- E é um... e é dois... e é três e... - Jenne atirou com a nova pistola de bolhas de sabão em Emmy, fazendo as bolhas dançarem sobre a garota, que repousava debaixo da árvore que ficava em frente à casa de Jenne, mas Emmy parecia em transe, não se mexeu, sequer piscou.
Faziam três meses desde que Emmy tinha ido morar com Jenne e sua família. Ana deixou de ser sua curadora judicial, após ser provado, por várias testemunhas e gravação em vídeo, agressão física. Emmy só pediu uma coisa: que não fizessem mal à sua mãe.
Embora Ana tivesse um longo histórico de querer ter controle sobre tudo que a garota fazia e aquele ter sido o estopim do abuso da mãe, o coração de Emmy era puro demais para lhe desejar algum mal. Então, o único castigo de Ana foi ter sido condenada a viver uma vida distante da filha.
- Amor - Jenne sentou-se ao lado da outra, preocupada com a apatia da namorada, disparando mais bolhas, para cima dessa vez - olha as esferas mágicas.
- Não quero brincar - Emmy disse, num tom pedante, ao qual Jenne estava habituada ultimamente, abanando as bolhas à sua frente, para que sumissem.
- O que você quer?
- Ficar parada.
- E se eu der um cheirinho aqui? - Jenne perguntou, deixando uma fungada no pescoço de Emmy, que sorriu e se contorceu.
- Sai, sai, sai - Emmy tentou afastar Jenne, enquanto a outra tentava dar mais cheiros, após ver que aquilo tinha tirado o primeiro sorriso da namorada depois de dias - eu quero ficar triste.
- Tive uma ideia brilhante!
- Uma moeda... - Emmy começou, mas interrompeu a frase.
- Por que não terminou a frase?
- Não tenho moedas, elas ficaram na minha... na casa da minha mãe.
- Eu te empresto, quando entrarmos eu te dou.
- Pegue minhas moedas, me dê seus pensamentos.
- Vem cá - Jenne chamou e a outra se aproximou, curiosa, pronta para que Jenne cochichasse em seu ouvido - e se a gente fosse visitar a sua mãe?
Os olhinhos de Emmy brilharam.
- Sério?
- Sério. Sei que você quer isso.
- Você quer isso.
- Você quer, eu sei. Então, amanhã, quando eu chegar da faculdade, que tal?
- Sim! - depois de muito tempo, Jenne podia ver um sorriso genuíno no rosto da garota.
Por mais abusiva que a mãe fosse, Jenne não podia contestar o apego que Emmy tinha à ela, afinal foram 18 anos vivendo juntas e elas viveram momentos aparentemente bons também. Sem falar que não é fácil para uma vítima se livrar de um relacionamento assim. Mal podia imaginar o que se passava na cabeça de Emmy, mas procurava entendê-la, porque só assim chegaria a algum lugar com ela.
☆
- Jen! - Emmy gritou, assim que viu a outra descer do ônibus.
- Emi? O que faz aqui? Veio sozinha?
- Sim, você combinou de me levar à casa da minha mãe, quero muito ver como ela está. Se estiver bem, ficarei bem.
- Ok, passarinha. Vejo por suas mãozinhas que está ansiosa. Vamos lá, então.
Foram caminhando sem pressa até a casa onde Emmy costumava morar. As mãozinhas inquietas e os pulinhos contidos demonstravam a ansiedade em reencontrar a mãe.
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Colors
Любовные романыJenne e Emmy estudam num internato para garotas. Jenne é apaixonada pelo mundo de Emmy, enquanto Emmy vive em seu próprio mundo. Enquanto Emmy passa as manhãs desenhando no refeitório, Jenne a assiste como se fosse o último filme que fosse ver em su...