Acordei com a chuva caindo lá fora fazendo um barulho no telhado do vizinho. Estava nublado e as árvores verdinhas, o céu fechado iluminava o quarto com um cinza claro. Espreguicei e abri um sorriso ao ver uma calça masculina dobrada na minha cadeira da mesinha de estudo.
Levantei indo ao banheiro, escovando meus dentes e ajeitando um pouco do ninho de cobra que estava meu cabelo. Coloquei a roupa que ele tirou ontem e desci e eu só sabia que ele andava por ali porque senti um cheiro de café e percebi que o Gus nem tinha dado sinal de vida ainda.
Desci as escadas e fui até a cozinha e lá estava ele com a boxer e uma camisa de botão sem estar abotoada. Ele estava com meu violão dedilhando sentado no balcão da cozinha.
Eu ri pela visão e o Gus latiu vindo me cumprimentar.
- Achei que nunca fosse acordar. – Ele disse rindo e parando de dedilhar. – Espero que não se importe.
- Que nada. Pelo visto achou meu violão.
- Estava no seu quarto. E fodidamente desafinado. – Fiz uma careta.
- Faz tempo que não toco. Ou tento tocar.
- Depois a gente precisa fazer um dueto.
- Já ouvi você cantarolando e até que não é ruim. – Eu disse indo até ele o beijando que segurou meu queixo retribuindo. – O que estava tocando?
- Algumas músicas do Led Zeppelin que me lembram você. – Ele disse sem me olhar. – Estava tocando Black Dog.
- Sexy. – Eu disse rindo passando a mão pelo seu maxilar áspero.
Ele voltou a dedilhar e consegui reconhecer a melodia.
- Você vai me fazer suar? Vai me fazer pegar fogo? – Disse a letra da música perto do seu rosto.
- Como a música, meu coração está pegando fogo e eu não consigo saciar. Sonhos com você atravessam minha mente, Nina.
Ele desceu da cadeira e encostou seu corpo ao meu me beijando, enfiando sua mão no meu cabelo, segurando minha cabeça possessivamente.
- Você realmente está caidinho por mim. – Eu disse dando um sorriso torto perto de sua boca.
- Caidinho? Mais para acidente sem sobreviventes. – Eu ri com seu trocadilho idiota.
- E seu café? Quero ver se é tão bom quanto o meu.
Ele saiu de perto de mim, sorriu enchendo uma xícara pra mim e colocando na minha frente. Depois ele encheu um prato com um ovo mexido e uma torrada.
- Você tem talento pra café, mas o meu ainda é melhor. – Coloquei o ovo na boca que estava mais que salgado. – Valeu a tentativa. – Eu ri e ele me olhou frustrado.
- Faz tempo que não cozinho. Tudo que faço é colocar no microondas ou no forno. Percebi que não sou tão bom.
- Não faz mal. Seu café e sua torrada estão ótimos. – Eu ri dando uma mordida.
- E então, dormiu bem? – Ele sorriu sugestivo.
- Muito bem, apesar do meu espaço da cama sendo invadido. – Eu ri pra ele.
- Olha quem fala... Você me dava cada ponta pé... – Ele tomou o café e finalmente sorriu pra mim. – Foi bom dormir com você. – Ele segurou minha mão a beijando.
- O mesmo. – Dei uma piscadinha.
- E você vai hoje no coffee shop?
- A gente ainda faz isso? – Perguntei confusa.
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NOS BRAÇOS DELA
ChickLit● ♦ PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS. CONTEÚDO MADURO. ♦ ● SINOPSE: Nina é uma garota de 21 anos que depois de um tempo morando em New York volta para sua cidade pequena na Califórnia para tentar recomeçar e estabelecer um equilíbrio na sua vida. Tu...