capítulo 3 -Em breve estarei em Nova York.

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Dia Seguinte:

Hoje é o dia de ir para Nova York, finalmente, de férias do meu marido. Saio em direção à cozinha. Na vida, é necessário mudanças, e essa é a minha primeira mudança após o acidente. Preciso resolver as coisas na empresa.

-Bom dia Ellen! -diz a empregada ao entrar no quarto.

-Hoje é um ótimo dia, Amélia! - respondo, disfarçando. -Ótimo dia porque vou cuidar da empresa do meu marido, sabe?

-Que bom senhora. -responde Amélia com estranheza perceptível em seu olhar.

Amélia é uma empregada antiga da casa, trabalha aqui desde a morte do pai de John.

-Onde está Maria, mãe do meu marido? -questiono.

-Ela está falando com John, ela falou mais cedo que vocês iam tomar café juntos. Já fiz o seu café, senhora.

-Aah, bom, chame eles. Tenho que me apressar, já são 05:30. -reclamo do atraso.

-Vou chamar, senhora. -a mesma responde, abaixando a cabeça.
 
...

Depois de uns dez minutos, Maria aparece com John.

John se aproxima com a cadeira de rodas motorizada, mas Maria  vem logo atrás, como se ele não precisasse de ajuda.

-Você é bem teimoso, John. Por que não deixa sua mãe empurrar a cadeira? -pergunto enquanto ele se encaixa na mesa.

-Porque a cadeira é motorizada, não tem necessidade dela fazer esforços. - responde.

Me sento, e ele não me olha nos olhos. Ontem à noite dormimos em quartos separados, já que ele não quis minha companhia.

-Você só quer ser independente, John. Você tem que entender que isso é uma doença. -digo, irritada.

-Eu sempre fui independente, um acidente não vai me mudar quem sou. Você parece bem alegre com o meu acidente. - ele responde furuiso,o mesmo bate na mesa com um soco e se retira.

O ódio que estou sentindo é anormal. Nunca pensei que ele falaria isso de mim.
      
                               ...

Vou até o quarto, enquanto minha mãe vem correndo atrás de mim,parece até que sou um bebezinho.

-Filho, não precisa ficar assim! Ela só quis dizer que você precisa de ajuda.

-Você nem parece minha mãe, vira mãe dela! -Bato a porta do quarto e me tranco. Talvez fui muito arrogante com minha mãe, mas ela está impossível esses dias. Ela só defende Ellen,Ellen pra cá e Ellen pra lá. Estou de saco cheio, mas eu a amo  tanto "Ellen" que não consigo me separar. Talvez isso só seja um momento ruim no nosso relacionamento por causa do acidente.

Fico martelando na minha mente o que falei com Ellen na mesa,na hora da raiva sempre saiu do controle.

Acho que ela já deve até ter saído, já são 07:00 horas, não me despedi... Me sinto um pouco triste por isso. Mas ela precisava ir para Nova York.
Enquanto isso, observo um quadro com fotos nossas em paris,ela é o amor da minha vida.

Meu leve pensamento é interrompido por batidas na porta.

-Posso entrar? -a voz suave da minha mãe percorre entre o corredor e o quarto.

-Pode! 

Ao entra no quarto,vejo as lágrimas da minha mãe percorrer por seu rosto.

-Não precisa chorar, mãe. Eu te amo. Vê-la chorando correio o meu peito rapidamente.  -Sinto também muita saudade de surfar, você sabe que surfar é tudo o que eu mais gosto, e depois disso, eu não posso fazer nada. Agora, nessa maldita cadeira, eu apenas existo.

-Filho, aceite a fisioterapia.  -a mesma  fala com o tom de quem tenta convencer.

-Não toque mais nesse assunto. Já falei que não quero nem cuidadora e nem fisioterapia. -o silêncio mútuo toma conta do quarto.

Não revisado!
Cometem bastante,porque quanto mas comentários e curtidas,mas a história ganhará visibilidade.🙃
Então curtam e cometem❤️

Querido John.Onde histórias criam vida. Descubra agora