Ela parecia perplexa e, ao mesmo tempo, irritada quando a expliquei sobre os ocorridos desde que acordei, mas, por um momento, achei que ela iria me matar quando contei sobre quase ter morrido e agora estar em meio a uma guerra silenciosa com Tsukasa. Fui obrigado a ouvir sobre como era imprudência tudo aquilo e como era um risco para as pessoas inocentes da aldeia, mesmo concordando que eles deviam evoluir com a ciência, mas que não deveriam se envolver uma guerra da nossa era.
- Não se preocupe, querida. Vai ficar tudo bem, eu prometo. - Disse e deixei um beijo em suas madeixas escuras como a noite, ela não disse nada, apenas olhou-me apreensiva.
- Santa. - Chamou Kohaku. - Vocês... Como vocês se conhecem?
- Essa é uma longa história. - Ela coçou a nuca, demonstrando o nervosismo.
- Pode-se dizer que éramos amantes há alguns milênios. - Respondi. - Mas, Chrome, você pensou em tudo nisso sozinho nesse vilarejo primitivo? Reuniu todos esses materiais potencialmente úteis e todos os materiais científicos nessa cabana sozinho
- Sim! Isso mesmo! Algum problema?!
- Mentiroso, todo mundo sabe que a Santa te ajudou com as coisas. - Disse Ginrou.
- Ela só me disse o que eram, eu fui fazendo o resto sozinho, não é, Santa?!
- Sim, o Chrome têm talento para isso, Senku. Eu não o ensinei tudo, mas sei que você vai ser um bom professor. Crianças colecionam tudo, elas esmagam, misturam e queimam, logo chamam de feitiçaria, isso é o que ele fez. - Não consegui não colocar as mãos na cintura, satisfeito com o que havia encontrado.
Olha só, Tsukasa. Mesmo se me matar, mesmo se matar todo mundo, mesmo se reiniciar a ciência, sempre terá um idiota que vai experimentar tudo. Os macacos brilhantes acabarão um dia criando uma civilização tecnológica.
- Chrome, do jeito que as coisas estão indo, dez bilhões por cento de chance que você é um dos Tsukasa vai matar. - Disse ao me aproximar do garoto, ele pareceu surpreso e logo recebi um tapa na cabeça, qualquer um saberia quem teria dado. Confesso que senti falta disso também. - Sua única escolha é se juntar ao nosso reino da ciência.
Me direcionei até a cabana e comecei a subir a escada, logo ouvindo um protesto do garoto
- Eu o desafio a um último desafio! - Gritou o mais novo. - Um duelo com a promessa da Santa. Se você perder, vai rastejar para longe do vilarejo e nunca mais fara o que fez com a Santa. Se vencer, lhe darei tudo! Inclusive a cabana e a Santa!
Eu fiquei sem entender, principalmente quando ele usou o apelido de S/N, ela até podia ser considerada uma Santa, como um messias, mas ainda era estranho quando me lembro do que tivemos há algumas centenas de anos. Nunca nos satisfazemos nossos desejos carnais, até porquê o faríamos na noite onde viramos pedra, mas não quer dizer que nunca fizemos nada um pouco além das mãos bobas. O que comprova em dez bilhões por cento de certeza que ela não é uma completa Santa.
- Eu vou mostrar uma feitiçaria doida! A única que aceito perder é a Santa! Aritmética! Lute comigo em uma batalha de números! - Pude ouvir S/N segurar o riso, o que foi impossível quando apontei para a fórmula em minha blusa.
- Eu tenho quase certeza que o Senku saíra invicto. - Comentou Kohaku.
- Para melhora, quem ganhasse podia ir em uma com a "Santa". - Comentei, o que acabou atraindo os olhares dos demais, principalmente o dela.
- Como pode ter tanta certeza de que vai vencer, Senku? - Ela cruzou os braços com um olhar desafiante.
Ela era adorável, mas algo que fez com que eu me apaixonasse por ela ainda mais, era a maneira como demonstrava ser superior, fazia qualquer um recuar, algo que quase nunca funcionava comigo. Quase.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Você vai nos salvar, meu doutor
FanficUm casal simples e jovem, um aspirante a cientista e uma aspirante a bióloga que sempre estava ao lado do namorado, ambos se amavam incondicionalmente, mas por algum motivo, uma luz verde rondou o mundo, transformando humanos e pardais em pedras. Ao...