NOS BRAÇOS DELA

EPÍLOGO

Vivendo um dia de cada vez sem pensar no futuro acabamos por viver anos juntos.

Nós morávamos agora em São Francisco o que ficava consideravelmente perto de Healdsburg o que não impedia as crianças de sempre estarem com a gente. Eu trabalhava em uma produtora no ramo de animação e o Eric não era mais detetive, ele tinha sido "promovido" para tenente, ele basicamente era chefe dos detetives agora. Tudo isso em São Francisco, o que fazia ele ganhar mais e trabalhar mais o que ele adorava já era a cidade grande que ele sempre sonhou.

Alex tinha 16 anos e estava muito ocupada com seu namorado, mas ela adorava trazer uma amiga pra passar o final de semana em São Francisco por ser mais movimentado. Alex era definitivamente mais difícil, mas acabamamos ficando próximas. Ela mesma pedia pra eu levar ela e suas amigas para algum show, ou até mesmo pra fazer compras com ela. A gente agia como amigas já ela era apenas 10 mais nova do que eu.

Greg não gostava muito da distância porque ele agora estava longe dos cachorros mas com quase 10 anos ele gostava do tanto que tinha pra fazer em São Francisco. Mas ele também estava na fase de ficar muito tempo com colegas, e ser mais independente, não querer os pais pra nada.

Eu tinha conhecido a mãe do Eric, ela se chamava Lauren, ela foi uma simpatia de pessoa. Ela não criticou o filho nem nada pelo divórcio como achei que ela iria fazer. Ela morava com a tia do Eric na Filadélfia, o que deixava o Eric mais tranquilo no quesito de deixa-a.

Com o tempo descobri que o pai do Eric tinha saído de casa quando ele ainda era uma criança, ele não gostava de tocar no assunto. Esse era não só um assunto delicado pelo seu pai, mas porque ele tentava ser tudo para Alex e Greg, e até para Anna, o que seu pai não foi capaz de ser.

A Anna não me odiava mais, mas ela me aturava.

Ela finalmente tinha encontrado alguém legal então todos agradeciam por isso. Era ótimo não ter que viver perto dela, já bastava as ligações desaforadas ou quando eles brigavam ela colocar a culpa em mim. Sim, apesar do tempo, ainda existiam as brigas.

Cada família e seus dramas.

Ah. Apenas depois de 3 anos é que finalmente aceitei seu pedido de casamento. Na verdade, a gente morava junto há um tempo, mas sempre achei que era muito nova pra casar, apesar dele querer.

Pensamos que agora que as coisas estão calmas, as crianças estão crescidas, acostumadas com a ideia, e nós temos empregos melhores, então achamos que seria uma boa hora.

"Você sempre foi tão mais paciente que eu." Eric diria.

A verdade é que casar era um passo gigante para um relacionamento como o nosso. Não era apenas questão de idade. Mas aquele anel e aquela aliança tinham um peso muito maior pra nós do que para um casal convencional.

Eu ainda ficava um pouco insegura. Na verdade, muito. Achava que assim que colocasse aquela aliança, as coisas iriam piorar, e iriamos entrar em uma fase que eu tentava evitar.

Confesso que tive um pouco de pé frio no dia, chorei muito antes de finalmente perceber que estar ao lado do Eric era o que eu gostava e queria. O casamento era apenas uma extensão de tudo aquilo.

Era estranho como as coisas aconteciam quando você finalmente percebe que encontrou uma pessoa importante.

Casamos no verão. Em um fim de tarde, naquele parque em Novato, onde fizemos nossa primeira viagem juntos, onde agimos como casal normal pela primeira vez mesmo na época a gente não sendo um. Lembro como se fosse ontem a sensação dele segurar na minha mão e caminhar como se aquilo não fosse uma grande coisa naquela época.

Casei em um vestido curto, pouco acima dos joelhos, um pouco hipster até, com flores na cabeça. Foi bem iluminado com lâmpadas, rústico e todas as pessoas importantes estavam ali.