Eu completo a atrocidade que você é.

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"Você é calorosa, doce Raven. Eu posso fazer isso sempre que quiser e você não vai nem conseguir contestar"

Uma risada obscura e sombria ecoava em minha mente.

"Eu posso machucar você e você não fará nada, porque sem mim você é inútil."

Mas você sou eu... Como posso ser inútil se somos iguais?

"Não somos iguais, amor. Eu completo a atrocidade que você é. Eu sou o que faltava em você."

Eu não quero você, não quero que você me controle.

"Tarde demais, eu sou tudo o que você tem ou você acha que esses idiotas que você chama de família ligam para você? Eles odeiam você, doce Raven, mas eles não podem matar você porque sabem que se tentassem você os destruiria para sempre."

Não, eles nunca me machucariam, você está errada.

"Errada? Eu? Não, não, não acha estranho que ninguém saiba de onde você veio? Quem eram os seus pais e porque não existem outras iguais a você? Sempre existiu mais de um velocista, mais de um telepata, mais de um lobisomem, mais de um super forte, mas nunca existiu outro com os mesmos poderes que os seus, querida."

Aquilo... até que fazia sentido.

"As idiotas das suas mamães sabem de tudo, mas não podem contar porque têm medo de você e você sabe disso, lembra? Lembra de quando você machucou Yoona? A cara de espanto e medo? Elas temem você, elas não te amam."

Cale-se!

...

— O que está acontecendo?

— Ela teve uma parada cardíaca, senhor. — O médico diz a Jeongin. — Não sabemos o que está acontecendo por dentro, mas está afetando ela fisicamente.

Jeongin fica sozinho na sala com a irmã, sabia que ela ainda estava lutando internamente consigo mesma.

— Querido... — Era Yoona, acabara de adentrar a sala — Ela tem lutado tanto e sozinha.

— Não é justo.

— Eu sei, mas vamos cuidar dela, somos uma família e é isso o que nós fazemos.

— O que vai acontecer quando ela acordar?

Yoona hesitou, olhou para as paredes do quarto e em seguida para as próprias botas. Jeongin sabia que havia algo de errado acontecendo e que as mesmas não queriam lhe contar, mas ele descobriria afinal, sua irmã só estava naquele quarto inconsciente por culpa dele.

— Vamos nos reunir e readapta-la.

Ele sabia que havia mais mas não quis contrariar, não agora que sua irmã parecia tão indefesa.

Mais tarde, quando Jeongin já estava em seu novo apartamento, Nancy e Yoona transferiram Raven para um quarto mais reservado onde ela seria monitorada vinte e quatro horas por dia por elas e pelas câmeras de segurança. Quando Jeongin descobriu, correu para conseguir mais informações.

Então ele encontrou o quarto da irmã, que mais parecia uma cela. As paredes do quarto eram de vidro e ele conseguia ver a irmã inconsciente deitada em sua cama, com tubos que pareciam não acabar mais. Raven estava parecendo uma cobaia.

— O que é isso? — Ele disse, e Nancy logo apareceu atrás do mesmo.

— Ela vai ficar bem querido.

— Bem? Ela está amarrada sobre a cama, mamãe, o que está havendo? — Ele gritou, e virou-se para a mãe.

— Não podemos nos arriscar, Jeongin, ela tem poderes que para nós são desconhecidos, você mesmo viu, não sabemos do que ela é capaz.

— Não posso acreditar nisso, vocês a trancaram numa cela e a amarraram como um animal!

— Foi preciso, ela quase enforcou um enfermeiro até a morte!

— Ela o que? Ela acordou? — Jeongin não lembrava de ter visto a irmã acordada desde o dia em que tudo aconteceu, desde que ela apagou após dividir suas dores com Minho.

— Ele acordou mas foi preciso colocá-la para dormir novamente, querido.

A cabeça de Jeongin dava voltas e voltas, não parecia sua mãe ali, não a mesma mulher que o criou e lhe ensinou a lutar pelo o que era certo e justo.

— Isso foi para o bem dela, entendo que você acha que parece absurdo...

— É absurdo, ela é sua filha! — Ele gritou, sentindo o peito inflar cada vez mais.

— Ela é perigosa! — Nancy também se alterou e ele deu um passo para trás, assustado. — Por favor, faça um esforço para entender, querido.

Ela saiu e o deixou sozinho e confuso, como alguém tinha coragem de tratar o próprio filho daquela forma? Jeongin foi para o seu apartamento novamente e na entrada deu de cara com Minho.

— Oi. — O rapaz diz, cabisbaixo. — Eu realmente não tinha para onde ir.

— Tranquilo. — Jeongin destrava a porta e os dois entram no apartamento. — Tem um quarto de hóspedes vago, pode ficar para você.

— Eu sinto muito... — Minho repete — Sinto muito mesmo, ele era o meu único irmão e eu não queria perdê-lo. Sei que ele não merecia compaixão mas ainda assim era a minha única família.

— Acredite, eu entendo você melhor do que ninguém. — Jeongin sentou-se se jogando sobre o sofá da sala e Minho sentou-se na poltrona a direita. — Tem uma coisa muito estranha acontecendo...

— Como assim?

— Com a Raven, ela não acordou ainda.

Minho ainda se sentia estranho ao ouvir o nome dela, havia se apaixonado por Raven e separa-la de tudo o que havia acontecido era difícil, na verdade completamente impossível.

— Ela não acordou ainda porque nossas mães a colocaram em coma, de propósito.

— O que? — Minho franziu o cenho e sentiu um aperto em seu peito, como se a âncora de um navio tivesse sobre ele.

— Estão com medo dela, Minho. Elas têm medo do que Raven é capaz de fazer.

— Mas Raven nunca machucaria ninguém de propósito.

— Ela não, mas o que vive dentro dela talvez. Nancy disse que ele tentou matar um dos enfermeiros.

— E onde ela está?

— Trancada num quarto que mais parece uma cela para malucos. Ele teve uma parada cardíaca, e se isso for por culpa do que elas estão fazendo com ela? — Minho estava aéreo, não havia como Raven machucá-los e como as mães da mesma a tratavam dessa forma? — Minho, preciso da sua ajuda. Raven precisa de mim e eu não vou deixar que ela viva vegetando em uma cama hospitalar.

— Estou com você.

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⏰ Última atualização: Oct 06 ⏰

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