Capítulo 7

215 13 7
                                    

A revolução será feminista.

Nós vivemos em uma sociedade patriarcal, onde ainda acreditam que as mulheres devem ser submissas aos homens, mas a grande verdade é que só querem isso porque sabem que uma mulher decidida a não se calar é uma mulher que jamais será segurada.

Durante anos fomos vistas como um objeto sexual, em 1916 era permitido que o marido castigasse a mulher se ela fizesse algo que ele julgava errado, mas até hoje ainda somos castigadas por simplesmente existir.

Por que quando 15 homens falam que uma mulher é puta vocês acreditam mas quando 15 mulheres falam que foram estupradas vocês pedem provas? Aliás, puta, adjetivo usado pela sociedade patriarcal para definir mulheres que tem atitudes iguais ou similares a de um homem.

Violadas, mortas, assediadas, estupradas, todos os dias uma mulher é morta, todos os dias sangue feminino é derramado mas ainda insistem em dizer que o feminismo é frescura.

Feminista, pessoa que acredita na igualdade social, econômica e política entre homens e mulheres, não queremos mais ser apagadas das histórias, nós fazemos parte dela, a revolução será feminista.

Sempre sendo vista como um objeto, como um ser inferior aos homens, tanto que mulheres morreram lutando para conquistar direitos básicos para as futuras mulheres que viriam, o direito ao voto, o direito de frequentar uma escola, direito de frequentar uma universidade, direitos esses que sempre foi dado de bandeja aos homens.

Por que? Por que vocês são tão superiores se vocês saíram de um útero, vocês precisaram que o sexo frágil e inferior aguentasse vocês por nove meses na barriga, aguentasse a dor do parto, a verdade é que sem as mulheres não existiria sociedade.

Angel: Esse é o meu trabalho sobre porque o feminismo é importante. - acrescentei. - O feminismo é o grito das mulheres que não estão mais aqui para gritar, daquelas que foram vítimas da sociedade e foram mortas.

Estava na aula de literatura avançada apresentando meu trabalho sobre feminismo para a turma, o professor me olhava com julgamento, mas eu sei a importância e o peso do feminismo como todos deveriam saber.

Professor: Senhorita Miller. - iniciou. - Não me leve a mal, seu trabalho está excelente.

Angel: Mas? - perguntei sabendo que viria um comentário negativo.

Professor: Não tente mexer no equilíbrio do universo, as coisas são como são. - afirmou.

Angel: Desculpa, cê tá me dizendo que eu deveria baixar a cabeça e aceitar ser tratada como inferior e incapaz só por ser mulher? - perguntei encarando o mesmo.

Professor: Tenha calma senhorita Miller, está sendo agressiva. - disse me encarando.

Angel: Não, eu não estou sendo agressiva. - disse séria. - Eu sou uma mulher, eu tenho voz e posicionamento, é isso que te incomoda tanto, professor, cê sabe que não vai me silenciar.

Professor: Ok, chega. - disse se levantando. - Sente-se.

O sinal tocou informando o fim da aula, sai da sala com a Ginny, a Max e o Hunter, eu estava tão irritada que poderia acabar sendo expulsa daquela turma, o professor é tão racista e tão machista, são pessoas assim que me fazem questionar se um dia viveremos em uma sociedade melhor.

Fomos todos até o refeitório onde estava Norah, Abby, Jordan, Press e Brody, nós sentamos com ele e logo Abby percebeu minha face nada feliz.

Abby: Ei, que foi amiga? - perguntou analisando meu rosto.

Angel: Eu odeio o professor de literatura. - afirmei séria. - Ele desprezou meu trabalho sobre o feminismo dizendo para eu não mexer no equilíbrio do universo. - gritei irritada.

Miller Girls Onde histórias criam vida. Descubra agora