Como tudo começou (Valu)

Capítulo 2

Nós saímos do banheiro e vamos até a sala de aula e acabamos sentadas em carteiras lado a lado por não ter muita opção de lugares mais.

Professor: Boa noite, hoje vamos fazer um teste surpresa.

A turma reclama, mas hoje eu estava tão cansada que nem protestaria por isso.

Professor: Mas relaxem que vai ser em dupla! Para não fazer algazarra na sala, juntem se com o colega a direita.

E quem estava a minha direita? Isso mesmo, Valentina! Na mesma hora que o professor fala ela arrasta a cadeira para mais perto. Hoje ela estava estranhamente agindo como uma pessoa normal. Após alguns minutos o professor deixa uma folha com 5 questões de marcar x.

Valentina: E aí, como quer fazer?

Pego a folha, analiso e devolvo para a mesa para que nós duas pudéssemos ler e acabamos ficando próximas, consigo sentir o corpo dela pressionando o meu.

Luiza: A 1 eu estou na dúvida entre a letra b ou c.

Valentina: É a letra b.

Acabo olhando um pouco surpresa para ela, afinal, ela nunca prestava atenção nessa aula. Mas resolvo não falar nada, e marco diretamente com caneta.

Luiza: A dois é a letra C, ele passou em sala essa questão.

Falo e olho para a Valentina esperando que ela protestasse ou algo do tipo.

Valentina: Confio em você, Lu. – Ela acena com a cabeça para eu marque

Acabou que fomos a primeira dupla a finalizar e o professor resolveu liberar direto após o teste. Embora fosse bom, pois não seria capaz de guardar nada que ele passasse hoje, o meu ônibus só passava às 23h.

Valentina: Certeza que fechamos!

Luiza: Esses pontinhos sempre fazem diferença no final!

Valentina: Vai para casa?

Luiza: Quisera eu, meu ônibus só passa às 23h.

Valentina: Vamos no bar do Tio João, o Igor e Duda também vão para lá

Por um momento eu estava pensando em ligar para o meu pai ir me buscar, mas com o tempo dele de deslocamento, ia chegar só 20 mins antes do que se eu fosse de ônibus. Então resolvi esperar.

Luiza: É, pode ser!

Eu sabia que a minha companhia seria péssima hoje, mas a ideia de tomar uma cervejinha me relaxava.

Nós entramos no bar e fomos direto até uma mesa maior que ficava próxima a mesa de sinuca, onde eu nem esperei sentarmos e pedi uma long neck e recebi um olhar um pouco julgador de Valentina.

No instante em que sentamos uma loira vem falar com Valentina e elas pareciam bem intimas. Após alguns instantes em completo silêncio na mesa e sendo vela de Valentina e a menina, observo Duda e Igor entrando no bar.

Duda: Você aqui, Luiza?

Luiza: Eu aqui, Duda!

Igor: Oi

Luiza: Oi

Valentina: Oi, pessoal essa aqui é a Bruna!
Eu ignoro completamente a menina e a Valentina, já que eu estava aqui tinha pelo menos 20 mins e nem apresentada fui.

Enquanto Igor e Duda se acomodam, resolvi ir até a jukebox e colocar Chão de Giz de Zé Ramalho e volto para a mesa com uma nova long neck em mãos.

Duda: Quer deixar todo mundo em depressão, Luiza?

Luiza: Quero!

Duda: Nunca vi gostar de uma sofrência igual você!

Eu provoco Duda cantando a música usando a garrafa como microfone e levo alguns tapinhas, resolvo me recompor da crise de risos e colocar a long neck na mesa. Quando olho para frente, vejo uma Valentina meio sorridente me encarando e resolvo sorrir de volta, fechando os olhos logo em seguida e balançando o corpo no ritmo da música.

Duda: Luiza, você não vai acreditar em quem está aqui?

Abro meus olhos e encaro a Duda esperando que ela fale.

Luiza: Quem?

Duda: Sua peguete do primeiro período da faculdade!

Quando Duda falou isso, eu já sabia de quem se tratava e só consegui levar as mãos na cabeça fingindo vergonha.

Igor: Quem é?

Duda: Aquela ali- Duda aponta sem se importar se ela estava olhando ou não - Marina ou melhor para os íntimos como a Luiza, Nina.

Dou uma cotovelada na Duda.

Luiza: Para, Duda!

Duda: Ela tá olhando, vou acenar para ela, não quero passar de mal educada.

Luiza: Duda, não faz isso! Se você fizer isso eu n.....

Sou interrompida por uma Duda sorridente acenando para a Marina, que vem andando até nossa mesa.

Marina: Luiza?!