Capítulo 17

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De volta ao início.

Coração acelerado, breves lembranças de gritos, alguns relâmpagos, mas nada nítido, tentando me forçar a lembrar de qualquer coisa, de qualquer momento que eu vivi nessa cidade, mas nada faz sentido.

Minha irmã me contou coisas que eu fiz e que aconteceram na minha vida mas eu não consigo acreditar que amadureci tanto, que criei tanta confiança em mim mesma ao ponto de criar um grupo feminista para lutar contra o patriarcado.

Pelo o que parece, eu criei amizades, uma garota ruiva estava até agora comigo me contando muitas coisas, ela me trouxe uma caixa de bombons e balões cor de rosa, me abraçou e chorou me agradecendo por estar viva.

É tanta coisa para assimilar, para raciocinar, todos que passam por esse quarto me contam algumas histórias que me deixam envergonhada por não lembrar, eu pareço ser alguém importante para essas pessoas e não consigo sequer lembrar o nome delas.

A grande maioria das pessoas me fala sobre um tal de Matt, aparentemente eu namorava com esse garoto e era apaixonada por ele, é estranho pensar nisso porque eu não lembro o rosto dele e toda vez que seu nome é citado eu não sinto nada além de raiva por não lembrar dele.

Estou deitada na cama de hospital, sozinha no quarto, é a primeira vez que me deixam sozinha, minha família tem cuidado de mim como a muito tempo eu não me permitia ser cuidada, é acolhedor essa sensação, a única coisa que eu consigo pensar agora é em ver meu pequeno anjo loiro, mas só vou poder ver ele quando sair desses aparelhos.

De novo essa dor forte nas minhas costas, era como se alguém estivesse me batendo com a fivela de um cinto e minha pele estivesse sendo rasgada, eu estou ficando irritada de ficar só nesse quarto, eu só quero sair daqui um pouco.

A porta foi aberta revelando um garoto alto, com um físico forte, cabelos pretos e a pele clara, seus olhos frios me fitavam com intensidade, o moreno caminhou lentamente na minha direção e a sua voz rouca chamou "princesa", sua mão fria segurou a minha e senti um arrepio percorre por todo meu corpo quando seu anel gélido encontrou minha pele.

Angel: Quem é você? - perguntei confusa retirando minha mão do seu toque.

Press: Cê não lembra de mim, princesa? - respondeu com um sorriso no rosto.

Angel: Eu deveria lembrar de um garoto que entrou no meu quarto como se fosse um príncipe encantado? - perguntei fria.

Press: Cê costumava gostar da minha postura. - disse rindo.

Angel: Impossível, eu odeio garotos egocêntricos. - afirmei séria.

Press: Não foi isso que você me disse quando aceitou namorar comigo, amor. - disse sussurrando no meu ouvido.

Angel: Não encosta em mim. - gritei com medo. - Socorro, tem um estranho no meu quarto. - gritei assustada.

Press: Princesa, olha pra mim. - disse colocando as mãos para trás. - Eu sei que você não quer ser tocada agora, cê tá assustada e com medo, mas eu nunca te faria mal.

Angel: Quem é você? - perguntei lacrimejando.

Press: É horrível te ouvir perguntando isso. - afirmou sério. - Eu esperava que cê lembrasse de mim, eu sou o Matt Press.

Angel: Press? - perguntei reconhecendo o nome.

Press: Seu namorado. - disse sorrindo.

Angel: Não, eu não tenho namorado. - afirmei séria. - Eu lembraria disso.

Press: Cê não lembra de muita coisa, amor. - respondeu me fitando com os olhos.

Angel: Sai agora do meu quarto. - gritei brava.

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