Capítulo 15.

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Shawn.

Eu estava nas nuvens... já havia esquecido como era essa sensação de estar com a morena linda que eu tanto amo nos meus braços, gemendo, me arranhando, me beijando, fazendo o que bem queria de mim. Por aquele breve momento eu a tive e fui feliz, tive paz e o pouco da falta que ela me fazia foi diminuída. Só um pouco... até que ela me olhasse nos olhos e diversas coisas passassem por eles. Nenhuma delas eram boas. Tentei fazê-la voltar para mim, beijando cada parte do seu rosto com devoção, carinho e amor. Seu toque já era fraco e não tinha mais a mesma vontade de antes, voltei a olhá-la e me senti o pior homem do mundo.

Porque eu já vi muitas coisas naquelas íris castanhas que eu tanto amo... paixão, desejo, amor, raiva; mas essa foi a primeira vez que arrependimento pairou sobre elas e odeio saber que sou culpado por causar tudo isso, não foi nada legal ver minha mulher literalmente escorregar por meus dedos. Um silêncio tenebroso ficou entre nós dois depois que transamos. Ela se afastou alegando precisar ir ao banheiro, sem sequer olhar para trás uma última vez e só voltar para o quarto quando "achou seguro."

No dia seguinte, o céu azul dava a entender que toda aquela chuva fora imaginação de nossas cabeças, um sol brilhava no céu intensamente e fomos para casa ouvindo apenas uma música chata no rádio enquanto Angel balbuciava algumas coisas.

Sem me dizer uma palavra sequer Camila seguiu para o andar de cima onde praticamente se refugiou e por lá mesmo ficou.

— Parece que seremos eu e você pequenininha. — Olho para a escada vazia me perguntando se essa birra é falta de...

— Quer assistir Barbie comigo papai?

Deixa pra lá.

— Claro meu amor.

Puxei o sofá deixando-o grande o suficiente para mim e para Angel, ela se deitou em meu peito enquanto assistia Barbie e o Castelo de Diamante... pela vigésima vez. Meus pensamentos me traíram a todo momento em que o silêncio preenchia o ambiente e eu só era puxado de volta para realidade quando Angel ria e fazia seus comentários engraçados sobre o filme. Quando o mesmo acabou o time veio perfeito, com Camila descendo as escadas apenas de roupão, com uma toalha na cabeça e uma carranca fofa no rosto. Ela não disse nada a mim e apenas se dirigiu a Angel a chamando para uma saída ao shopping. Aproveitei a oportunidade para subir, tomar meu banho para ir ao restaurante. Precisava parar de pensar nela, parar de pensar no que eu fiz ou que não fiz, mas acham que eu... ah, merda! Preciso sair o quanto antes.

— Tchau Papi, vou trazer um pesente pra você. — Ela cochicha dando uma risadinha sapeca logo em seguida.

— Hmmm, esperarei ansiosamente pela sua volta então. — Angel sorri antes erguer o braços para me beijar e me abraçar.

Camila passou por nós e apenas entrou em seu carro, ela nem me olhava. Nem me dirigiu a palavra. Nem nada de absolutamente nada.

— Tchau amor. — Angel sussurra quando a coloco na cadeirinha e eu sorrio de volta me inclinando para beijar sua testa assim que termino com seu cinto.

Caralho que porra de vida é essa? Se eu fico frio ela vem atrás, se sou carinhoso ela se afasta?

Virou masoquista e não me avisou, só pode ser essa a explicação.


•••

— O prato da mesa treze já saiu. — Bato na campainha passando o próximo pedido.

— A sobremesa da setenta já está pronta! — Escuto a voz de Emily logo atrás de mim, solicito um pouco da calda de morango para saber se está no ponto.

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