Capítulo 7

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Luiza: Então você nutre sentimentos por bastante gente daquela faculdade, hein – falo dando de ombros

Duda: E tá certa, tem que aprender com ela... vai chegar nos trinta e vai ter dormido com três pessoas.

Luiza: Duda! – falo repreendendo-a, só tinha confidenciado para ela aquilo

Duda: Calma, ninguém vai te julgar, a gente está aqui para ajudar! – Duda fala de maneira sarcástica

Luiza: Era segredo! Mas não tenho vergonha, teve química, teve amor.

Duda: Até com a Nina?

Luiza: Ah, eu era imatura, talvez não soubesse direito o que era amor.

Duda: Isso que dá gostar dos dois sexos, muita opção. Mas você e o Vitor realmente tinham química...

Luiza: Mas a distância esfriou as coisas....

Valentina: É complicado

Duda: E você, Valentina? Você chegou a namorar?

Valentina: Não, estou esperando a pessoa certa.

Luiza: Quer comer sem pagar a conta – Duda e Valentina riram

Era a primeira vez que conversávamos em um clima descontraído assim e pude observar aquela Valentina que a Duda sempre falara, ali ela ficava bem tímida e em alguns momentos tomava uma certa coragem e falava algumas coisas. Mas era de fato bem diferente da Valentina que eu conhecia, nem parecia a mesma pessoa.

Igor: Quando tive a ideia do churrasco, era para todo mundo fazer! Ai as donzelas ficaram sentadas fofocando e eu aqui trabalhando né!

Duda: E está fazendo direitinho!

Luiza: Depois a Duda compensa o seu esforço!

Duda se levantou e foi até o Igor fazer companhia para ele, e eu e Valentina ficamos no mesmo lugar.

Luiza: Vai entrar em decomposição de tanto tempo que você está na água!

Valentina: Mas tá tão bom!

Luiza da de ombros e decide entrar na piscina.

Luiza: Agora falando sério – paramos de frente uma para outra, verde no castanho, castanho no verde.

Valentina: O que?

Luiza: Porque me pegou para cristo? Acho que você foi a única pessoa que já conseguiu arrancar ódio desse coração aqui – falo pousando a mão em cima do meu peito.

Valentina: Não te peguei para cristo, Lu

Luiza: Fala sério, Valentina!

Valentina: Sério, eu meio que ... até.. que gos..acho você legal

Luiza: Nossa, e você demonstra isso me torturando?

Valentina: Tipo isso

Luiza: Mesmo você tendo uns ideais absurdos tipo, ser contra os direitos trabalhistas básicos, eu acho que poderíamos agir como civilizadas se você fosse sempre assim

Valentina: Assim como?

Luiza: Assim – falo gesticulando para ela

Valentina: Eu não sou contra os direitos trabalhistas básicos

Luiza: Ah não? E os 30 minutos de discurso que você pregou na apresentação do meu trabalho?

Valentina: Um bom advogado precisa saber dialogar com opiniões diferentes

Luiza: Ah, então fazendo da minha vida acadêmica um inferno você estava me fazendo um favor?

Valentina: Isso! – ela fala de forma sorridente e joga um pouco de água em minha direção e sorrimos.

Resolvo que é a hora de retocar o protetor do rosto, pego na beirada e passo dentro da piscina mesmo com cuidado para que não caísse nem uma gota na piscina.

Duda: Meninas, a gente vai ali no mercado pois o carvão estava molhado e não quer acender Vocês querem algo?

Luiza: Eu, não, obrigada!

Valentina: Também não!

Duda e Igor saem.

Luiza: Vem cá – falo para Valentina

Valentina: Para que?

Luiza: Tem que renovar o protetor!

Ela reluta um pouco mas vem em minha direção, dessa vez como estamos na piscina acabamos ficando com o rosto bem próximos, eu passo o protetor fazendo uns círculos no rosto dela antes de espalhar e solto uma risada.

Luiza: Até que você ficaria fofa como palhaça – solto uma risadinha e vejo que ela também sorri, mas não abre os olhos. Termino de passar o protetor na face dela e vejo ela abrir lentamente aqueles olhos, benditos, qualquer pessoa seria capaz de se perder neles.

Valentina: Fofa, é?

Como tudo começou (Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora