Capítulo 15

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Caçador e caça parte 1.

O pole dance é uma dança, uma arte e foi ele que me deu confiança e autoestima, eu amo a sensação de que eu tenho o poder e eu me sinto assim sempre que estou dançando pole dance, essa arte me permiti mostrar o meu lado mais perigosa.

Eu sinto os olhares no meu corpo, as pessoas me desejando, outras me invejando, eu me sinto a porra de uma deusa, minha aparência angelical esconde os meus demônios, eu estou no controle quando estou no pole dance.

Depois que você passa por tanta merda, você se vê obrigada a mudar, destruíram minha inocência de criança e me fizeram mudar a força, eu fui obrigada a ver a maldade nas pessoas, sempre confiar desconfiando, afinal, eu era uma garotinha pura que acreditava em deus e rezava pra ele me proteger, mas onde ele estava quando eu fui violada tantas vezes?

Agora eu sou uma pecadora, minha alma doce se tornou suja, cheia de pecados, escondendo o meu desejo de vingança, o anseio da minha alma sombria de ver o sangue do kelvin jorrar lentamente, ver ele agonizando igual eu agonizava toda vez que suas mãos grandes encostavam em mim.

Perigosa, era como o Kene me chamava depois de cometer o ato de violência contra mim, ele estava certo, eu sou perigosa e tenho o sangue dele nas mãos, o filho da puta só não sabia que eu seria responsável pela sua morte, só sinto muito que ele não tenha sofrido um por cento do que eu sofri na sua mão.

Hoje é quinta feira e todas as quintas eu não tenho curso de moda, estou aproveitando meu tempo livre para praticar pole dance na barra que eu comprei e coloquei no meu quarto, para eu ter um refúgio, algo para treinar até não aguentar mais.

Minha pele nua exposta, apenas de lingerie de renda rosa bebê, flutuando sobre a barra de metal dançando de forma lenta e sensual, fazendo movimentos que precisam de flexibilidade e precisão, ao som de "God is woman", estou no topo da barra sustentando meu peso de cabeça para baixo da forma mais sensual possível, céus, estou viva.

A porta do quarto foi aberta revelando minha mãe, ela me observava sorrindo enquanto eu dançava, Georgia Miller, eu sou uma versão melhorada da minha mãe, capaz tudo para sobreviver, capaz de tudo pela família, violando leis e mandando se fuder as crenças vazias para suprir a carência emocional de cada pessoa.

Georgia: Eu amo te ver dançando. - disse sorrindo ao se sentar na minha cama.

Angel: Um dia eu vou aprender a dançar lira acrobática e tecido acrobático. - disse enquanto girava na barra. - Eu prometo.

Georgia: Eu sei que vai. - disse me observando. - Cê consegue tudo que quer.

Angel: Eu herdei o seu instinto de sobrevivência e de correr atrás do que quer. - disse ao me virar de cabeça para baixo.

O instinto de sobrevivência, como se eu fosse a caça na floresta fugindo do animal selvagem, mas agora o jogo inverteu, eu vou ditar as regras, eu vou caçar o Kelvin até o inferno e vou ter o seu sangue nas minhas mãos também, e não, não vou me arrepender disso.

Georgia: Eu sei disso, jujuba. - disse rindo. - Cê vai ir na noite dos anos 80?

Angel: E me vestir como uma menina doce e virgem ? - perguntei rindo. - Sim, eu vou, prometi para o Joe que iria cantar.

Georgia: Eu preciso ver isso. - disse rindo da minha face. - Cê podia tocar, igual na balada clandestina.

Angel: O Press tá louco pra me ver tocando. - afirmei enquanto subia até o topo da barra.

Georgia: Ele quer conhecer todas as tuas versões. - disse sorridente.

Angel: Ele quer conhecer os meus demônios, de alguma forma ele consegue dominá-los. - afirmei descendo da barra.

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