Capítulo 22

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No meu quarto fico um pouco pensativa no que a Valentina tinha falado sobre a relação dela com a mãe dela e percebi que acabamos atropelando um pouco as coisas, não sei muito sobre ela além do que ela mostrava na faculdade o que parece ser bem distante do que ela realmente é. Mas o meu orgulho não me permitia mandar uma mensagem, embora eu ficasse verificando o celular toda hora esperando uma mensagem dela. Após algum tempo procurando algo que me distraísse dela, resolvo ir tomar banho e no justo momento que entro no chuveiro meu celular toca e era ela.

~Ligação ~

Valentina: Oi

Luiza: Alô!

Valentina: O que está fazendo?

Luiza: Estava entrando no banho!

Valentina: Isso poderia ser um convite, sabe que consigo chegar ai em menos de 10 minutos

Luiza: Meus pais voltaram hoje!

Valentina: Hummm, então você podia vir para cá

Luiza: Na verdade, você podia vir aqui em casa amanhã às 15h.

Valentina: Estou gostando da ideia

Luiza: Precisamos conversar sério! Até amanhã! - falo e desligo para tomar banho

No dia seguinte, a hora parecia que estava passando mais devagar somente pela minha ansiedade, mas em alguns instantes a campainha ia tocar e a Valentina estaria ali. Eu aproveitei que a casa estaria vazia já que meus pais e Sara foram buscar a Carol na casa da minha avó. Após um instantes e incansáveis verificadas no relógio, escuto a campainha e já vou até a porta.

Valentina: Oi!
Luiza: Oi, entra – falo dando passagem e a Valentina se senta no sofá da sala

Valentina: O que foi?

Luiza: Vamos conversar no meu quarto! – eu falo indo e ela vem logo atrás

Valentina: Você está me preocupando!
Luiza: Então, o que aconteceu aquele dia me fez perceber uma coisa...

Valentina: O que? Fala logo Luiza! - consigo ver certo desespero em seu olhar e postura

Luiza: A gente não conversa, ontem você falou que entende a Bruna por causa da sua mãe e eu não sei nada sobre isso...

Valentina: Não é nada Lu, relaxa!
Luiza: Não Valentina, para mim é tudo ou nada!

Valentina: Como assim, Lu?

Luiza: Todo mundo sempre falou que você não era aquela Valentina insuportável, e agora que conheci a verdadeira Valentina – falo tocando em cima do seio dela, como se mirasse o coração – eu quero te conhecer por completo, saber seus problemas, seus amores, tudo...

Ficamos um tempo em silencio e consigo perceber que a Valentina esboça um sorriso e começa a morder um lábio, uma postura de quem lembrou de uma piada, mas quer segurar pois não é o momento certo.

Luiza: O que foi Valentina?

Valentina: Sabe, é que parece que você está apaixonada por mim, aquela "coxinha" que você não suportava....

Luiza: Sério? Vê se cresce!

Valentina: Desculpa, Lu! – ela pega em minha mão e complementa – eu também quero isso!

Luiza: Quer?

Valentina: Uhum – ela fala me beijando

Luiza: Agora me fala sobre sua situação com a sua mãe, quer dizer, se você se sentir a vontade

Valentina: Minha mãe sempre cobrou muito de mim e do Igor, mas o Igor acabou gostando naturalmente das coisas e eu não, então eu nunca faço nada certo sobre o ponto de vista dela e isso me desgasta muito – Valentina ficou um bom tempo detalhando a relação dela com a mãe dela e eu ouvi atenciosamente e fiz alguns comentários pontuais – Mas agora que você sabe, me conta ai, você sempre foi ciumenta assim ou é só comigo?

Luiza: Que engraçadinha, eu com ciúmes? Vai sonhando!
Valentina: E a parte de conhecermos tudo uma da outra? Pode ir se abrindo ai!

Luiza: Não sou ciumenta, só não gosto de dividir o que é meu, acho que sou egoísta!

Valentina: Quer dizer que eu sou sua?

Luiza: Não Valentina, você não é propriedade de ninguém!

Valentina: Ai ai ai, a militância

Luiza: Eu não sei, só não gostei de te ver com a Bruna após você ter me ignorado e me tratado de maneira indiferente quando estava me preparando para ir embora aquele dia. Achei que você estava na minha e depois do nada parecia simplesmente não estar mais - falo isso dando um sorriso sem graça

Valentina: Eu sempre vou estar na sua, você já se olhou no espelho?! Você é linda, gentil, inteligente, e vai ser minha esposa - eu dou risada e um leve tapa nela e conseguia sentir minhas bochechas corarem, mas deixei ela terminar - Eu achei que fossemos dormir juntas, então fiquei um pouco triste e agi de forma imatura e depois aconteceu a situação da Bruna. Mas eu sei que não foi certo e não vai acontecer novamente, não precisa ter ciúmes!

Luiza: Acho bom! Só preciso me acostumar com a ideia de que vocês são "amigas" – falo isso sinalizando as aspas com as mãos

Valentina: Sabe, não ligo se você ainda estiver com raiva e quiser... – ela começa a ajeitar meu cabelo atrás da orelha e consigo ver seus olhos se aprofundarem, eu já sabia o que ela queria – me punir igual antes de ontem, eu não me importaria, ficaria feliz de te ajudar!

Quando Valentina termina de falar consigo sentir meu ventre ferver e todos os cabelos do meu corpo arrepiarem.

Luiza: Estamos aqui para conversar!
Valentina: A gente pode conversar sem roupa....

Como tudo começou (Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora