Game || Antony

Capítulo Trinta e Sete

| Antony |

O campo é tomado pela seleção brasileira e toda a equipe que acompanhou o time a viagem inteira, nas arquibancadas agora sobra apenas os pontos verdes e amarelos. Já faz um tempo que os franceses voltaram pro estádio e a equipe da Fifa monta o palanque para nós recebermos as medalhas e a taça.

Ainda não caiu a ficha que nós realmente levamos o hexa para o nosso país, os olhos da maioria dos jogadores estão vermelhos de choro e ninguém consegue parar de sorrir com o fim do jogo.

Estreito os olhos com as mãos no quadril tentando localizar a Fernanda entrando dentro do campo, sorrio quando consigo ver ela vindo em minha direção.

Não consigo esperar ela chegar até mim e eu ando com pressa entre as pessoas para chegar nela o mais rápido possível. Percorro meus olhos nela observando a pintura no seu rosto e o meu óculos na cabeça dela.

Ela pula nos meus braços assim que nós chegamos perto um do outro, ficamos abraçados por um tempo relativo e eu sinto toda minha energia gasta no jogo sendo recarregada.

- Parabéns, meu amor! - ela diz ainda abraçada comigo - 'Tô muito feliz por você.

- Ainda não 'tô acreditando - eu confesso soltando meus braços ao redor dela para encará-la.

- Você jogou muito, amei o gol pra mim - ela lembra a partida sem parar de sorrir.

- Aquilo nem foi nada - eu desvio o olhar envergonhado com o elogio.

- Lógico que foi, agora todo mundo vai querer uma entrevista com o camisa 19 da seleção brasileira.

- E você vai ser a primeira da fila?

- Com certeza, quero ter o primeiro conteúdo exclusivo seu - ela fala apoiando os braços em mim - Aquele ali é meu tio de juliete?

Me viro de súbito para não perder a cena, franzo as sobrancelhas tentando adivinhar como conseguiram convencer ele a usar e nós dois damos risadas.

- Vem cá, Antony! - Raphinha me chama para a foto com eles.

- Vai lá, vou 'tá aqui - Fernanda se afasta um pouco e tira o óculos da cabeça me entregando - Pra foto.

Dou um selinho rápido nela antes de correr para a foto, Neymar passa o braço no meu ombro me puxando mais pra perto e todo mundo faz pose para o celular da Taia.

- Prontinho - ela avisa sorrindo e uma parte vai ver se a foto ficou boa.

- Seloko, Tite ficou chave demais - Vini brinca depois de olhar a foto e todo mundo dá risada.

- Cria de SP - eu falo e ele rebate.

- 'Tá mais pra cria de Rj, respeita.

- Aonde, mano - eu cruzo os braços - Mó cara de Cotia ele.

- É nada - ele insiste e eu reviro os olhos começando a escutar algum funk tocando no lugar. - Ae, demoroou.

Dou risada com o Vinicius comemorando já mexendo os ombros no ritmo dos pontos da música.

- Cadê a Fê? - Isa me pergunta puxando a mão do Martinelli - Queria tirar uma fotinho com vocês.

- Vish, nem sei - eu dou uma olhada ao redor com eles procurando alguma camisa com meu nome atrás.

Não demora muito para eu ver ela conversando com o primo enquanto mexe o corpo escutando a música, Isa também vê acenando para a amiga vir até a gente.