- capítulo vinte e três.

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- Você sabe que seremos pra sempre nós?

- Conta logo! - grita deitado ao meu lado.

- Calma Ruby, que merda!

- Cheguei - deita do meu outro lado - Agora, abre a boca.

- A cama é minha, deixa eu ficar no canto - faço birra no meio dos dois.

- Esme, para de enrolar!

- Tá legal, estressadinho - me direciono a Martínez - Vocês já sabem da bolsa?

- Claro - da de ombros.

- Faz tempo que a Monse disse, se o papo for sobre...

- Todo mundo já sabia?! A Monse é muito idiota - balanço a cabeça em negação.

- O garota, se concentra! - Jamal cutuca meu braço.

- Eu vou falar de uma vez - aperto meus olhos com força - Cesar e Monse estam em um relacionamento, e isso não é recente!

- Espera - suspira - Espera... Eu não sei, não sei o que falar.

- Calma Jamal, somos praticamente adultos - senta - A gente só precisa manter a calma...

[...]

- E eles simplesmente não podiam ter contado?! Isso é traição, e eu não aceito! - anda de um lado para o outro.

- E o papo de ser praticamente adulto Ruby? - cruzo os braços - Você vai acabar abrindo um buraco no meu chão, para de andar!

- Repira Ruby, respira fundo - fala sozinho.

- Eu disse que isso não mudaria o que somos...

- Espera, cadê o Jamal?

- Foi pra cozinha, atrás de comida.

- Jamal, Jamal!!! - saiu me deixando sozinha.

Os dois simplesmente me deram a função de dar a notícia para eles, já que os ex "pombinhos" estam passando por momentos ruins no relacionamento. Juro que entendo a raiva de Cesar mas minha irmã precisa viver.

- Bom, agora eu já digeri tudo - entra novamente no cômodo arrastando o Turner.

- Que, bom! - tenta chacoalhar o braço para fugir no amigo.

[...]

Acalmei os ânimos dos meninos e consegui me livrar deles, a Monse está a manhã toda dentro do quarto, isso não é bom. Fui na porta dela e ofereci comida e ela disse que não estava afim de nada. Me troco e decido ir até a casa dos Los Santos.

Ando calmamente pelos quarteirões, consigo olhar para algumas crianças brincando e discutindo através da luz do sol que estava forte, meu peito entra em desespero e sinto um djavu, lembro do "meu pessoal". Talvez eu estava errada, talvez as coisas mudem. E isso é péssimo, não consigo encerrar ciclos.

- Cesar? - chamo seu nome assim que entro. Por algum milagre divino e enviado dos céus, a casa estava vazia.

- Cozinha - ele responde sem muito interesse. Vou até ele e o encontro sentado com diversas latinhas de cerveja ao seu redor.

- Ei! - arregalo os olhos - Pode ir parando com essa merda - tiro as latas da mesa que já estavam vazias e jogo elas na pia.

- Para de ser chata - sua voz estava um pouco trêmula e ele estava com cheiro de bêbado.

- Você não bebe Cesar, que porra!

- Eu bebo sim, olha só - gargalha - Eu estou bêbado, não é?

En control - Óscar Diaz. Onde histórias criam vida. Descubra agora