Capítulo Vinte e Nove

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| Antony | 

Continuo me aquecendo do lado do campo enquanto passa dos quatro minutos de volta para o jogo, a Argentina parece voltar com os sangue nos olhos vindo para o ataque sem piedade. Não aconteceu muitas faltas no primeiro tempo, mas acho que eles estão dispostos a mudar isso agora. 

Paro o exercício quando vejo eles se aproximando de novo da nossa defesa, fecho um olho querendo ver e ao mesmo tempo não ver para onde a bola vai. Para nossa sorte e alívio ela vai para fora, Dybala fez um tiro de meta muito para o alto atingindo a torcida deles. 

- Antony! - escuto o chamado e logo corro para o lado do Tite - Quero esse cara fora do nosso caminho, ajuda a lateral a manter ele longe da bola de qualquer jeito. 

Concordo com a cabeça seguindo o atacante com os olhos, não demora nem dois minutos para o Raphinha vir fazer a troca comigo. Cumprimento ele e corro para o jogo, não temos tempo a perder nessa partida.

Vendo que a nossa seleção não consegue avançar para o ataque Tite troca mais dois jogadores, adicionando o Dani e o Martinelli ao campo. Assim a partida começa a fluir um pouco melhor e a defesa argentina começa a ter que trabalhar mais. 

Com um passe do Paquetá eu recebo a bola e percebo o caminho livre para eu atacar, de repente eu recebo um carrinho no meu pé sem nem encostar na bola e eu caio na linha de fora do campo. 

- Ei! Qual é o seu problema? - eu levanto perguntando pro Otamendi, zagueiro argentino - Não sabe a diferença do pé pra bola? 

Ele tenta rebater em argentino e eu nem dou bola para tentar entender o que ele fala, sinto um incômodo no pé pela chuteira dele ter batido em mim. O juiz dá cartão amarelo para o camisa 19 argentino e ele continua discutindo e eu entendo quando ele me xinga. 

- Qual foi caralho? - eu paro de mexer no pé para ficar de frente para ele - Hijo de puta é você! 

Dani corre para me puxar, mas eu não tiro meu pé do lugar ainda encarando o jogador adversário. 

O camisa 21 da Argentina faz um sinal para eu manter a calma e eu quero é manter ele bem longe do campo, Dybala 'tá querendo pagar de pacífico agora. 

- Vai se fuder você também - eu xingo o outro argentino.

Ele e mais dois jogadores argentinos arrastam o zagueiro para longe de mim e eu não deixo de provocar.

- Vaza mesmo antes que dê ruim pra você - eu grito e o juiz me olha feio - E agora eu tenho culpa? 

- Esquece isso, cara - Ney pede - 'Tá sentindo alguma coisa no pé? 

- Não, vamo seguir logo e acabar com isso - eu falo me soltando do braço do Alves e o juiz segue o jogo. 

A partida recomeça com um clima mais pesado e nada amigável, Otamedi segue querendo tirar a bola de mim toda vez que eu fico com ela nos meus pés. Passa um tempo relativamente grande sem mais imprevistos, mas mesmo assim ainda é um jogo agressivo. 

O jogo para de novo já perto do final com uma falta feia em cima do Martinelli que faz ele cair no campo e sair rolando para fora com a mão na canela enquanto o jogador rival cai para o outro lado. 

Ponho a mão na cintura olhando de lado o juiz conversar com os jogadores do lado oposto, enquanto ele não apita olho para arquibancada e vejo a Fernanda quase pendurada na grade acompanhando o tumulto pelo telão no meio do estádio. 

Ela prendeu o cabelo num coque, está com o cenho franzido e o olhar séria concentrada no campo, escolhi muito bem dessa vez. 

- Vai dar pênalti, certeza - Marquinhos fala chegando do meu lado e me entregando meia garrafa de água que eu aceito, o juiz parou totalmente o jogo para conferir o que aconteceu. 

Game || Antony Onde histórias criam vida. Descubra agora