- capítulo quatorze.

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Esmeralda Finnie 💎

Uma semana.

Uma semana inteirinha.

A uma semana que não o vejo, evito ao máximo passar por aquela casa e fujo toda vez que ele chega em qualquer lugar. A vontade de mandar inúmeras mensagens perguntando como ele está é enorme, porém o meu ego e senso ganha todas as vezes em minhas batalhas internas. Não tive notícias da Maria, e eu acho que essa situação não morreu ainda.

Ouço o meu celular vibrar e o encaro, Monse havia ido encontrar o namoradinho ela não me ligaria tão cedo.

- Esme me ajuda, o Cesar não está bem - sua voz desesperada acelera o meu coração.

- Calma, eu estou indo - desligo a chamada e calço meus chinelos imediatamente.

Me encaro no espelho por um breve segundo, os cachos enfiandos em um coque desajeitado, a camisa mais larga que o meu próprio corpo escondia o meu shorts de pijama. Suspiro fundo, estava mais magra que o normal.

Ignoro esses fatos e saio de casa, ando quase correndo pelos quarteirões, as ruas estavam movimentadas e as crianças brincavam na noite calorosa. Havia algumas pessoas bebendo e sorrindo enquanto escutavam musicas altas em seus carros.

Claro que o tráfico era quase imperceptível e alguns integrantes dos los santos se abrigavam em cada canto do bairro para manter a segurança. Enfim freeridge.

Adentro a casa com rapidez, estava vazia e a única luz acesa vinha do quarto de Cesar.

- Docinho, que bom que chegou - levanta assim que me vê.

- O que aconteceu? - avisto o garoto deitado com diversos machucados.

- Coisas da família - diz com fraqueza.

- Família... - repito a palavra com desgosto.

- Eu não sabia muito bem o que fazer então te liguei - conseguia sentir a dor da minha irmã.

- Docinho, senta aqui - aponto para cama - Eu vou cuidar disso, como sempre - beijo sua testa.

Ela sorri e acaricia a mão do namorado.

Caminho até a cozinha pela casa escura, ao chegar no cômodo acendo as luzes e abro os armários. Busco por compridos, anti-inflamatórios, gases e algumas pomadas. Por mais incrível que isso possa ser, casas de bandidos contem minis farmácias, você nunca sabe se alguém vai chegar aqui quase morto.

Pego tudo de uma vez e volto para o encontro deles.

- Docinho, coloca isso nos ematomas da costela - entrego para ela um saco de ervilhas congeladas.

Ela ascente com a cabeça e se concentra muito bem no que faz, eu coloco tudo o que peguei no chão e abro a maleta de primeiro socorros.

- Você não pode continuar com isso, eu estou cansada - molho uma bola de algodão com o soro fisiológico.

- Eu sei, me desculpa.

- A culpa não é sua Cesar - Monse diz ainda focada no que fazia.

- Ela está certa, você não tem culpa - coloco uma mexa do meu cabelo atrás da orelha para que não me atrapalhe.

Começo a limpar os ferimentos com cuidado, molho outra bola de algodão com antisséptico e pressino em sua pele.

- Ai Esme... - suas expressões eram angustiantes.

- Desculpa meu bem, eu preciso fazer isso - acaricio sua bochecha, me ajoelho no chão e começo a passar pomadas e fazer pequenos curativos nos que precisavam.

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora