Onde você foi se meter?

171 24 3
                                    

Raven passa por Minho e abre a porta do quarto, Cristopher estava de pé ali completamente encharcado, todo mundo decidiu vir até aqui hoje? — Pensou Raven — Minho apareceu logo atrás dela com cara de curioso, Christopher olhou para o rapaz por cima dos ombros da amiga e franziu o cenho.

— O-o que faz aqui? — Ela perguntou entre gaguejo, sentia como se tivesse sido pega em flagrante.

— Yoona me pediu para ver se estava tudo bem... — Ele parecia desapontado e falava como se suas palavras fossem um peso — ela viu alguém entrando nas câmeras e me chamou — ele suspirou.

Minha mãe Yoona se preocupou comigo, ela pediu para ele vir até aqui saber se estou bem, significa que ela não me odeia.

— Mas agora que eu sei que você está mais do que bem eu vou indo... — Ele tenta sorrir e vira-se de costas para ir embora.

— Chris, obrigada por ter vindo até aqui. — Ele assente e se vira novamente mas dessa vez indo embora.

Fechei a porta do meu quarto um pouco zonza ao pensar no que tinha acabado de acontecer, eu estava beijando um rapaz a poucos minutos no meu quarto, que tipo de pessoa eu me tornei? Minho estava encostado na parede ao lado da porta sorrindo como se tivesse ganhado na loteria. Eu queria olhá-lo, queria perguntar o que tinha sido aquilo e quando faríamos aquilo novamente mas nada fazia sentido, meus sentimentos estavam a milhão.

— Seu amigo sempre vem aqui?

— Não ele... quase nunca vem aqui. — Digo e me sento em minha cama olhando para as palmas das minhas mãos. — Acho melhor você ir embora, eu tenho coisas para fazer ainda e você não vai gostar de saber o que é.

Ele suspira como quem acabará de ser derrotado, seus olhos passeiam por toda a extensão do meu rosto e por fim ele assente, enfia uma das mãos no bolso da calça e com a outra gira a maçaneta da porta.

— Boa noite meu bem, espero que sonhe com o nosso beijo.

Minho me dá uma piscadela e meus olhos se arregalaram ao ouvi-lo, que sacana! Ele fechou a porta do meu quarto e sumiu enquanto eu ainda estava estagnada.

Deus do céu, onde eu fui me meter? Por que Minho surgiu na minha vida justo agora quando tudo o que eu mais queria era vingar o meu irmão? Por que Christopher surgiu na porta do meu quarto justo hoje enquanto Minho estava me beijando e causando a melhor sensação que eu já havia sentido em toda a minha vida? Ele era como um vírus, estava se instalando pouco a pouco dentro de mim.

A minha mente girava e Christopher continuava nela, o seu olhar ao perceber que Minho estava no meu quarto aquela hora da noite, a culpa me invade e o jeito como eu o tratará surge em minha mente, eu não o mereço como melhor amigo, ele com certeza deveria ser tratado de uma forma diferente e com prioridade mas eu só estava tentando o proteger de tudo o que estava enfrentando.

— Ah que se dane! — Eu resmungo quando visto-me com um sobretudo marrom e envio uma mensagem a Christopher lhe avisando que eu estava a caminho.

Pego as chaves de casa e saio pela porta da frente apertando o casaco contra o meu corpo, o clima do lado de fora parecia estranho, opaco e anormal, os meus sentidos me diziam para ficar atenta mas tudo o que eu conseguia pensar era em Christopher e no seu olhar machucado.

O meu corpo se arrepia como um alerta de que algo estava para acontecer, então eu giro rapidamente e ergo a minha mão batendo contra algo rígido.

O cano de uma arma.

Meus reflexos são ágeis, em segundos eu me abaixo desviando de uma bala e toco o tornozelo do sujeito que estava tentando me matar, ele grita de dor e eu paro assim que percebo ele quase inconsciente.

Os meus sentidos me avisam novamente, mais três caras se aproximavam, leste, sul e oeste, concentro-me no que havia descoberto com Minho mais cedo quando fomos a minha antiga casa. Respiro fundo e tento canalizar os meus poderes.

Eles estão perto...

Eles vão atirar...

Minha mente gritava comigo enquanto eu tentava ao máximo me concentrar no que estava fazendo, eu espero com que eles cheguem perto o suficiente e libero, o meu poder erradia pelo meu corpo e os atingem com um impacto único.

Estou encolhida no chão olhando para os corpos a minha volta com um pouco de medo do que tinha acabado de acontecer.

Eu corri o mais rápido que pude para longe daquela cena, me sentia pequena e indefesa naquele momento como se meu próprio corpo não fosse meu, como se minhas escolhas não fossem minhas e o meu poder não fosse... não fosse meu.

Bato na porta de Christopher com tanta força que tenho medo de derruba-lá, ele abre a porta coçando os olhos como se tivesse sido acordado.

— Raven...? — Ele definitivamente não tinha visto a minha mensagem, eu entro em sua casa e tranco a porta atrás de mim enquanto ele continua a me olhar sem entender nada.

— Escuta eu acabei... eu acho que acabei de matar três pessoas.

— Do que você está falando?

Eu me sento no sofá da sala e ele me acompanha somente com os olhos.

— Eu fui atacada quando estava saindo de casa, primeiro um cara me cercou e depois dois deles vieram na minha direção e eu acho que matei eles, mas, mas eles me atacaram, eu estava me defendendo!

Christopher passou as mãos entre os cabelos e começou a andar de um lado para o outro a sala.

— Raven, onde você foi se meter?

Heaven & Hell | Lee KnowOnde histórias criam vida. Descubra agora