Capítulo 11- Dia chuvoso

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Os dias passaram rápido o suficiente para as aulas voltarem. Saí do hospital no dia seguinte e passei o resto da semana e o ano novo na casa de Suzy. Meu pai apareceu em casa três dias depois do que tinha me feito. Eu ganhei um celular de presente da minha mãe.

─ Tenha uma boa aula, filho. ─ Minha mãe diz se despedindo de mim na porta do internato. ─ Ligue sempre que puder.

─ Obrigado, mãe. Vou ligar. ─ Digo vendo ela se afastar.

Uma pena que eu só poderia usar o celular nos finais de semana.

Entro no internato cumprimentando a senhora da recepção e subo as escadas ansioso para ver Christopher.

Quando entro no quarto, o vejo distraído mexendo em algo na sua cama, e encontro a oportunidade perfeita para vingar todos os sustos que ele me deu. Me aproximo sem fazer barulho e belisco a perna dele. O italiano sobressalta e me olha assustado.

─ Ben? Você me assustou. O que aconteceu com a sua testa? ─ Ele pergunta e eu demoro pra entender que ele está falando do curativo que estou usando.

─ Ah, isso daqui? Não é nada demais. ─ Digo passando a mão pelo local um pouco frustrado.

─ Tem certeza? ─ Ele me analisa preocupado.

─ Tenho, está tudo bem.

─ Ben, você pode contar comigo sempre que precisar, se quiser conversar, eu estou aqui. ─ Ele diz segurando os meus ombros.

─ Obrigado, Christopher. Eu digo o mesmo.

Ele sorri.

─ Sua mãe gostou do presente? ─ O italiano pergunta.

─ Ela gostou muito. Obrigado pela a paciência de ter me ajudado.

─ Não tem porque agradecer.

─ Como foi o seu Natal e o ano novo? ─ Pergunto desarrumando a minha mochila.

─ Foram legais. Ganhou alguma?

─ Ah, ganhei um celular que recusei várias vezes. ─ Digo ao relembrar a minha reação quando vi o celular.

─ Por que?

─ Porque eu não esperava algo caro, não gosto que minha mãe gaste dinheiro comigo. ─ Explico ao terminar de arrumar as minhas coisas.

─ Entendi, agora você pode adicionar o meu número. ─ Ele comenta.

─ Sim, e você ganhou algo? ─ Questiono.

─ Ganhei uma paleta de tintas novas que eu queria muito.

─ Que legal, depois quero ver.

Christopher assente. Ouço o sinal tocar e me jogo na cama de uma forma dramática.

─ Se eu ficar o dia inteiro dormindo, eu vou ser punido? ─ Pergunto me recusando a me levantar da cama.

─ Conserteza.

─ E se eu fingir uma doença? ─ Indago lembrando que isso sempre funcionava na minha escola antiga.

─ Eles vão mandar uma enfermeira vim te ver.

─ Eu não acredito. ─ Digo indignado.

─ Se quiser testar, é só ficar aí. ─ Christopher diz rindo.

─ Eu não quero estudar hoje, olha o tempo lá fora, vai chover! ─ Aponto para janela, dá pra ver claramente as nuvens cinzas se formando no céu.

─ Temos que estudar, Benjamin. Faça sol ou chuva. ─ Ele me puxa pelo o braço, me obrigando a me levantar. ─ Coloca um moletom.

A cor mais quente em VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora