CAPÍTULO 3 - SOCIALIZANDO

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Vocês foram tão receptivos que vou postar mais dois capítulos.

Lembrem que postagens toda quarta e sábado. :)


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Eu falava com a Ellie praticamente todos os dias, principalmente no final do dia ou na hora do almoço já que ambas trabalhávamos o dia todo. Ela me contava que terminou o colégio mas que os pais não tinham dinheiro para pagar a universidade e que ela acabou adiando a ideia por um tempo enquanto juntava mais dinheiro.

Ela namorava um cara chamado Gabe, que trabalhava em uma loja artigos para computador que o pai dele tinha. A Ellie tinha apenas duas amigas, mas uma tinha ido para uma Universidade em Los Angeles e outra tinha se casado e se mudado para a cidade vizinha, então no fim das contas a Ellie acabou por ficar sozinha.

Ela me contou algumas coisas sobre os professores da Healdsburg High School, sobre alguns alunos, perguntei sobre alguns antigos colegas meus, a maioria estava na universidade ou estavam trabalhando na cidade.

Ela me contou algumas coisas da cidade também, alguns locais que a gente ou eu poderia ir, ela me deu dicas do que fazer, de como encontrar pessoas, e basicamente a gente falava sobre tudo.

A gente não era nada parecida. Ela era fofa, ruiva, magrinha, o que era adorável pra ela. Ela não gostava dos meus gostos musicais pesados e obscuros, mas ficava maravilhada quando eu mostrava minhas três tatuagens, ou quando eu contava de NY.

Ela era uma ótima pessoa, e mesmo sendo tão diferente de mim, a gente acabou por se conectar muito fácil e rápido. Perguntei sobre o tal bar que minha mãe tinha falado e a gente acabou marcando de ir pra lá.

- Você tem que beber, Ellie. - Eu falei rindo quando ela tinha me dito que não queria beber, que sempre acabava por fazer besteira quando bebia demais.

- Não, eu fico um desastre. E eu preciso trabalhar amanhã.

- Você precisa arranjar outra coisa pra fazer, aquele trabalho é horrível.

- Eu concordo, mas é a única coisa que apareceu até agora.

- Alguma coisa melhor vai aparecer. Eu até que tive sorte com o lava-jato, não é tão ruim.

- Sr. Harris é um homem bom. - Ela falou enquanto olhava o cardápio.

- Ele é, só precisa aumentar meu salário. - Nós rimos juntas.

Acabei por contar mais coisas sobre NY para a Ellie. Ela realmente se interessava pela cidade e eu comecei incentivar ela a pensar em outras possibilidades além de ficar ali naquela cidade.

Fora que ela queria se casar com o namorado e o plano dos dois era ficar ali. Falei que casamento podia esperar mas a vida dela não. Ela falou da época no colégio dizendo que não era a popular e eu concordei, dizendo que eu não era a popular porque acabava ficando com os que não queriam nada da vida.

- Você era tipo os Freaks de Freaks and Geeks? - Ela perguntou tomando um coquetel sem álcool.

- É uma boa comparação. Mas era isso mesmo. Eu andava com garotos que queriam montar bandas, viver de música, e a gente acabava por matar aula, beber e fumar no final do dia. Acabei me afastando dos meus pais. Foi nessa época que minhas notas começaram a cair, eu deixei de fazer qualquer coisa da escola e comecei a entrar em depressão porque eu percebia que ao mesmo tempo que eu não queria nada eu realmente não poderia ter nada já que todos estavam muitos passos à frente de mim.

- Foi uma época difícil?

- A escola foi boa, mas esse final foi difícil. A escola acabou, tive que tentar recuperar o tempo perdido no verão, e vendo todos ir para a universidade fez minha depressão aflorar mais ainda. Logo depois fui para Nova York.

NOS BRAÇOS DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora