- capítulo dezesseis.

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Eu confiava nele? Na real ele é a única pessoa que me transmite confiança. Sua ideia era que eu e minha irmã ficássemos em sua casa até ele resolver tudo isso, a Mon curtiu a ideia, claro, o Cesar mora aqui.

Eu apenas pensava no que seria ficar ao seu lado na bagunça que é essa casa e além de tudo, como amigos ou melhor conhecidos. Meu pai havia repousado em casa por uma semana e já havia voltado para as suas viagens que na maioria das vezes duram de quinze a vinte dias.

Fomos até a nossa casa e pegamos roupas, itens pessoais e material escolar. Jamal e Ruby reclamavam o tempo todo, eles diziam que agora o nosso grupo não se veria com frequência e Mon por sua vez os chamou de idiotas por terem medo de entrarem na casa dos Los Santos.

- Não é medo, eu só não gosto de ser mal exemplo para minha família.

- Então como você anda comigo? - Cesar entra na brincadeira.

- Qual é Ruby? Você consegue ser mais patético do que o Jamal.

- Ei, em que momento eu me inclui nessa história senhora Monse? - para na frente da amiga com as mãos na cintura.

- Tá legal! - grito chamando atenção deles - Todo mundo senta - aponto para o sofá.

Eles obedecem sentando lado a lado, a cena mais fofa do mundo.

- Olha só, isso aqui não é brincadeira - eles ascetem com a cabeça - Eu só estou aqui com a Monse para ficarmos seguras.

- Ela tá certa.

- Cala boca Cesar - o repreendo e ele murcha sua postura - E os dois medrosos podem nos ver sempre, isso aqui é provisório não vou morar aqui.

O falatório continua e eles discutem como sempre, bufo e caminho até a cozinha, sento na bancada e sinto um djavu me pegar com força, lembro da primeira vez que dormimos juntos. Mal sabia eu que minha paixão boba e idiota por ele mudaria minha vida completamente. O frio na minha barriga se faz presente ao lembrar de mim nas mãos do Miguel, como eu o odeio.

Pulo da bancada e entro em um dos quartos da casa, havia alguns colchões jogados, eu não dormiria nessas coisas de jeito nenhum. Vou até o quarto dele, não para o provocar, nem muito menos para lhe deixar bravo, eu sei que ele demoraria para voltar então deito na cama e suspiro fundo, sinto o seu aroma nos lençóis e abraço um dos travesseiros.

Meu peito se esfria e eu aperto os braços ainda mais envolta daquela almofada, meu olhos se enchem d'água e eu penso mais uma vez que nunca amaria mais ninguém no mundo, um pensamento idiota para alguém de dezessete anos.

[...]

Eu capotei, dormi tanto que estou com a garganta seca e o corpo mole, abro os olhos lentamente e sento na cama colocando os pés no chão, sinto que não estou só. Olho para trás e vejo suas costas despidas e suas tatuagens só me levavam a vontades ocultas da minha mente, o céus, que homem.

Levanto com pressa, ando pelo corredor e vejo a porta do quarto do Cesar aberta, minha irmã dormia toda encolhidinha enquanto o garoto ocupava todo o espaço da cama, folgado. Chego até a cozinha, o único cômodo com a luz acesa, abro a geladeira e pego uma garrafa d'água, dou um longo gole no líquido gelado.

- Esmeralda? - ouço sua voz mais rouca que o normal.

- Oi? - fecho a geladeira.

- Por que levantou? - boceja.

Oscar Diaz com soninho, estou viva para presenciar isso.

- Eu estava com cede e ali é sua cama, deveria ter me acordado.

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora