- capítulo treze.

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- Já chega, eu não quero brigas hoje.

- É, ele tá certo Esme.

- Cala a boca - manda e Marcos obedece.

- Você não precisa obedecer ele.

- Vai logo Maria - tenta sair da cozinha.

- Espera, onde você vai com ela?! - faço ele olhar para trás.

- Não é da sua conta, chica.

Realmente não era.

- É sim! Você tem que aprender a domar suas putas.

- O que?! - Maria se impulsiona para frente, porém Oscar a segura.

- Não esquece que você já foi una das minhas putas.

- Esmeralda, vamos sair daqui - chacoalha meu braço.

- Uma das suas? Sério... Sua vida anda bem mais chata sem mim.

- Spooky me solta!

- É Oscar, solta ela.

O que eu tô fazendo? Se liga Esmeralda.

- Olha, eu vou vazar - levanta as mãos.

- Não você não vai, a gente vai.

- Na real - gargalha - Se quer dar se fala.

Levanto os meus dedos do meio para ele com agressividade enquanto me afasto. Sento no sofá e respiro fundo.

- Onde você se meteu? - se aproxima com raiva.

- Desculpa James, eu... Eu - coloco as mãos no rosto e grito, o som da festa abafa o meu pequeno surto.

- O que aconteceu? O que você fez com ela? - empurra o Marcos que encarava tudo em silêncio - Você é um profeta também?

- Eu não fiz nada cara.

- Não foi ele, foi o Oscar, e eu quero ir embora.

- Aguenta só mais um pouquinho, você sabe que o Cesar ama a parte do parabéns.

- Marcos, desculpa por qualquer coisa, fica longe de mim, tudo na minha vida é um completo caos - pego na mão de Jamal e me afasto do garoto que parecia não entender nada. Nem eu entendo.

- Aí, agora tá na hora do bolo! - Cesar abaixa o som entusiasmado.

Deito a cabeça no ombro do meu amigo e bato palmas como todos os outros faziam, O Diaz mais novo assoprou as velas e mais uma vez o mundo ficou em câmera lenta fazendo com que aquele momento alterasse a química do meu cérebro. Vejo Spooky sorrir, minha irmã pular de alegria e Jamal gritar com sua voz fina. E o Ruby sumiu, então, ele tá fazendo coisas erradas em algum lugar do mundo.

O pessoal começa a gritar, todos pergutam para quem irá ser o primeiro pedaço, Cesar corta duas fatias generosas do bolo delicioso que a senhora Martínez fez questão de fazer.

- Bom - pigarra com os dois pratos descartáveis em mãos - O ano não foi tão bom, mas sem meus amigos teria sido bem pior, Monse e Jamal não me matem, amo vocês - mostra todos os dentes para eles.

- Anda logo hermano - sua voz se sobressai entre os assobios.

- Beleza, esses pedaços vão para quem cuida de mim e pro meu casal favorito.

Cesar? Não fode, pelo amor de Deus.

- Meu hermano, e a primeira dama.

Novamente, as pessoas da festa gritam com alegria, o povo animado. Spooky se aproxima dele e o abraça com força.

- Vem Esme - me chama em sussurro.

- Vai lá gatinha - Jamal empurra meus ombros.

Sinto minhas bochechas esquentarem, pego o pratinho e o abraço, fico nas pontas dos pés para lhe dar um beijo na testa, o Cesar está mais alto que eu.

- Meu casal favorito.

Aperto os meus olhos com vergonha, e tento sorrir para os celulares que estavam apontado para nós.

- Cesar, eu vou te matar - digo entre meu sorriso.

- Meu irmão não deixa.

- Vai sonhando.

- obrigado - sorrio ladino e tento fugir daquela situação, caminho com pressa até a faixada da casa e sendo no meio fiu.

- Que porra - respiro fundo e enfio uma garfada na boca, aprecio o quão silencioso estava aqui fora.

- Falando sozinha, puta - passos se aproximam. Levanto com pressa. Droga, estragou meu momento de paz.

- O que você quer?

- Conversar, eu sei bem quem você é.

- Maria, me poupa vai.

- Não! Você acha que eu não sei sobre você? - puxa o bolo da minha mão e o joga longe.

- Meu bolo! - ela jogou o meu pedaço no chão.

- Eu sei muito bem que você roubou ele de mim.

- Meu... bolo! - digo entre dentes, poxa, era o meu bolo - Você não devia ter feito isso.

- É, o que você vai fazer? Vadia.

Gargalho, começo a tirar os meus brincos, ela realmente não me conhece.

- Você não vai brigar comigo, olha pra você, eu posso te matar - arregala os olhos ao me ver amarrando o cabelo.

- Fala mais! - pulo em sua direção.

- Me larga!

Entrelaço os meus dedos em seu cabelo e puxo sua cabeça com força na direção do meu joelho, ela se debate para tentar fazer com que eu pare, eu não iria parar.

- Ele me ama, e você é só um brinquedo - ela sorri com os lábios ensanguentados.

- Ele que se foda, e você também, eu odeio vocês!

- Odeia é? Você não ficaria assim por causa de uma porra de um bolo! - se esquiva do meu aperto e acerta um soco no canto da minha boca.

- Vagabunda! - aperto o seu pulso e a jogo no chão.

Não sou uma fracote, e não apanho na rua, no lugar em que eu nasci, ou você bate ou você morre. Ela não me conhece, e eu estava afim de liberar todo o meu estresse carregado.

- Ele disse pra mim que você é louca por ele, só que ele nunca gostou de você!

- Eu não ligo! - subo em cima dela e distribuo diversos tapas em seu rosto.

- Ele te usou... Te usou pra acabar com os profetas - suas falas saem em desespero.

- Cala a boca! - grito soltando o último ar que havia em meu pulmão e lanço um último soco fazendo com que ela fique inconsciente.

- Que merda tá rolando aqui? - vejo um homem se aproximar com um cigarro nos lábios - Merda, Spooky, Spooky! - corre para dentro gritando por ele.

Saio de cima da garota e encaro minhas mãos, minhas unhas estavam sujas de sangue e o gosto que estava em minha boca era o mesmo, meu coração estava tão acelerado ao ponto de explodir em milhares de pedaços. A adrenalina fazia meu corpo todo tremer, o que foi que eu fiz? Eu estava procurando por isso, desde o momento que eu a vi com ela, ele simplesmente pegou outra e me substituiu.

- Merda, merda, merda - levo a mão até a cabeça e olho para cima.

- O que foi que você fez chica? - vejo ele se aproximar junto com alguns caras armados.

- Eu não sei... - sinto os meus olhos se enxerem d'água.

- Tirem ela daqui, isso não vai estragar a festa do meu hermano.

- E o que a gente faz? Se chegarmos com ela assim no hospital, a gente vai preso - o homem diz enquanto pegam Maria.

Ele respira fundo e cruza os braços.

- Levem ela para casa, os pais dela cuidam disso, inventa qualquer mentira, no final vai sobrar pra mim mesmo - passa a mão pelo rosto.

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora