Último

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JISOO VISION

Escuto aquele maldito som do aparelho, o abraço que era apertado por nós duas foi lentamente se afrouxando. Aquele apito não parava de atormentar minha cabeça.

— Rosé? Amor?... — chamo ela, mas a mesma não me responde.

— por favor... não... Rosé! — balanço o seu corpo, mas a mesma não faz nada.

— não, não, não... ROSÉ! Por favor! — começo a chorar, a enfermeira entra no quarto.

— você precisa sair! — ela começa a me puxar para longe do corpo da garota.

— NÃO! Ela precisa de mim! Ela precisa acordar! — começo a me debater nos braços da mulher.

— você tem que sair! Por favor, senhorita! — ela me puxar mais forte.

O médico entra no quarto com mais duas enfermeiras, ele olha o aparelho e preenche algo em sua prancheta. Olho para o mesmo, incrédula, ele não está ajudando ela.

— ajuda ela! Por favor! Traz ela de volta! — grito para o mesmo, mas ele só me encarando com uma tristeza em sua face.

— me perdoa... — a única coisa que ele fala antes de sair do quarto.

— por favor... — falo caindo de joelhos no chão. _____________________________________

DIA DO VELÓRIO

Eu não consegui dormir nem um segundo, minha mãe estava me ajudando a me arrumar para o velório. Não estava sendo nada fácil para mim vestir uma roupa preta sem vida, não estava sendo fácil não ter ela.

— filha... a sua roupa está em cima da cama ok? — minha mãe fala colocando a cabeça para dentro do banheiro.

Ela percebe que não responderei e sai, tomo um banho bem longo. Eu não queria ter que ver ela uma última vez, não desse jeito.

Saio do banheiro enrolada na toalha, observo a roupa em cima da cama e um nó se forma em minha garganta. Pego a roupa e começo a vestir, lágrimas escorriam pelo meu rosto.

— ah... já está pronta... — minha mãe fala entrando no quarto.

— podemos ir? — a mais velha pergunta, mas só aceno que sim.

Já no carro em direção ao local que seria o velório, minha mãe conversava com meu pai. As vozes deles estavam abafadas, quase não dava para ouvi-las.

— chegamos. — meu pai fala ao parar o carro no local.

Desço do carro e observo o ambiente, minha mãe para do meu lado e fica me encarando. Respiro fundo e começo a andar em passos leves para dentro.

— que bom que chegaram. — o pai de Rosé fala.

— queríamos nos despedir dela. — escuto meu pai falar, o nó que antes estava engasgado foi solto.

Começo a chorar compulsivamente, minha mãe tenta me consolar de todos os jeitos, mas nada era o suficiente para aquela dor ir embora.

— venham... irei levá-los até ela. — o pai da garota fala.

Começamos a andar até uma sala um pouco afastada da entrada, dou mais dois passos e logo vejo um quadro com a foto dela, na foto ela sorria radiante, seus fios já estavam pintando de louro.

Paro na porta ao ver o local cheio de rosas-brancas, o cheiro da sala tinha uma mistura de incenso com o perfume das flores.

Começo a dar passos lentos e curtos até a fotografia, caio de joelho em frente à mesma. A dor que estava em meu peito era insuportável, ela me machucava a cada lágrima que escorria de meus olhos.

Before You GoOnde histórias criam vida. Descubra agora