Capítulo 14

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Menina perigosa.

Uma coisa bem louca sobre as corridas clandestinas é que os corredores e os copilotos não podem mostrar os rostos e nem revelar os nomes verdadeiros, por isso o moreno sempre dirige com um gorro preto tapando o rosto e me deu um gorro cor de rosa para cobrir o meu também.

Aqui, ele se sente poderoso por ser ele mesmo, ninguém sabe quem ele é, de quem ele é filho, as merdas do passado dele ou sequer qual o seu rosto, por isso ele vibra quando está aqui, quando estamos aqui somos nós dois, el diablo e a Lilith, Press me trouxe para o seu mundo, me colocou no seu furacão e pra variar, ganhou mais uma corrida.

                               
                                   05:30

Me acordei com meu namorado abraçado ao meu corpo, ele não dormiu de novo, Press tem insônia e isso causa muita ansiedade e estresse no moreno, ele estava acariciando meus fios de cabelos que estavam embaraçados devido os puxões na noite passada, céus, que madrugada.

Seus olhinhos cansados carregavam olheiras fundas que deixam nítido que ele precisa descansar, ele dormiu no máximo cinco horas essa semana, não sei como ele aguenta.

Angel: Cê tem que parar de me olhar dormindo. - disse sorrindo.

Press: Bom dia princesa. - disse me puxando para o seu peito.

Angel: Não dormiu nada essa noite, né? - perguntei já sabendo a resposta.

Press: Consegui tirar um cochilo, uma hora. - disse sério.

Angel: Quer malhar comigo? - perguntei encarando seus olhos.

Press: Preciso ir ver o Theo. - explicou.

Angel: Tudo bem, vai lá baby. - disse depositando um selar na sua testa.

Logo o moreno se vestiu e saiu pela janela, observei sua face triste e cansada, seus olhos fundos, sua mão enfaixada, a preocupação e ansiedade tomando conta dele, eu faria qualquer coisa para melhorar seu ânimo.

A porta foi aberta revelando minha irmã, a garota tinha os olhos inchados e vermelhos, ela estava chorando e veio até mim procurando colo, eu posso ser extremamente fria mas quando se trata dos meus irmãos e da minha mãe, eu sou irracional, não hesitei em abraçá-la com força.

Angel: O que foi aconteceu? - perguntei acariciando seus fios.

Ginny: Ele não me ama. - disse chorando.

Angel: Marcus? - perguntei segurando seu rosto.

Ginny: Ele só quer transar comigo escondido. - explicou.

Angel: Escuta nuna, ele é um babaca e me assusta o teu nível de carência e baixa autoestima para aceitar ser tratada de qualquer jeito. - disse séria.

Ginny: Como eu faço ele me amar? - perguntou fitando meus olhos.

Angel: Não da pra fazer ninguém te amar, não seja burra Virgínia, não pense com o coração, você não pode fazer ele te amar, mas pode fazer ele te temer, a pior vingança é se tornar a mulher que ele nunca vai poder ter. - afirmei firme.

Ginny: Como? - perguntou confusa.

Angel: Como ele vai te amar se você mesma não se ama? - perguntei encarando seu rosto. - Você ensina as pessoas como elas podem te tratar, se você aceita ser tratada de qualquer jeito, ele vai te tratar assim.

Ginny: Quando foi que cê amadureceu tanto? - questionou sorrindo.

Angel: Quando eu tive meu corpo violado e precisei entender que a culpa não era minha. - afirmei séria. - Escuta, você precisa ser fria para ser uma rainha, Ana Bolena só pensava com o coração e acabou decapitada, você tem que se colocar em primeiro lugar.

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