Eu fugi, tudo o que eu tenho feito é fugir dele, não tem nem três dias que eu estou nessa casa e já está virando um inferno. Consigo levantar depois de um grande custo, dormi tarde e isso sempre me faz mal, caminhei até o banheiro e me despi, tomo um banho quente e consigo me despertar. Me enrolo na toalha e caminho até o quarto de Cesar, onde estava minhas coisas, normalmente tenho dormido no sofá ou aqui na cama quando eles saem para a escola, no caso escola é o lugar onde eu não tenho frequentado ultimamente.
- Chica - encosta no batente da porta me assustando.
- Ai seu babaca, que susto - coloco a mão sobre o peito que estava coberto apenas pelo tecido branco.
- Desculpa, não queria te assustar, só queria te ver - sorriu com malícia.
- Vai se foder, nem quando a gente transava eu me trocava na sua frente! - cuspo as palavras e o empurro.
- Por falar nisso... - brinca.
- Oscar, eu te odeio! - bato a porta com força.
- Você fica mais chata quando está brava - grita do outro lado enquanto gargalha.
Idiota, babaca. Lindo, gostoso. Eu vou acabar surtando se não beijá-lo novamente. Sinto tanta falta de tê-lo que chega a ser engraçado já que estamos tão perto um do outro.
- Quer responder algumas das suas mensagens? - se acomoda ao meu lado assim que me sento no sofá.
- Não, eu quero ter o meu celular, só pra mim.
- Espera mais um pouco então - da de ombros.
- É o que eu estou fazendo.
- Deve ser difícil ignorar as mensagens que o Marcos te manda todos os dias.
- De novo isso? O cara é meu amigo e eu sou solteira.
- E você acha que eu ligo? - deita a cabeça no sofá fazendo com que eu observe as tatuagens do seu pescoço.
- Sabe o que eu acho? Acho que você deveria ir se fo...
- Olha a boca! - me interrompe - Não dá pra ter uma conversa civilizada.
Penso em milhares de respostas que eu poderia simplesmente cuspir em sua cara.
- Sabe, eu te esperei Oscar, te esperei todos os dias.
- Como assim? Você disse que não queria me ver.
- Quando caímos dessa vez eu pensei que seria a última.
- Como assim?! - pergunta novamente.
- Esquece! - balanço a cabeça, sabia que seria estúpido.
- Eu não te entendo.
- É que, você é tudo, tudo o que eu não deveria gostar.
- E você gosta?
- Pra caralho - sussurro.
- Então, volta pra mim - desliza os dedos em meu queixo.
- Eu tô aqui, agora.
- Não, você tá longe.
- Eu não quero ter que voltar com você, o Spooky é complicado.
- O Oscar disse que queria fazer tudo diferente naquelas mensagens, lembra? - se aproxima.
- Sim, e o Spooky disse que aquelas mensagens foram idiotices.
- Você tem que aprender a diferenciar um do outro.
- Você é um só, ou você aprende a lidar com os seus sentimentos ou a gente nunca vai rolar.
- E se a gente esquecer tudo isso e só deixar acontecer o que sempre acontece entre nós.
- Só que se for pra ser assim, eu não quero - afasto sua mão do meu rosto.
- Tudo bem, quando você quiser é só me procurar, só não demora muito, a Maria não para de mandar fotos dos machucados dela - brinca.
- Vagabunda, eu devia ter picotado aquele cabelinho del... - sou interrompida por toques na porta.
- Spooky, chegueeei - diz em melodia.
- Ah não, esse cara não sai daqui?
- Eu cheguei primeiro, eu sou de casa.
- Esmeralda, respeita o Tristonho.
- "Tristonho" - sorrio - A Esmeralda não quer respeitar ele.
- Por Dios, cresçam.
- A gente vai ter que trabalhar na presença disso aí? - aponta para mim.
- Sim, ou você quer me expulsar?
- Lembra do que ela fez com a Maria.
- Verdade Spooky, é melhor não mexer.
- Me erra!
Eles sorriem um para o outro e se acomodam ao meu lado, me afasto um pouco para dar espaço, Tristonho tira da mochila alguns cadernos e eles começam a falar de números. Uau, minha cabeça vai fritar.
Aos poucos vão chegando mais pessoas, e quando me dou conta a casa já estava lotada de Santos que bebiam e falavam sobre drogas e carros, e a mulheres simplesmente eram mais intimidadoras que eles.
Fico ainda mais quieta no meu canto, Oscar se aproxima e me mostra uma mensagem.
- A Monse e o Cesar vão almoçar na casa do Jamal - diz para que só eu escute.
- Que saco - bufo.
- A casa tá cheia, você pode conversar com todo mundo.
- Não fode - cruzo os braços.
- Depende com quem - fala ainda mais baixo.
- Babaca - sinto minhas bochechas esquentarem e vejo ele sorrir - Vê se o Ruby não pode vir para cá.
Ele se afasta um pouco e digita em seu celular. Alguns minutos se passam e eu estava quase dormindo no meio daquela bagunça toda. Ruby se faz presente na porta da entrada e eu pulo indo em sua direção.
- Finalmente - o abraço.
- A casa tá cheia né - engole seco.
- Para Martínez, entra e me faz companhia - seguro em seu braço e o puxo até o Oscar - Vamos para a cozinha.
Ele ascente com a cabeça e me dá um mini, mini, mini sorriso. Arrasto o meu amigo até o local e me sento na bancada.
- Vai me conta tudo, eu sei que tem muita fofoca guardada em você.
- Que bom que sabe gata, eu vou explodir sua cabeça de tanta novidade - ascente várias vezes com a cabeça e senta ao meu lado.
[...]
- Eu não acredito? - grito.
- Pode acreditar boneca - cruza as pernas.
- Ela está grávida? - tampo a boca com a mão para demonstrar minha surpresa.
- Garota, ela saiu ilesa de uma DST, aquele cara é o maior porco.
- Ruby, não fala assim - gargalho.
- Não falar o que? - adentra o cômodo.
- Não é da sua conta - semicerro os olhos.
- Se não fosse, eu não perguntaria - movimeta a cabeça com deboche.
- Tristonho, eu acho que tem gente te chamando - cruzo os braços.
Ele me mostra o dedo do meio e caminha até a geladeira para pegar cerveja.
- Desde quando você tem outros amigos? - sussurra em meu ouvido.
- Ele não é meu amigo.
- Claro que não sou, ela só me deu detalhes do chá dela e....
- Cala a boca! - grito para interromper ele.
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En control - Óscar Diaz.
Hayran Kurgu- preciso de você mesmo depois de tudo, tudo o que você fez comigo - Esmeralda. [...] - esse é o meu futuro, mas eu só quero ele se for ao seu lado - Spooky. [...] - nós começamos errado Oscar, quem transa antes do oi - Esmeralda. [...] - me conhece...