- capítulo vinte e um.

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Jamal e Monse ganharam, não me orgulho, mas não me arrependo. Estávamos com tanta saudade um do outro que foi totalmente diferente de tudo o que já rolou. Acho que eu nunca vou me acostumar com o jeito dele de conduzir as coisas, não que eu esteja reclamando, eu nunca reclamaria.

Abro os olhos lentamente e bocejo, eu estava nua e ele não estava mais na cama. Sento e espreguiço minhas extremidades, eita meus amores, Oscar Diaz voltou a me detonar. Levanto ainda com muito sono e coloco a camisa dele que estava jogada na ponta da cama, sinto o seu cheirinho e suspiro fundo. Vou até o banheiro e escovo os meus dentes, encaro meu reflexo no espelho e sorrio.
Droga, ele fez de novo, passo a mão por cima da marca roxa no meu pescoço. Rio mais uma vez, só que agora bem mais, eu nem estava achando ruim na verdade.

- Eita mis amores, parece que alguém deu - Cesar abre a boca antes mesmo de eu colocar os meus pés na cozinha.

- Não, começa.

- Toma - me entrega um pote de cereais.

- Cadê minha irmã? - pergunto com a boca cheia.

- Escola, prova de aptidão.

- Merda - arregalo os olhos - Era hoje! - enfio o máximo de comida que consigo na boca e corro para me trocar.

Essa prova era importante pra Mon, o sonho dela sempre foi entrar na escola especializada de Los Angeles, Se ela se saísse bem, conseguiria entrar na UCLA antes da idade. Ela sempre foi muito inteligente, eu me orgulho tanto.

[...]

Corro pelos quarteirões, paro um pouco para respirar, olho para o lado e vejo uma barraquinha de flores. Me aproximo.

- Moço - chamo a atenção já que ele estava de costas.

- Bom dia flor - sorri abertamente para mim.

- Espera, Marcos? - coloco a mão na cintura - Você trabalha aqui?

- Sim né criatura - aponta para si próprio que estava de avental e boné.

- Quanto está essa aqui?

- Quinze dólares, só não te dou de graça porque não quero perder meu emprego - me manda uma piscadela.

- Tudo bem - enfio a mão no bolso tirando de lá o meu dinheiro - Pode ficar com o troco.

- Muito obrigado - se curva me entregando o buquê.

- Eu estou atrasada, até mais - volto a correr e não demoro muito para chegar na escola. Vejo que há alguns alunos saindo e eu procuro por ela.

- Docinho! - pulo levantando a mão quando a vejo.

- Esme - vem em minha direção - Que bom que você está aqui - me abraça apertado.

- Me desculpa, eu me atrasei, mas olha - lhe entrego as flores - Isso é pra você, minha pequena prodígio.

- Muito obrigada - abraça o buquê.

- Me conta, como foi? - começamos a caminhar pelas ruas.

- Eu quase vomitei - arregala os olhos.

- Você se saiu bem, eu tenho certeza - tiro a mochila de suas costas e a carrego.

- Eu amei, muito - sorri me mostrando todos os dentes.

- Sabe quem me vendeu? O Marcos.

- Sério?

- Sim, ele é o novo funcionário da barraquinha.

- Eu acho ele legal - entrelaça nossas mãos - Quando você vai me contar?

- Contar o que?

- Docinho, eu já vi o seu pescoço.

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora