CAPÍTULO 12 - SEM VOCÊ

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Pensei, pensei e pensei. Pensar era a única coisa que eu fazia agora. Eu pensava nele e mais um monte de coisas. Ele não saia do meu pensamento e eu nem sabia mais o que fazer. Eu só pensava, e ficava na merda lembrando dele indo embora, lembrando do que a gente tinha vivido. Ugh, eu tinha me tornado patética.

A verdade era que no fundo eu nunca tinha me sentido tão vulnerável à alguém como acontecia com o Eric. Com ele as coisas eram diferentes, eram completamente diferentes.

Ele tinha sumido realmente depois da nossa conversa. Não conversei sobre com a Ellie, mas acho que ela desconfiava do que tinha acontecido, e não pressionava, só tentava me animar.

Eu continuava com o Theo.

Pelo menos eu ganhava jantares e sexo mediano de graça. Era isso que relacionamentos significavam, não é?! Eu estava tentando aproveitar mais, me dedicar, e a única pessoa que eu tinha para desabafar era meu terapeuta que tinha encontros comigo todo final de tarde na sexta.

Um mês se passou assim, se arrastando, e a animação que eu sentia porque eu sabia que ia encontrar ele tinha sumido. Eu olhava ao redor, pensando que ele estaria em algum lugar daquela cidade, imaginando o que ele estaria fazendo, mas lembrando que ele poderia estar com a mulher e com os filhos. E que mesmo se eu o visse não faria diferença nenhuma.

O terapeuta concordava com a minha decisão. Ele disse que era mais fácil lidar com aquele tipo de sensação do que estar em 4° lugar na lista de alguém. Ele disse que como eu tinha um passado frágil, e era fácil de me sentir abatida e depressiva, o melhor era evitar certas coisas que não dariam em nada.

Eu tinha que concordar com ele, nunca daria em nada.

X

Os dias passavam e o Eric não saía da minha cabeça, eu não sabia como aquilo poderia ser possível, era pior do que aquela época que ele tinha sumido. Era muito pior porque isso era mais que frustração, era uma tristeza e desanimação que tomavam conta de mim.

Com o tempo ficava menos difícil, eu tinha aprendido a lidar, mas eu sentia falta dele da mesma forma, eu só sabia como administrar. Eu falava pouco com minha mãe e com a Ellie, e a verdade é que nem o Theo eu aguentava mais.

Eric estragou todos pra mim.

Eu estava no bar do Theo com a Ellie, nós tínhamos nos encontrado, mesmo morrendo de cansaço, ela falava animadamente sobre uma viagem que faria com o Gabe. A gente só bebia e tentava se divertir o mínimo naquela cidade que andava parada.Theo veio para o balcão de madeira e se juntou a nós, e até que ele nos fez rir um pouco com algumas histórias idiotas. Eu estava tão entretida que não percebi quem tinha entrado no bar. Meu coração foi no pé.

Ela entrou com algumas amigas e sentou em uma mesa média. Todas elas estavam bem arrumadas, mas com roupas de trabalho. Elegantes. Tentei não olhar muito, tentei não me sentir uma merda já que eu trabalhava em um lava-jato e vestia jeans para ir para o trabalho. Para alguém que tinha dois filhos ela tinha um corpo incrível, cabelos longos, loiros, e olhos azuis. Tentei respirar fundo.

Fui ao banheiro lavar meu rosto e logo após ela entrou e quando viu abriu um sorrisão.

- Oi! - Ela sorria. - Natalie, não é?! - Ele fez uma expressão de dúvida.

- Nina. - Falei meio tensa.

- Ah, verdade. Desculpa. Tudo bom, Nina?

- Sim, e você?

- Happy hour com as amigas em uma sexta é sempre algo que me deixa feliz. - Ela riu. - Você sempre está por aqui?

- Sim, como é o bar do Theo, eu e minha amiga sempre acabamos por aqui. - Tentei rir mais eu não conseguia. Eu estava tendo uma conversa casual com a esposa do cara que eu gostava.

NOS BRAÇOS DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora