| Antony |
Continuo me aquecendo do lado do campo enquanto passa dos quatro minutos de volta para o jogo, a Argentina parece voltar com os sangue nos olhos vindo para o ataque sem piedade. Não aconteceu muitas faltas no primeiro tempo, mas acho que eles estão dispostos a mudar isso agora.
Paro o exercício quando vejo eles se aproximando de novo da nossa defesa, fecho um olho querendo ver e ao mesmo tempo não ver para onde a bola vai. Para nossa sorte e alívio ela vai para fora, Dybala fez um tiro de meta muito para o alto atingindo a torcida deles.
- Antony! - escuto o chamado e logo corro para o lado do Tite - Quero esse cara fora do nosso caminho, ajuda a lateral a manter ele longe da bola de qualquer jeito.
Concordo com a cabeça seguindo o atacante com os olhos, não demora nem dois minutos para o Raphinha vir fazer a troca comigo. Cumprimento ele e corro para o jogo, não temos tempo a perder nessa partida.
Vendo que a nossa seleção não consegue avançar para o ataque Tite troca mais dois jogadores, adicionando o Dani e o Martinelli ao campo. Assim a partida começa a fluir um pouco melhor e a defesa argentina começa a ter que trabalhar mais.
Com um passe do Paquetá eu recebo a bola e percebo o caminho livre para eu atacar, de repente eu recebo um carrinho no meu pé sem nem encostar na bola e eu caio na linha de fora do campo.
- Ei! Qual é o seu problema? - eu levanto perguntando pro Otamendi, zagueiro argentino - Não sabe a diferença do pé pra bola?
Ele tenta rebater em argentino e eu nem dou bola para tentar entender o que ele fala, sinto um incômodo no pé pela chuteira dele ter batido em mim. O juiz dá cartão amarelo para o camisa 19 argentino e ele continua discutindo e eu entendo quando ele me xinga.
- Qual foi caralho? - eu paro de mexer no pé para ficar de frente para ele - Hijo de puta é você!
Dani corre para me puxar, mas eu não tiro meu pé do lugar ainda encarando o jogador adversário.
O camisa 21 da Argentina faz um sinal para eu manter a calma e eu quero é manter ele bem longe do campo, Dybala 'tá querendo pagar de pacífico agora.
- Vai se fuder você também - eu xingo o outro argentino.
Ele e mais dois jogadores argentinos arrastam o zagueiro para longe de mim e eu não deixo de provocar.
- Vaza mesmo antes que dê ruim pra você - eu grito e o juiz me olha feio - E agora eu tenho culpa?
- Esquece isso, cara - Ney pede - 'Tá sentindo alguma coisa no pé?
- Não, vamo seguir logo e acabar com isso - eu falo me soltando do braço do Alves e o juiz segue o jogo.
A partida recomeça com um clima mais pesado e nada amigável, Otamedi segue querendo tirar a bola de mim toda vez que eu fico com ela nos meus pés. Passa um tempo relativamente grande sem mais imprevistos, mas mesmo assim ainda é um jogo agressivo.
O jogo para de novo já perto do final com uma falta feia em cima do Martinelli que faz ele cair no campo e sair rolando para fora com a mão na canela enquanto o jogador rival cai para o outro lado.
Ponho a mão na cintura olhando de lado o juiz conversar com os jogadores do lado oposto, enquanto ele não apita olho para arquibancada e vejo a Fernanda quase pendurada na grade acompanhando o tumulto pelo telão no meio do estádio.
Ela prendeu o cabelo num coque, está com o cenho franzido e o olhar séria concentrada no campo, escolhi muito bem dessa vez.
- Vai dar pênalti, certeza - Marquinhos fala chegando do meu lado e me entregando meia garrafa de água que eu aceito, o juiz parou totalmente o jogo para conferir o que aconteceu.
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Game || Antony
FanfictionA jornalista bem sucedida, Fernanda Bacchi, é convidada pelo tio e técnico da seleção brasileira a passar a temporada da copa do mundo com os jogadores para aproveitar a viagem e gerar conteúdos exclusivos para suas redes. Entretanto, desde que esba...