- capítulo vinte e dois.

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Meu pai voltou de viagem, mais uma vez, essa semana tem sido incrível. Hoje ele se prontificou a fazer a janta e fazia com que nós rissemos de tudo. O simples fato de ele estar aqui já fazia com que tudo valesse a pena.

- Está quase pronto! - grita - Qual de vocês irá colocar a mesa?

Olho para minha irmã que estava esparramada ao meu lado no sofá.

- Docinho... - digo com manha.

- Beleza - levanta devagar - Eu coloco pai!

Desbloqueio a tela do meu celular e vejo as mensagens, esses dias conversamos "bastante", para Oscar Diaz eu acho que foi até muito. Entro em seu contato e resolvo incomodar um pouco.

Chato

- Você disse que queria
fazer certo, lembra?  


- Fala logo.


- Meu pai está aqui,
vem conhecer o   
sogro.                    


- Eu já conheço ele,
  mas vou levar o
  Cesar também.

Merda, eu estava brincando, ele não viria. Por que eu ainda tento? Eu não conheço ele o suficiente para saber o que ele é capaz ou não de fazer.

- Monse - a chamo baixinho.

- O que foi? - sussurra vindo em minha direção - Por quê a gente tá falando assim?

- Olha, eu meio que chamei o Oscar pra vir aqui, tipo agora.

- Você não fez isso - balança a cabeça cabeça em negação.

- Eu estava brincando só que ele sempre tem que me contrariar.

- Meninas? - vem em nossa direção falando baixo - Por quê a gente tá sussurrando?

- Pai, eu fiz uma coisa - digo com receio.

- Ela chamou o namorado pra jantar.

- Monse! - a repreendo - Ele não é meu namorado.

- Tudo bem, não tem problema - da de ombros.

- O problema pai, é que...

Toc, toc e toc. Sou interrompida pela porta, meu coração dispara. Como que eu  apresentaria para o meu pai uma pessoa que ele já conhecia bem.

- Bom - se aproxima da entrada sorrindo e abre a porta.

- Boa noite Senhor Finnie - escuto a voz de Cesar.

- Boa noite rapazes, entrem.

Cesar passa por ele.

- Monty - diz o nome do meu pai.

- Oscar, quanto tempo - puxa ele para um abraço, vejo Spooky sorrir com todos os dentes.

- Por quê você chamou a gente? - pergunta no meu ouvido.

- Eu estava brincando Cesar, o seu irmão é maluco.

- Vocês ficam pro jantar? - meu pai pergunta animado.

- Se não for incômodo pro senhor - O Diaz mais novo responde.

- Então, sentem-se - caminha para a cozinha.

Oscar e o irmão se sentam, eu e minha irmã colocamos as panelas na mesa. Logo em seguida todos nós já estávamos acomodados.

- Não sei se está ao agrado, se eu soubesse que teríamos visitas capricharia mais - começa a se servir - Podem atacar.

Oscar e Monse começam a se servir.

- Cesar... - chamo sua atenção.

Ele me estende o prato, tem alguma coisa incomodando ele. Coloco em seu prato tudo o que sei que ele gosta.

- Obrigado - ele agradece assim que entrego para ele.

Coloco a minha comida e me sento.

- Bom, como está o bairro Oscar? - meu pai quebra o silêncio.

- Seguro - diz simples.

- Te agradeço por isso, fico muito preocupado com as meninas quando estou fora.

- É o meu trabalho - da de ombros - E a comida está boa Monty.

- Um bom cozinheiro reconhece o outro.

- E o Cesar tem uma boca muito grande.

- Desculpa - tenta sorrir de boca cheia.

- Pra encurtar conversa, se você - aponta para o Diaz mais novo com o garfo - Namora com a Monse, então o Oscar está com você - mira o garfo em mim.

- Só que digamos que, a gente não... É que... - me enrolo.

O jantar foi seguido disso, eu me enrolava e meu pai ria de mim, Oscar só falava quando era preciso e sempre fazia o meu pai gargalhar. Cesar comia e Monse me dava apoio moral. Quando o clima ficava estranho eu mudava de assunto, meu pai não era grosso e ele gostava dos Diaz. Após comermos tiramos os pratos da mesa e nos escondemos na cozinha deixando meu pai sozinho com o Oscar.

- Vocês acham que vai rolar? - me encosto na pia.

- Acho que vai, meu irmão está nos dias bons.

- Seu irmão tem dias bons? - torce o nariz.

- Claro que tem! - responde com grosseria.

- Parem, eu quero escutar. Talvez meu pai meio que aceite tudo isso.

- Nosso pai é legal, ele não vai ir contra a sua vontade.

- Cala a boca Monse - Cesar sussurra.

- Não, cala você! - cruza os braços - Idiota.

Que merda é essa? Os dois não trocaram uma palavra na mesa, e agora estam quase se matando.

- Não me chama de idiota - se aproxima dela.

- Ei, espera aí - coloco meu braço em sua frente - Vocês podem me falar o que aconteceu?

- Desculpa docinho, eu acho que agora não é o momen...

- Ela ganhou a bolsa - bufa se afastando de nós.

- A bolsa? Mon, por que você não me disse? - a abraço de lado.

- Eu não te disse porque eu sabia que não seria fácil - se direciona ao Cesar que bufa mais uma vez.

- Filha? - meu pai se faz presente no cômodo - Vamos lá fora, rapidinho.

Sigo ele deixando a confusão da cozinha. Vejo que Oscar estava encostado em seu carro, nos aproximamos.

- Eu já tive a idade de vocês - cruza os braços - E eu sei o que vocês querem e também sei o que vocês não querem.

- Pai...

- Deixa ele falar - cutuca minha cintura com o dedo.

- Oscar, a gente se conhece a muito tempo, eu confio em você.

Péssima escolha pai.

- Só tenha cuidado, ela ainda é minha garotinha - deposita um beijo na minha testa. Sinto meus olhos enxerem d'água.

- Eu vou ter cuidado - diz enquanto meu pai o puxa para mais um abraço.

- E eu vou sempre estar de olho - gargalha e caminha para dentro de casa.

- Você vai chorar? - segura em minha mão.

- Eu?! Claro que não... - passo a mão livre pela minha bochecha úmida.

- Ei! - grita vindo em nossa direção - Eu quero ir embora, agora!

- Entra no carro, já vamos.

Cesar totalmente nervoso obedece o irmão.

- É melhor você ir, vai que ele começa a espumar.

- É, esse lance da bolsa deixou ele mal.

- Espera? Você já sabia?

- Você não?!


En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora