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John Clifford.

Resolveram fazer mais uma festa, dessa vez com o pessoal do bairro, já que aqui as pessoas são interligadas.

Eu não tinha quem chamar.

Em outro momento, com certeza chamaria a Sofia, mas agora ela provavelmente já foi chamada...

Sinceramente não consigo entender como nos afastamos tanto em tão pouco tempo, só sei que a falta que sinto dela não passa.

Talvez só passe quando voltarmos a nos falar, se isso for possível.

Agora eu teria que ir à festa com aquela filha da amiga da minha mãe, que eu nem gosto, mas fui convidado e minha mãe praticamente me obrigou a aceitar.

Agora preciso escolher minha roupa, vou usar uma coisa bem simples, já que eu nem tava querendo ir pra essa festa.

Não gosto nem um pouco da ideia de ver a minha fanática pelo Conan Gray com algum garoto que não seja eu.

Mas enfim.

Resolvi usar só uma blusa branca, calça cargo e um all star.

Agora só preciso me arrumar.

Já estou pronto, agora vou pra casa da Juliana, já que ela cismou que precisamos chegar lá juntos também.

Menina grudenta demais.

- Oi, Juliana. - falei com uma animação tão "grande" que fiquei na dúvida se ia pra uma festa ou um velório.

- Oi, John! Que bom que você chegou, você tá bem gatinho. E cheiroso também - falou quase colocando o rosto no meu pescoço, mas eu me afastei.

- Obrigado. Já podemos ir?

- Ah, claro gatinho!

Chegando na festa foi exatamente como imaginei.

Já estava com bastante gente, e duas dessas pessoas eram a Sofia e aquele garoto, e agora parece que ela nem me enxerga mais.

Eu não consigo entender.

Esse garoto não tem nada demais, ele ainda parece meio idiota, que pode magoar ela, ou talvez seja só coisa da minha cabeça, colocando defeitos nele simplesmente por querer ela.

Mas agora, durante a festa inteira, eu vou ter que aturar isso e a Juliana flertando comigo o tempo todo enquanto eu preciso fingir que não vi que foi um flerte.

Algum tempo depois, começou a tocar uma música que eu nunca imaginaria que tocaria em uma festa dessas, mas foi justamente para os casais dançarem.

A música era "Every Breath You Take".

Eu adoraria dançar com ela, mas ele a chamou primeiro.

Teria um significado especial para nós dois essa música.

Ela já tinha me dito que amava essa música, e nós dois amamos stranger things, que inclusive eu só assisti por causa dela e com ela.

Então seria uma baita referência sobre aquela cena da Max e do Lucas na segunda temporada, que era uma das nossas favoritas.

Mas enfim, não ia rolar, ela já estava lá com outro garoto.

A Juliana me chamou para dançar também, e como não tive muita escolha, eu fui.

Coloquei a mão na cintura dela e ela no
meu ombro.

Tentei me concentrar, mas só conseguia
olhar para Sofia e na possível tragédia que aconteceria se ele beijasse ela.

- Você gosta dessa música?- Juliana
perguntou e eu continuei olhando.

- Gosto.- respondi rapidamente.

- Que bom que você aceitou, sabe? Eu não saberia o que fazer se não aceitasse.

- Por que?- perguntei achando que era isso o que eu deveria dizer.

- Eu gosto demais dessa música, dançar ela com você vai ser muito especial.- falou sorrindo e encostou a cabeça no vão do meu pescoço.

Que proximidade é essa?

Deixei?

- Que bom, aqui tá bem legal também.- falei apenas por educação.

Enquanto isso eles estavam lá, num clima super romântico que me fazia ter vontade de vomitar.

Percebi que as coisas estavam muito
melhor lá do que aqui, então coloquei um sorriso no rosto.

O menino dançava suavemente com ela, tinha as mãos na sua cintura e fazia
carinho no seu cabelo.

Eu também adorava mexer nele..

Apesar que de vez em quando ela
reclamava um pouco por causa da sua
finalização, acho que e assim que chama.

Mas nunca mandava eu parar, acho que ela gostava.

Vi que cada vez mais eles se aproximavam.

E ele falava coisas que faziam ela rir.

Que ódio, vontade de ir lá mandar ele
seguir o caminho dele e voltar a falar com a Sofia.

Até que chegou um momento em que ele colocou a franja dela atrás da orelha, eles se encararam e aconteceuo pior.

Eles se beijaram.

Dessa vez não foi um selinho, foi um beijo.

Dei um grito internamente.

Nem sei se ela está fazendo isso porque
quer ou pra me fazer ciúmes.

Pra falar a verdade, eu nem tenho certeza se ela realmente me viu.

Espero que tenha visto.

- Já reparou o quanto essa música é boa pra beijar?- ela perguntou do nada.

Sim.- respondi no automático.- Não, quer dizer... é.. é sim.- respondi novamente, confuso.

Ela riu.

- Tá nervoso, John?

Com aqueles dois ali quase se engolindo?

Tô sim.

Vem cá, essa menina não cala a boca não?

Será que eu vou ter que beijar ela pra ela fechar a matraca?

Porque bater eu não posso.

Forçar ela também não.

Fechar a força muito menos.

A única solução mais rápida era essa.

Puxei a menina e no mesmo instante a
beijei.

Tomara que a Sofia veja isso.

Não porque eu quero que ela fique
magoada.

Mas não quero parecer que não superei ela, apesar de não ter superado.

Não precisava mostrar isso por aí, já
bastava o que eu sentia.

Segurei a cintura da Juliana em um beijo
calmo.

Até porque eu realmente nāo tava coma
menor vontade.

-Você realmente beija tão bem quanto
parece.-falou quando nos separamos.

- Você também.- menti.

Ela até que beijava bem, mas eu sabia
quem beijava melhor.

Acho que o beijo só tem mais significado quando você beija alguém que realmente gosta.

E não quando conhece não sei e quantas pessoas numa festa.

O beijo é muito melhor quando envolve
sentimento.

Foi assim com Sofia.

Nós nos conhecemos antes, deu tempo de gostar dela.

Deu tempo de tudo.

Só não deu certo.

Saí do transe quando Juliana me puxou
pela camisa me dando mais um beijo.

continua...

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