- capitulo trinta e três.

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Eu chorei, chorei até sentir que nunca mais iria respirar na minha vida. Me escondi no quarto e passei cinco dias enteirinhos deitada na cama indo ao banheiro apenas para encarar o meu reflexo e tomar longos banhos. Talvez seja idiotice, ou só talvez a minha briga com o Martínez me fez entender que nada nunca dura. Eu acordei para a realidade e parei de me fingir de durona, meu pai morreu, minha irmã foi viver, Ruby e Jamal me deixaram...
Eu sei que cada um teve motivos muito bons e a final a egoísta seria eu?

E se eu parasse de pensar no que perdi e tentasse me virar com o que tenho?
Cesar entrou todos os dias nesse quarto para fazer carinho na minha cabeça e tentar tirar algum sorriso de mim, Oscar tentava deixar pratos de comidas e dormia agarradinho comigo me contando como foi o seu dia. Acorda Esmeralda, todo esse drama só vai te levar pro buraco.

- Tenta comer hoje, já tem mais de uma semana que você não se alimenta - coloca uma bandeja linda e que parecia estar bem deliciosa no meu colo.

- Obrigada gatinho, o cheiro está ótimo.

- Quer ajuda?

Eu ascento com a cabeça, ele senta ao meu lado e começa a cortar o bife.

- Tão fofinho.

- Não fode chica.

- Fodo sim... - comprimo os lábios tentando esconder minha risadinha.

- Experimenta esse suco e para de gracinha.

- Tá bom, chatinho - dou um gole - Tá muito gostoso.

- Eu sei, foi eu que fiz.

- Posso comer agora?

Ele me entrega o garfo e eu começo a comer, estava muito bom.

- Você perdeu muito peso, não gosto disso.

- Eu tô melhor agora.

- Não está não, você está aqui à dias e fora as aulas que está perdendo.

- Eu vou dar um jeito, confia em mim.

- Eu fiquei com medo...

- Oi? Medo?

- Eu fiquei com medo!

- Medo, você? - enrugo a testa.

- É, sei lá... Você aí triste, vai que fica doente.

- Calma amore mio, eu juro que estou bem.

- Promete?

- Eu prometo, prometo tudo o que você quiser.

[...]

Eu comi tudinho pelo o Spooky, vi que seu olho se enxeu de alegria com esse fato. Ele precisou sair e eu aproveitei a deixa para levantar e lavar a louça suja.
Seco a mão no pano de prato e ajeito mais algumas coisas que estavam me dando agonia, sento no sofá e espero que alguém chegue pra me fazer companhia. Escuto alguém mexer na porta e vejo Cesar entrar.

- Esme?! - abre um enorme sorriso.

- Cesar?! - brinco.

- Você levantou, você está aqui.

- Sim, eu estou aqui - vou em sua direção.

- Você precisa de algo?

- Um abraç... - antes que eu termine de falar ele me abraça com força e me tira do chão.

- Que bom que você está bem.

- Você tá me sufocando cara amassada.

- Eu tô feliz - me solta de seu aperto.

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora