Acordar

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- Eu falei para pegarmos leve. - Disse massageando os quadris da morena que estava deitada na minha frente reclamando de dor.

- Não me culpe, é que é muito bom. - Murmurou com a cabeça deitada de bruços.

- Fico feliz que o sexo te agrade. - Disse me deitando ao lado dela. - Mas você não deve se esforçar até não conseguir andar.

- O seu pênis que é grande, não é minha culpa. - Respondeu fazendo beicinho.

- De ser tão gostosa? Acho que é sim. - Levei minha mão na cintura dela e puxei para perto, fazendo com que seu rosto ficasse contra meu peito e nossas pernas se entrelaçassem. - Eu te amo.

- Eu também te amo, idiota. - Respondeu beijando minha boca.

- Ei... Assim não vou conseguir... parar... de pegar você. - Dizia entre os momentos em que nossos lábios se separavam.

- É apenas um beijo.

- Muy caliente este beso. - Provoquei antes de afasta-la e beijar sua testa. - Vamos dormir, princesa, eu preciso de você amanhã.

- Que fofo... Sabe, eu sinto um pouco de falta de algumas coisas que tínhamos há três mil anos.

- Os vibradores? - Brinquei logo sentindo um tapa no meu braço e ouvindo a risada baixa de minha amada.

- Idiota. Eu estou falando sério!

- Eu sei, a gente tinha uns bons. - Brinquei antes de senti outro tapa. Virei ela de costas para a cama, desci um pouco meu corpo, me deixando de frente para os seios fartos, onde me aconcheguei com um carinho que era deixado em meu cabelo ainda úmido. - Sabe do que sinto falta?

- Se você falar "vibrador", você vai dormir na rua. - Alertou me causando uma risada.

- Eu ia dizer do laboratório, da comida...

- Coca-Cola?

- Isso já é com o seu irmão, aquele viciado. - Brinquei ouvindo-a rir. - Eu sinto falta de bastante coisa na verdade.

- Eu sinto mais falta da comida. 

- Me admira que você sobreviveu tudo isso sem um hambúrguer. - Brinquei ouvindo-a gemer em resposta.

- Nem me fala!

Ficamos tendo essas conversas bobas até ela, enfim, pegar no sono. Rocando baixinho e mole como um bebê, ajeitei seu corpo em meu peito, enrolei uma mecha do cabelo castanho em meus dedos, me segurando para não dormir, apenas para apreciar seu rosto um pouco mais. Poder gravar a face que fez com que meu juízo se esvaísse e minha lógica se embaralhasse em algo ilógico.

Eu tenho saudade de coisas de quando estávamos no tempo tecnológico, mas a saudade que eu tinha estando mais de três mil anos longe dela não se comparava com o sentimento atual. Realmente, eu não sei como aguentei tanto tempo sem ela.

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Na manhã seguinte, acordei embalado nos braços da morena, usava um de seus braços como travesseiro e o outro me abraçava, nossas pernas estavam cruzadas de forma irregular e minha respiração batia no peito da mesma.

Fiquei ali por mais um tempo, olhando para cima, vendo o rosto marcado e o cabelo desengonçado. Ela estava linda. Sorri e me levantei, peguei a manta e cobri o corpo da garota que movia a mão que me abraçava, como se me procurasse. Tirei um dos fios que cobriam seu rosto e a beijei.

Abri as janelas, fui para a cozinha e comecei a preparar um café da manhã para nós, cortei algumas frutas e coloquei em um prato, usei alguns limões para fazer um suco para começar bem o organismo.

Não demorou para terminar e colocar na mesa, mas tive que voltar para a cama quando ouvi ela chamar sonolenta e com a luz do sol que atravessava a janela aberta batendo no rosto.

- Bom dia, querida. - Disse vendo-a sentada.

Em resposta, ela apenas ergueu os braços, peguei a coberta e enrolei seu corpo nu, abracei seu a mesma e a peguei no colo com um pouco de dificuldade. Acho que a mimei demais. Senti suas pernas rodearem minha cintura e seus braços abraçarem meu pescoço. Deixei um beijo na bochecha da garota, que apenas murmurou algo incompreensível ema resposta.

- O café tá pronto. - Sussurrei no ouvido da garota.

- Você tem que parar de acordar cedo. - Reclamou.

- E você tem que começar a usar alguma roupa quando vai dormir. - Brinquei.

Sentei ela na almofada de bambu, ela resmungava que queria me abraçar mais o que me fazia rir. Deixei o café da manhã na frente da garota e me sentei ao seu lado, tendo o ombro tomado pelo peso da cabeça da menor, que comia calada.

- Pode dormir mais se quiser. - Disse entre mordidas.

- Você disse que precisava de mim.

- Acordada, não entre a realidade e a Terra do Nunca.

- Eu só preciso de um tempo. - Respondeu levando um dos ovos cozidos até a boca.

- Você que fez os móveis? - Perguntei na tentativa de mantê-la sã e não bêbada de sono.

- O artesão da vila me ajudou, foi ele que fez a maior parte dessa casa. - Contou. - Ele é um senhorzinho muito gentil, sempre que o visito ele me dá um presentinho.

- Posso te pedir um favor?

- Eu já o chamei para ajudar. - Respondeu apoiando o queixo no meu ombro, olhando diretamente para mim. - Eu posso ganhar um beijo por isso?

- Quantos você quiser, minha deus. - Respondi antes de deixar um beijo nos lábios avermelhados da mais nova.

Não foi como um dos beijos de ontem, pelo contrário, foi calmo e sereno, um beijo casual matutino, apenas para acabar com a manha da mais nova poder começar meu dia bem. Conseguia sentir o gosto cítrico do limão misturado com maçã. Esse gosto foi para a minha lista de favoritos.

Encerrei um beijo com um selinho na boca da morena que protestou dizendo não ser o suficiente.

Eu, realmente, amo acordar com ela.

Você vai nos salvar, meu doutorOnde histórias criam vida. Descubra agora