Capítulo 13

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               A verdade.

 
   Press narrando.

  Aquele sorriso, aquele maldito sorriso que me desarma e tira meus medos, me passa segurança e acalma meus demônios, ela me amaria se soubesse a verdade? Ela me deixaria se eu contasse para ela o motivo de ter ido para um reformatório durante um ano inteiro?

  Aqueles olhos verde e azul, que carrega um abismo de sentimentos e lágrimas que não foram derramadas, a garota que eu não desisti enquanto não fiz minha, aquela que no início eu só queria algo momentâneo e hoje eu não me imagino sem.

Ela ainda me amaria se eu contasse o grande filho da puta que eu fui? Se eu contasse para ela que eu quase matei o pai do filho da minha irmã, que eu fiz ele ficar na UTI desacordado durante um mês, ela ainda me escolheria? Eu ainda seria o baby dela?

A verdade é que eu não matei ele porquê conseguiram me tirar de cima, eu fiz ele ter um traumatismo craniano devido a força que eu bati sua cabeça no chão, ele está até hoje tentando sair da cadeira de rodas porque eu empurrei ele da escada, mas eu faria de novo e de novo.

Eu ainda me lembro de ver o desgraçado em cima da minha irmã batendo nela com a toda a força dele, a menor quase sofreu um aborto devido a agressão, isso fez com que só aumentasse os riscos da gravidez do Jonan, meu sobrinho nasceu prematuro, com oito meses e ficou no hospital um mês inteiro, lutando pela vida.

Hoje as 17:00 será o batizado do meu menino guerreiro, ele tem três meses, quando eu saí do reformatório minha irmã já tinha dado à luz ao pequeno, eu não vi meu sobrinho nascer mas eu não perderia o batizado dele, afinal, ela me escolheu para ser o padrinho dele e eu abracei essa missão.

Eu quero a minha Angel do meu lado nesse momento, quero compartilhar com ela a felicidade de ver que meu sobrinho sobreviveu mas eu fugi da briga, eu tive medo de contar a verdade e perdê-la, mas eu posso ter perdido ela pelo meu medo.

Estou sentado na sua cama, esperando ela chegar da agência de modelos, minha princesa estava tão feliz hoje comprando os materiais do seu curso que ela esperou tanto tempo para voltar a viver isso e eu estraguei.

A porta foi aberta revelando a pequena, seu rosto mostrava o seu cansaço e mostrava sua infelicidade, merda, eu odeio magoá-la e odeio mais ainda o jeito que seus olhos me imploraram para não virar as costas e eu virei.

Angel: O que que cê quer? - perguntou brava.

Press: Te contar a verdade. - iniciei. - E pedir desculpa por ter virado as costas e ido.

Angel: Cê fugiu. - afirmou. - Eu não to com cabeça para isso, eu quero descansar um pouco, aproveitar que hoje não tem curso.

Press: Eu sei. - disse caminhando na sua direção. - Mas me escuta, por favor.

Angel: Ok. - disse se sentando.

Press: Eu fui um idiota por ter batido nele e por ter te deixado lá sozinha. - iniciei me ajoelhando na sua frente. - Mas eu odeio tanto ele, ele é irmão do pai do Jonan, eu nunca te contei do pai dele porquê eu não sabia se você ainda me olharia do mesmo jeito, quando a minha irmã tava grávida, bem no início da gravidez, na segunda semana, o pai do bebê agrediu minha irmã porque ela tinha se drogado, ele bateu nela com tanta força que ela quase sofreu um aborto, quando eu escutei os gritos da minha irmã pedindo socorro eu perdi o controle e fiquei cego de raiva, eu bati nele com tanta força que ele teve um traumatismo craniano, eu joguei ele da escada da minha casa, ele perdeu os movimentos das pernas, eu fui para um reformatório e fiquei um ano lá, não vi o Jonan nascer, não acompanhei a gestação dele, o Dylan não acredita que o irmão dele tava batendo na Lili, ele chama a minha irmã de drogada e diz que ela tá mentindo, mas eu vi a cena e o Jonan nasceu prematuro, ele ficou um mês no hospital lutando pela vida, é um milagre ele estar vivo.

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