- capítulo trinta e seis.

354 37 6
                                    

- Algum problema por aqui?

- A conversa é particular - Maria cruza os braços.

Revezo meu olhar entre os dois, será que eu realmente quero me meter no meio disso?

- Percebi - dou alguns passos para trás.

- Chica - levanta com pressa - Isso não é particular.

- Claro que é Spooky, ou por algum acaso ela serviu de cama pra gente?

- A casa é dela Maria!

- Eu realmente não acho que isso seja problema meu mesmo - dou de ombros.

- Que bom que você sabe!

- Garota, vai procurar um tratamento, não deve ser normal alguém aceitar ser humilhada assim.

- Humilhada?! - caminha até mim - Eu não consigo entender... Quantas vezes você o visitou naquela prisão? Quantas vezes você apanhou por ele?

- Eu não tenho culpa se você aceitou essas situações.

- Responde Spooky, o que tem nela de tão importante?

- Maria o problema aqui é que você nunca me escutou, eu já te paguei o suficiente por todos os favores que você fez pra família.

- Mas eu não quero saber da família, eu quero saber de você...

- Mano, essa porra aqui tá bizarra, tenho muito mais o que fazer...

- Vai cuidar do seu papai? - coloca a mão sobre o peito.

O estalo de raiva pinta em meu corpo e eu avanço sobre ela.

- Não fala da minha família!

- Calma gatinha - gargalha - E a sua irmãzinha, como está?

Pronto, ela conseguiu me tirar do sério. Empurrei a Maria com toda força fazendo  ela bater nos barris de aço.

- Você quer outra surra?!

- Esmeralda - segura minha cintura - Você tem certeza que quer fazer isso?

Encaro a garota jogada no chão, a raiva dela era algo incomum.

- Vai embora. Ronde o Oscar o quanto quiser mas some da minha vida.

- Eu acho que esse tal de Oscar não quer ser rondando não - diz próximo ao meu ouvido.

- Eu odeio vocês.

Bufo com cansaço, o mulherzinha insuportável.

Ele me segura com um braço, e usa a mão livre para sacar o seu revólver. Penso um pouco e o desarmo, pela primeira vez apontei esse troço para alguém, deitei a arma um pouquinho para o lado.

- Vamos vadia, some daqui! - miro em seu corpo.

[...]

Acordo aos poucos e me espreguiço, olho para o lado e ele estava dormindo, reparo que o seu cabelo estava um pouquinho grande. Saio do quarto rapidamente e me enfio no banheiro, havia gente organizando a casa e a frente da mesma, depois das festas isso aqui sempre vira caos. Tomo um banho quentinho e fico uns longos minutos pensado sobre tudo, depois que a Maria foi embora eu larguei a a arma dele no chão e entrei, Oscar tentou conversar comigo, mas eu o ignorei completamente e por mais alto que o barulho estava eu consegui dormir só pra não ter que lidar com essa situação.

Depois do meu longo banho coloquei uma roupa dele que estava dando sopa, ficou bem engraçado mas me sinto extremamente confortável assim, encaro meu reflexo no espelho do lavatório e cruzo os braços fingindo ser ele. Ando pelo corredor e dou de cara com o humano chato.

- Meu Deus! - arregala os olhos - Spooky está com meio metro agora?

- Eu sei que você curtiu Tristonho - faço poze.

- Tá parecendo um saco cheio de batatas.

- Engraçadinho - reviro os olhos - Cadê a minha esposa?

- Se você estiver falando da MINHA mulher, ela foi pra casa.

- Que saco.

- Cadê o Spooky? Você matou ele pra pegar as roupas? - havia apenas nós dois na sala agora, Tristonho jogava o resto de lixo pela porta para que as pessoas colocassem em sacos.

- Não quero saber dele.

- Você sabe que ele não tem culpa, para de birra.

- Você tem que ficar do meu lado um pouquinho só.

- O que você quer de mim? Acorda idiota, ele está dando a vida por você.

- Você pode me fazer um favor? - ignoro suas provocações.

- Fala, resto de gozo.

- Resto de gozo é você, animal!

Ele gargalha. É uma competição, quem conseguir tirar o outro do sério primeiro ganha.

- Anda logo, já tô saindo.

- Sabe os Martínez?

- Sem enrolação Esmeralda - da os últimos retoques em sua organização colocando as almofadas no sofá.

- Pega um pacote lá pra mim, por favorzinho.

- E o que eu ganho com isso?

- Você vai ou não?!

- Eu vou, você sabe que eu vou.

- Obrigado meu querido amigo.

- Não força, falsa - caminha até a saída - Ah, eu preciso te passar um recado.

- De quem?

- Do foda-se, ele te mandou oi - gargalha antes de sair, tão patético.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 04, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora