Capítulo 10

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Quando vamos à luta.

Uma sequência perfeita de socos e chutes, sem errar nenhum, quatro adversários no chão, todas as lutas ganhas, quando vamos à luta precisamos saber que perder não é uma opção.

A dor da perda, o luto, a angústia e a incapacidade, nada a ser feito, só ver a pessoa que você ama bem na sua frente já sem vida, saber que ela lutou até o último segundo e sofreu angustiada sozinha, era exatamente que ele se sentia desde o ocorrido.

Raiva, vontade de quebrar qualquer coisa a sua frente e gritar desesperadamente, mas ninguém escuta teus gritos, não tem ninguém vendo a sua dor, só você e você, do que somos feitos? Seja lá do que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais, ele se dá bem com as vozes na minha cabeça e eu acalmo os demônios dele.

Ele viu a pessoa que mais amava lutando para viver até o último fôlego, ele pediu pra deus não levar seu ente querido, mas se esqueceu que deus não existe e se ele existe, é um grande filho da puta que odeia a humanidade, dizem que esse deus sabe de todas as coisas, eu digo que não, ninguém sabe o que está por vir, nós só precisamos estar vivos para morrer, é uma questão de segundos.

Segundos, aqueles segundos agonizantes de ver o corpo sem vida dentro de um caixão de madeira e se resumir nisso, um corpo vazio apenas, porquê a alma que tanto amou não está mais ali, só o casulo, por mais diferente que aquela alma fosse do outro o desejo de tê-la ainda queima.

Ele ganhou a luta, ele foi a luta e ganhou, Press gritava eufórico com o troféu do torneio de karatê em mãos, primeiro lugar, campeão do torneiro anual de karatê de Wellsbury.


                                   03:40

Estamos todos no porão do Brody onde estava acontecendo uma festa para comemorar a vitória do moreno, que sorria, estava dançando com a Abby ao som de Ariana Grande, a ruiva tinha as mãos pequenas na minha cintura enquanto eu rebolava lentamente ao som da música em frente ao seu corpo.

Abby: Ele fica te olhando de longe te admirando. - gritou no meu ouvido.

Angel: E você e o Jordan? - perguntei.

Abby: Ele me quer. - disse risonha.

Angel: Quem não quer? - perguntei fitando a ruiva com os olhos.

Abby: Eu tenho as pernas muito grossa. - explicou. - Acho feio.

Angel: No Brasil pernas grossas são sinal de beleza. - tentei animar a maior.

Jordan caminhou na nossa direção com um sorriso sapeca no rosto, ele envolveu a ruiva nos braços e me fitou com os olhos.

Jordan: Então gatinha, que cê acha da gente tocar uma música? - perguntou bêbado.

Angel: Você consegue tocar bêbado? - perguntei divertida.

Jordan: Eu consigo fazer muitas coisas bêbado. - afirmou provocativo.

Abby: Que nojo Jordan. - disse rindo.

Jordan: Quer descobrir ruiva? - perguntou.

Angel: Cadê o meu namorado nessas horas? - perguntei risonha.

Press: To aqui. - disse abraçando minha cintura.

Abby: Cê chama ele vem que nem um cachorrinho. - provocou rindo.

Jordan: Faz au au pra sua dona. - riu.

Press: Eu faço muitas coisas pra minha princesa. - afirmou.

Angel: Press. - repreendi o moreno.

Após muito dançar e beber, estava no meu quarto deitada com o Press e contando para ele como foi meu dia ontem, ele queria saber da agência e da aula de dança de ventre, ele estava eufórico em me ver sorrindo e afirmou que eu ficaria sexy demais dançando a dança do ventre.

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