Minha cabeça parecia que ia explodir! Meu corpo, até parece que tinha levado uma surra! Minha pele estava peguenta, por conta do suor. Eu odiava ficar toda suada.
O som da porta se abrindo violentamente me fez soltar um grito, mesmo em meu estado grogue.
— Tá acordada, princesinha! — Russo? Aquele homem estava falando em russo? Eu tentei olhar para ele, mas a luz do teto era ofuscante, fazendo meus olhos arderem ao tentar mantê-los abertos. Logo, um puxão no meu braço me fez levantar de pronto — Anda, anda! Não temos o dia todo!
Sou arrastada, sim, porque mal consigo andar, por um corredor escuro e logo, sinto vapor no meu rosto e a sensação de umidade na minha pele se intensifica. Minhas mãos estão tremendo, consigo sentir. Aquele é um banheiro.
— Dê um banho nessa vadiazinha. Hoje vai ser a estreia dela! — A voz dele é debochada, o que indica que ele está se divertindo muito com a situação. Maldito sádico!
Estreia? De quê? Eu queria perguntar, mas não tive coragem. Ele parecia bruto demais e eu não estava em condições de lidar com aquilo. Eu só queria que alguém falasse comigo, que me explicasse o que estava havendo.
Fui empurrada e caí no chão úmido. O local cheirava a sabonete e óleos perfumados.
— Venha, querida — Uma mulher de meia idade disse, sorrindo empaticamente para mim. Pelo menos isso!
— Onde...? Onde eu estou? — Perguntei, sentindo minha garganta seca, mas ela apenas balançou a cabeça negativamente.
— É melhor você nem saber. Apenas mantenha em mente que deve obedecer, se quer ter chance de sobreviver, aqui.
— Mas... — Eu queria questionar mais, porém, ela não parecia poder falar mais. Eu esperaria por outra oportunidade, talvez dali a alguns minutos.
Passamos por uma pilastra e eu pude ver que estávamos em um banheiro. Daqueles coletivos. Algumas outras moças estavam ali, lavando-se quietas, caladas. Percebi que algumas inclusive tinham marcas pelo corpo e isso me assustou muito. Onde raios eu estava?
Conforme eu me aproximava delas, elas viravam os rostos, buscando não fazer contato comigo. Medo. Elas estavam com medo, mas claro que não de mim, mas sim de quem quer que estivesse por trás daquele sequestro.
A senhora que me ajudou antes me deixou tomar banho sozinha, entregando-me produtos para limpeza e eles eram muito cheirosos. Eu tomei o meu banho e depois, aquela mesma senhora me levou a um outro quarto. Eu não queria entrar, mas ela me garantiu que era só para que eu me trocasse.
Entrei, sentindo um frio na barriga e olhando a todo momento para trás, para ter certeza de que a porta não estava fechada.
— Coloque esse vestido e os acessórios — Ela disse e eu percebi que a roupa era branca, mas sensual. Um vestido muito curto, com aberturas nas laterais do torso e um decote avantajado. Os sapatos eram altos — Assim que terminar, coloco uma maquiagem em você.
Eu já sabia o que era aquilo. Um bordel. Russo. O que eu não sabia era o porquê de eu estar ali! Meu pai era filho de russos, mas nós não tínhamos contato algum com essa terra e nem com essa gente!
— Deve haver um engano aqui, senhora — Eu disse, já desperta pelo banho gelado.
— Não questione, menina. É para o seu bem.
Ela me olhou com súplica e eu sabia que ela também estava ali obrigada. Eu não tornaria o trabalho dela ainda mais penoso e apenas assentiria. Mas se eles achavam que eu ia me prostituir ou entreter homens, eles teriam uma bela de uma surpresa!
Eu me vesti e ao me olhar no espelho, eu nem me reconheci. Jamais havia colocado algo do tipo no corpo! A senhora fez sinal para que eu me sentasse e ela começou a secar meus cabelos e me passou uma maquiagem leve. Logo, eu estava pronta.
Enquanto ela me arrumava, eu pensava no meu pai. Eu sou uma pianista e estudo música. Minha vida é levada a trilhas sonoras e, naquele momento, eu estava tentando me conectar com a música, a fim de me acalmar. Porém, eu só conseguia pensar em Adagietto, da sinfonia s de Gustav Mahler.
A senhora saiu do quarto e voltou minutos depois, pedindo que eu a seguisse. Fomos por um outro corredor, e eu pude sentir a mudança no ar. O local era refrigerado.
— Fique aqui. Virão buscar você.
Ela disse e logo se virou. Eu não tive nem tempo de querer fugir, pois dois homens apareceram e fizeram sinal para que eu andasse por um outro corredor. Aquilo parecia um labirinto!
Comecei a ouvir vozes e olhei de soslaio para uma das portas entreabertas, onde um homem imenso estava sentado num sofá, com uma loira estonteante no colo dele. Desviei o olhar e continuei andando. O som de vozes ficou ainda mais alto.
— Entra aí! O seu dono por essa noite tá te esperando — Um dos homens disse e me empurrou.
Irina
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Nikolai - Paixão Irresistível - DEGUSTAÇÃO
RomanceConteúdo para maiores de 18 anos! Irina Karev vive seu sonho: aos anos, estuda música, sua grande paixão. Porém, tudo vai mudar do dia para a noite, quando ela acordar em um local estranho. "- Entra aí! O seu dono por essa noite tá te esperando!" ...