Com lembranças de beijos intensos e os corpos ainda quentes, voltamos para o pequeno chalé de S/N. Mal entramos e senti seus braços ao redor do meu pescoço novamente, seus lábios tocando os meus de forma sincera, minhas mãos deslizando em sua cintura e sua língua dançando com a minha.
Mas nosso momento foi quebrado com um pigarrear, o que fez ela se soltar apressadamente e virar para dentro da casa.
Com uma fogueira acesa, um homem loiro de barba castanha estava sentado no chão, os braços fortes cruzados e o olhar de desgosto, uma lança afiada estava apoiada em seu ombro, a cara feia olhava de forma superior.
- Senhor Chefe! - Disse a mesma antes de correr até uma panela de barro e despeja água de um jarro, logo colocando a panela no fogo. Ascendeu todas as lamparinas e velas que tinha ao redor da casinha, iluminando ao máximo. - Ao que devo a honra de sua visita?
- Quem é esse homem? - Questionou apontando a lança na minha direção. - Espero que não esteja se relacionando com forasteiros.
- Sou Senku, noivo de S/N. - Provoquei e me aproximei da garota que segurava um copo de água.
- Sinto muito, Senku, mas a Santa, que é como ela deve ser chamada aqui a propósito, se casará apenas com quem vencer a Grande Luta. - Disse o mais velho pronto para lançar a arma.
- Guarde isso, Chefe, sabes muito bem que a única arma autorizada dentro dessas paredes é a fala. - Alertou a garota.
- Eu ainda sou o Chefe, você me deve respeito.
- Claro, dentro da vila. Não estamos lá nesse momento, estamos? - Questionou com o deboche explicito deixando o copo na frente do homem. - Entregue-me isso.
Com a ordem clara nos olhos castanhos, o homem entregou a lança nas mãos da minha garota, que saiu do chalé e jogou a lança na entrada. Espero que ele não descubra da faca escondida nas minhas roupas e comece um alarde.
- De qualquer forma, o que veio fazer aqui sem um aviso prévio, Chefe? - Perguntou sentando-se de maneira formal na frente do homem à uma distância segura.
Me sentei ao lado da garota, não me importei com modos clássicos de educação, sentando-me de forma confortável que me permitisse deixar minhas mãos em contato com o corpo dela.
- Teria de ser a sós.
- Não acho que terá algum problema considerando que Senku não tem permissão de entrar na vila.
- Então eu vim à toa. - Chiou mal humorado.
- Sinto muito por isso, quer que eu te mostre a saída já que não tem mais nada a dizer? - Perguntei antes de sentir um beliscão, sinalizando para calar a boca.
- Que serzinho ignorante! Você sabe quem eu sou?! Como pode ter a audácia de falar assim comigo?! - Gritou.
- Com a audácia que eu permiti. Aqui dentro o senhor não tem nenhum poder. Então sugiro que se acalme. - Conseguia ver a raiva aparecendo nos olhos da mais nova ao meu lado.
Não demorei para ligar os pontos, o homem em nossa frente é o chefe da vila, que obrigou S/N a ser uma "santa", assim como manter-se só até a Grande Luta, onde encontraria alguém para casar, não duvido que ele tenha feito mais coisas da qual ela foi obrigada. Talvez a usar essa espécie de vestido, considerando que a morena sempre preferiu calças, não amarrar o cabelo no calor do meio-dia.
- Mas você ainda é inferior.
- Eu ainda sou quem você nomeou de Santa, tenho mais poder do que você dentro daquela vila. Então tome cuidado.
- Não exerça a fé do povo como poder! - Esperneou.
- Então não exerça seu sexo como tal. - Podia ver a indignação misturada com fúria nos olhos do homem, parecia pronto para pular no pescoço da minha mulher.
- Como está indo o tratamento de minha filha? - Questionou massageando as têmporas.
- Estou perto da cura, acredito que consiga uma cura pouco depois da Grande Luta.
- Esse não foi o combinado! Você disse que conseguiria antes! Minha filha precisa de herdeiros antes que ela morra!
- Sua filha precisa de descanso no momento. Não deixe de levar água da terma para ela, aquilo ajudará a aumentar seu tempo e aperfeiçoar o medicamento. E, Chefe, por favor, não a pressione demais com matrimônio e herdeiros.
- Mas é o que ela precisa, assim como você! Um herdeiro digno, que não seja filho de um forasteiro qualquer! - Disse olhando-me com sangue nos olhos.
- Me senti ofendido sendo chamado de "qualquer". - Comentei levando uma das mãos no peito e fazendo um leve drama.
- Cale-se e escute o que vou dizer, Santa. Você vai participar da Grande Luta como um prêmio, ter um herdeiro digno e puro da vila, tudo enquanto cuida de Rui e, caso minha filha morra, você terá o mesmo destino. - Meu sangue ferveu como nunca, perdi a racionalidade e quase pulei no sujeito em nossa frente se não fosse por S/N segurando minha mão.
- Se nós duas morrermos, a vila entrará em um colapso por tristeza e raiva se souberam o responsável da minha morte. Chefe, sei que se importa muito com a sua filha, eu darei o medicamento que estou preparando, mas não garanto o sucesso. Tem coisas que nem a medicina que conhecemos pode mudar. Então tenha paciência.
- Já dei toda a paciência que tinha para você, Santa, mas acho que você ainda não entendeu isso. Eu quero essa cura o quanto antes. - Disse saindo daqui com fúria nos olhos.
Com a força que fechou a porta o xinguei em todos os idiomas que eu conhecia.
- Que filho da... O que realmente aconteceu, S/N?
- Você tem que vencer a Grande Luta, Senku. - Suplicou a mais nova me agarrando pelo colarinho. - Não se atreva a perder essa merda. Ou eu esqueço tudo o que sei sobre paz e mato ele.
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Você vai nos salvar, meu doutor
FanficUm casal simples e jovem, um aspirante a cientista e uma aspirante a bióloga que sempre estava ao lado do namorado, ambos se amavam incondicionalmente, mas por algum motivo, uma luz verde rondou o mundo, transformando humanos e pardais em pedras. Ao...