Laranja 🍊

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Era Sábado. Um dia seguinte ao que tinha acontecido entre Jenne e Emmy. Jenne estava em seu quarto, não parava de fitar o caderno que Emmy havia deixado para trás.

Por algum motivo estranho, Emmy não aparecia no refeitório nos dias de Sábado e Domingo. Se ela, por acaso, aparecesse, Jenne poderia entregar o caderno. Mas, no fundo, Jenne sabia que, assim como nos outros fins de semana, nesse, Emmy não apareceria.

- Você já leu o que tem aí? - Nina perguntou, levantando de sua cama, assustando Jenne. Ambas compartilhavam o mesmo dormitório.

- Claro que não! Seria invasão de privacidade! - se defendeu, sem admitir que, no fundo, estava morrendo de curiosidade para saber o que tinha no caderno.

- Invasão de privacidade? - Nina zombou - pode ser que tenha algo aí que te leve até ela.

- Como assim? - os olhos de Jenne brilharam ao olhar para o caderno.

- Não sei, só estou dizendo. Se eu fosse você, eu leria - falou, antes de entrar no banheiro, deixando Jenne só, com seus pensamentos e o caderno.

a primeira página. a primeira página. a primeira página. As palavras dançavam na mente dela, como um letreiro em letras piscantes e garrafais.

Tomada pela curiosidade, ela abriu o caderno e, como se o destino tivesse orquestrado aquele momento, ela se deparou com a folha de preenchimento para caso de perda. Seus olhos brilharam mais uma vez.

Nome: Emmy Miller
Endereço: Primeira Av. 331. Jericho, Vermont.
Telefone: +1 408 747 8484

Sem pensar duas vezes, ela pegou o telefone e discou o número. Ponderou um pouco antes de ligar, mas acabou decidindo que essa seria a melhor opção.

- Alô? - a voz melodiosa soou no telefone após o segundo toque.

- Emmy? - Jenne perguntou, estranhando a garota estar em casa, não no internato. Esperava que alguém da família atendesse, não a mesma. Mas não reclamaria da sorte, jamais.

- Jenne? - Emmy parecia tão surpresa quando Jenne.

- Huh.. desculpa estar ligando assim do nada.. é que você deixou seu caderno cair ontem quando o sino tocou e eu pensei que poderia devolver e...

- Eu não estou no internato - Emmy interrompeu - estou em casa. Isso é meio óbvio, visto que atendi o telefone de casa.

- Ah, em casa, sim, claro - Jenne olhou para Nina, que acabara de sair do banheiro. Nina apontou para Jenne e para o caderno e fez sinal de sair - eu posso levar o caderno aí!

- Jura? - Emmy pareceu se alegrar - você viria mesmo na minha casa?

- Se você quiser... - Jenne afirmou.

- Se você quiser - Emmy ecoou - eu quero, claro! Vou preparar sanduíches! Eu sei preparar sanduíches sozinha, também sei servir suco sem derramar, você vai ver quando estiver aqui. Eu também posso...

- Acho que o sanduíche e o suco já estão de bom tamanho, minha missão é te entregar o caderno - Jenne riu, tentando asfixiar o pensamento de que a verdadeira missão dela era ver Emmy - que horas eu posso passar aí?

- Às 17h, claro! É o horário perfeito! Não é tão cedo, mas também não é tão tarde. E ainda dá para a gente ver o pôr-do-sol daqui de trás.

- Daqui de trás? - Jenne perguntou.

- Sim! Atrás da minha casa tem um lago, mas também tem um jardim, mas também tem um balanço daqueles que cabem duas pessoas, sabe?

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