Capítulo 30

2.1K 157 28
                                    

Não estava conseguindo dormir, no fundo sabia que a Valentina não tinha feito nada de errado. Resolvo ir lá embaixo fazer um Nescau para tentar relaxar. Duda já estava no 10º sono. Ainda tinha um pessoal acordado na área da piscina, nadando e farreando. Fui até a cozinha e preparei o Nescau, na volta sou pega de surpresa ao ver a Valentina na sala deitada no sofá vendo televisão. Nossos olhares se encontram e pude perceber que Valentina estava um pouco triste.

Luiza: Oi!

Valentina: Oi!
Luiza: O que está fazendo aqui?

Valentina: Não consegui dormir, e você?

Luiza: Também não.

Eu me aproximo do sofá como se pedisse espaço para sentar e ela cede se sentando também, conseguia perceber que a Valentina tinha alguma coisa presa para falar, só precisava esperar o tempo dela.

Valentina: Não aguento isso, sério. A gente não consegue ficar de boa, quando estamos só nós duas é maravilhoso...

Luiza: Eu sei – ela estava coberta de razão, embora ela tenha vacilado algumas vezes, hoje ela não fizera nada "demais".

Valentina: Então por que você me trata assim? Poxa, eu já deixei claro que eu só quero você! Mas eu também não posso só ficar correndo atrás de você, você quer que a gente se conecte, mas você não se abre.

Luiza: Só as pernas – eu falo tentando quebrar um pouco o clima como ela sempre fazia, mas percebo que ela me olha séria. – me desculpa, eu sei que errei, você não fez nada hoje, as vezes eu sinto que estou auto sabotando isso de tanto medo que eu tenho de me machucar, e eu mesma acabo me magoando e te magoando

Valentina: Eu sei que eu já pisei na bola algumas vezes, mas eu quero isso, nós, mais do que tudo!

Luiza: Eu também, é só que parece como um mecanismo de defesa involuntário. Tipo, tem cilada aí, ficou muito profundo rápido demais, não estou sabendo lidar com esses sentimentos todos.

Valentina: E aí você desconta em mim através do ciúme.

Luiza: Basicamente, sua fama não te ajuda, e não me ajuda.

Valentina: Lu, desde quando você pisou naquela faculdade, eu penso em você.

Luiza: Então você ficava com muita gente pensando em mim...

Valentina: Porque você não me dava bola, quantas vezes eu já te chamei para sair?

Luiza: De provocação? Várias.

Valentina: Não era provocação, eu só escolhia lidar daquela forma pois era mais fácil processar os foras que você me dava.

Luiza: Me desculpa, eu realmente não conseguia enxergar isso.

Valentina: Tudo bem – quando ela fala isso eu aproximo nossas testas e dou um selinho nela, que corresponde

Luiza: Vem! – falo pegando na mão dela para que me acompanhe

Valentina: Aonde vamos?

Luiza: Expulsar a Duda do nosso quarto! Na verdade, você podia chamar o seu irmão para subir também, ele já está se passando um pouco – eu falei apontando para o Igor que já estava louco de bêbado

Valentina: Sim! Vou chamar ele, te encontro lá em cima?

Luiza: Sim!

Subo e acordo Duda, após alguns minutos a Valentina sobe com o Igor e os dois fazem as pazes também e a Duda vai para o quarto deles cuidar dele.

Luiza: Tudo certo agora! Vem aqui, gostosa!

Valentina: Preciso tomar banho

Luiza: É um convite?

Valentina: Não, você não está merecendo – ela fala isso entrando no banheiro

Por alguns minutos pensei em me dar por vencida e esperar ela na cama, mas no final resolvi invadir o banho dela. Retirei minhas roupas no quarto e levei a mão na maçaneta na expectativa que ela não tivesse trancado, quando abro nossos olhares se encontram, o banheiro já estava cheio de vapor, já que a Valentina gostava da água pelando.

Valentina: Demorou!
Eu dei um pequeno sorriso e entrei no chuveiro com ela, esfreguei seu corpo, lavei seus cabelos, e vez ou outra nos beijávamos. Eu estava completamente apaixonada por essa mulher, na verdade, eu estou amando essa mulher na minha frente. Contorno o rosto dela com o meu dedo indicador.

Luiza: Ei – falo esperando-a abrir o olho, e quando ela abre, falo – eu amo você! – pude ver nos olhos dela, que ela tinha sido pega de surpresa com aquela declaração, e esboça aquele belo sorriso, que me deixava completamente desarmada.

Valentina: E eu amo você, linda! – não consigo e nem quero esconder minha cara de felicidade nesse momento, nos trocamos alguns selinhos e eu interrompo.

Luiza: Mas sabe, eu não gosto que você me chama de linda.

Valentina: Porque não, você é linda, e sabe disso! Sabe, né?
Luiza: Você chamava a Bruna assim – resolvo ser direta

Valentina: Lu... – percebo que ela ia dar alguma justificativa de que era diferente, mas para – tudo bem, vou te chamar de outra coisa então.

Luiza: De que?

Valentina: Meu amor – ela fala isso me dando beijinhos

Como tudo começou (Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora