pensando.

- Soltaram a nota oficial sobre meu estado - ele começa a falar com o olhar distante - Escutei uma conversa na festa sobre isso.

De certa forma o aperto do meu coração diminui um pouco, mesmo eu me sentindo egoísta por isso. Pensei que tinha acontecido algo na festa que me envolvesse.

- Conversa de quem? - eu pergunto baixo.

- Resumindo o rolê, escutei o Militão falando que eu não devia ter vindo pra copa - sinto meu rosto ferver aos poucos enquanto eu escuto ele falando - É tipo ocupar a vaga de alguém que 'tá 100%, 'tá ligado? 

- Mas quando você foi convocado seu tornozelo 'tava sem problema, não tinha como saber que ia voltar. - eu falo levantando pra sentar do lado dele na cama. 

- Mesmo assim, Fê - ele se afasta um pouco para me olhar - Nesse jogo eu não fiz falta, mas e se eu não conseguir jogar o próximo? E se fazer falta?

Suspiro encarando minhas mãos enquanto eu estralo meus dedos ansiosa, não sei o que dizer nesse caso. Parece que nada vai fazer essa angústia dele passar, então eu só o abraço tentando dar meu apoio. 

- Voltou a doer? - eu pergunto sobre a lesão quando nós nos afastamos.

- Tinha voltado, mas eu tomei remédio agora e diminuiu. Vou no CT amanhã pra fisio e treinar sozinho, seu tio 'tá com medo de piorar. 

- Não vai piorar se você seguir as recomendações - eu falo sorrindo - Se foi mesmo algo superficial, quem sabe você não consegue entrar na sexta. 

- Você precisar parar de sofrer por antecedência, vamo se preocupar com isso amanhã. - eu continuo quando não recebo nenhuma resposta. 

- Como se isso fosse possível - ele sorri fraco de volta e eu cruzo os braços - Vou tentar, prometo. 

Beijo sua bochecha e apoio a cabeça dele no meu ombro fazendo carinho no seu cabelo, ficamos assim até o telefone do quarto tocar indicando que minha comida chegou. 

- Quer que eu pegue pra você - Antony se oferece já levantando da cama.

- Não precisa, amor - eu falo e calço o chinelo - Eu ainda vou pagar, já volto. 

Dou um selinho nele antes de sair do quarto, em menos de dez minutos eu já estou de volta com a comida. Pedi Yakissoba por falta de criatividade e não queria repetir a pizza pela terceira vez, quando eu chego no quarto Antony já está deitado na minha cama mexendo no celular.

- Pensei que você ia 'tá escolhendo um filme pra gente ver - eu comento abrindo o pacote em cima da mesa.

- Você ficou ótima nessa foto - ele ignora meu comentário e mostra um tweet de uma página de fofoca. 

Game || Antony Onde histórias criam vida. Descubra agora