CAPÍTULO 4 - PIQUENIQUE

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Não demorou muito para meu celular tocar enquanto eu assistia televisão. Domingo era sempre o dia de tédio dos meus pais então eles sempre ligavam pra mim.

- Oi mãe.

- Oi filha, e aí, como estão as coisas?

- Tudo ótimo.

- O que fez nesses últimos dias?

- Na sexta sai com a Ellie, e hoje fui no mesmo coffee shop e comi na lanchonete que a Ellie trabalha. Está tudo ótimo.

- Você deve está esquecendo de algo...

- Você viu que o Theo me adicionou no Facebook, não é?!

- Culpada! - Ela riu. - Ele é tão bonito e esperto.

- Ele é... A gente anda se falando mas não tanto. Ele trabalha muito.

- É verdade, eu lembro do Larry falando que ele sempre se focou muito no futuro.

- Ah, mãe. O papai está por aí? Queria falar com ele.

- Vou passar pra ele. Charles, Nina quer falar com você.

- Oi filha.

- Oi pai, tudo bom?

- Tudo sim. Está tudo certo? Tem algum problema?

- Não, está tudo ótimo, eu só queria te fazer uma pergunta...

- Que pergunta?

- Então, eu estava pensando que como eu estou sozinha aqui nessa casa, se você se importaria de eu adotar um cachorrinho.

- O que, Nina?! Está louca? Claro que eu me importo.

- Por favor, pai. Ele seria meu companheiro e meu cão de guarda.

- Você tem alarme, não precisa de um cão de guarda, e a Ellie serve como amiga.

- Pai, por favor. Ele não iria fazer bagunça.

- Nina...

- Por favor, pai. Eu provavelmente fui a única criança que nunca teve um cachorro.

- Nina, você não teve um cachorro mas foi mimada como nenhuma outra por ser filha única.

- Ainda sim... E outra, você nem está morando aqui e provavelmente não vai voltar tão cedo.

- Nina...

- Por favor?

- Okay, mas se eu voltar você e seu cachorro vão morar na garagem. - Eu ri.

- Sem problemas.

- Cuidado, filha.

- Tchau, pai. - Desliguei mais do que feliz que finalmente eu teria um cachorro.

X

Era quarta-feira quando eu recebi uma visita especial no lava-jato. Eu nunca me arrumava muito pra ir no trabalho, só o bastante para parecer apresentável, então eu nunca esperava vê-lo ali tão bonito àquela hora da manhã.

- Bom dia. - Theo falou sorrindo tirando os óculos. Ele parecia um artista de cinema.

- Bom dia. Veio fazer algo em especial?

- O de sempre... Lavar o carro, conversar com a garota mais bonita daqui... - Eu ri alto.

- A mais bonita e a única também. - Eu ri e ele me acompanhou. - Mas obrigada.

- Seu carro tá lá? - Ele assentiu.

- Lavagem simples. - Comecei a digitar no computador. - Tem algo pra fazer essa sexta?

NOS BRAÇOS DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora